Um país com um sistema político falhado

Um país assim é aquele onde um qualquer jota, que chega a primeiro-ministro com apenas os votos de uns milhares de militantes, consegue meter o país de pantanas, sem que um contra-poder o consiga parar na sua loucura.

É o que está a acontecer com a fusão entre a Refer e as Estradas de Portugal. Depois de um sussurro na comunicação social, para sondar a receptividade da medida, anuncia-se que se vai proceder a uma transformação profunda num sector crítico para o país, como os transportes, sem que se conheçam estudos, sem discussão pública, sem planeamento e sem, sequer, que se saiba o que se irá fazer.

Vamos fazer de conta que não sabemos a resposta e deixemos uma pergunta: competitividade na oferta não melhora a qualidade do serviço?

estrada e linha

Crimes sem castigo

Acabei de ler uma entrevista surreal a António Ramalho, o presidente das Estradas de Portugal. A entrevista é acerca da chamada “Subconcessão Baixo Alentejo” e da renegociação do respectivo contrato.

Esta subconcessão é mais uma das tão célebres PPPs. Em 31 de Janeiro de 2009 Almerindo Marques (na altura presidente da Estradas de Portugal, entretanto saiu para liderar a Opway, construtora que trabalhava com a Estradas de Portugal…) assinou o contrato de concessão (PDF) por uns módicos 382 milhões de euros.

A subconcessão tem objectivos alargados, que vão desde a manutenção e conservação de vários IPs e ICs, obras profundas de melhoramento em diversas vias e até a construção da auto-estrada Sines/Beja (A26).

O que considero fantástico na entrevista de António Ramalho são passagens como a seguinte:

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