Virar ao contrário

Aqui está a saída para o nosso país – é só virar tudo ao contrário, não?

Hustler, Playboy – a livre expressão!

Este homem que está aí em cima na foto numa cadeira de rodas chama-se Larry Flynt, e está assim há dezenas de anos, por se ter batido pela liberdade de expressão nos US, contra a extrema direita, o neonazismo, as seitas religiosas e o MacCartismo, que naqueles tempos perseguiam todos os que lutavam pela liberdade!

Vem isto a propósito das conversas que aqui tivemos acerca da revista Playboy e da capa manhosa que a versão portuguesa deu à luz. Estas revistas que vendem “maminhas ao léu” têm um passado heróico de luta a favor da liberdade de expressão, contra uma sociedade preconceituosa que queria impor a sua forma de estar, e que não hesitava em matar os que tinham a coragem de se oporem.

Larry Flynt foi um desses homens, com uma coragem espantosa, enfrentou as mais altas instâncias judiciais e políticas do país, bem como as mais tenebrosas forças da sociedade, sempre na convicção que eram os homens e as mulheres livres que tinham o direito de escolher. Viu amigos e familiares serem perseguidos, alguns mortos, ele próprio atirado para uma cadeira de rodas com um tiro que se lhe alojou na coluna, mas não desistiu, venceu os que queriam impor a sua visão à sociedade!

Quem diria que devemos, em grande parte, a liberdade de expressão que hoje gozamos nas sociedades ocidentais, à luta heróica de homens e mulheres que queriam ter o direito de escolher! Porque o que está em julgamento, é o direito de vender uma revista que apresenta mulheres nuas, e o direito de a comprar!