A IL, o regime comunista do Estado Novo e o combate aos caçadores furtivos que matam unicórnios cujo corno serve para tratar a disfunção eréctil

Como todos sabemos, o corno de unicórnio tem poderes medicinais, sendo usado para tratar a pele atópica e a disfunção eréctil ou a pele eréctil e a disfunção atópica, não sei bem, porque ainda estou a tentar entrar em Medicina e as médias estão altíssimas. Por isso, os unicórnios correm perigo de extinção – nas matas e florestas de todo o mundo, especialmente em Monsanto e na Arrábida, há caçadores furtivos que matam, sem escrúpulos e sem balas, unicórnios aos milhares.

No desfile comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril, a Iniciativa Liberal, dentro do mesmo espírito informado e científico, gritou a palavra de ordem “Comunismo nunca mais”, de maneira a pôr os pontos nos bês. Viva a Iniciativa Literal!

Obrigado, 25 de Abril

«Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!»
“Aniversário”, Álvaro de Campos

Os dias, tal como as pessoas, têm virtudes e defeitos. O dia 25 de Abril de 1974 é o pior dia da História de Portugal, à excepção de todos os outros.

Feliz aniversário, Liberdade!

Ainda me arrepio com as histórias, as músicas e os relatos de quem viveu a guerra e a revolução.

Com os documentários, as reconstituições cinematográficas e as imagens daquele dia inicial inteiro e limpo.

Com a coragem daqueles militares, que arriscaram a liberdade e a vida para que todos pudéssemos ser livres e – finalmente – viver.

Com a existência clandestina dos bravos da resistência antifascista.

Com a realização daquela alegada utopia, que na madrugada que todos esperavam emergiu das trevas e limpou o céu.

Com o privilégio que foi nascer em democracia, sem nunca, de forma alguma, ter estado sujeito à censura, à perseguição ideológica, à prisão arbitrária, à tortura ou à morte às mãos de um qualquer carrasco da PIDE.

Poucas coisas me alarmam, tão intensamente, como a ideia de vivermos hoje um tempo em que uma ruidosa minoria decidiu sentir saudade de um tempo que não viveu.

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A “nova” ordem mundial

O interesse desta gente tão “moderninha” é retirar os EUA e a UE da liderança mundial para lá colocar (se não for em posição de domínio, pelo menos a par) “novos” referenciais de autoridade: China, Rússia, Índia, Irão, Coreia, etc.

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49 do 25 no Porto

Milhares de pessoas reuniram-se hoje no Porto para celebrarem os 49 anos da Revolução de Abril.

Crianças, jovens e idosos em comunhão para nos lembrarem todos do mesmo: a Liberdade conquistada em 1974 é um dos marcos mais importantes da História de Portugal, marco esse que é preciso nunca esquecer, zelando pelos valores de Abril, especialmente nos dias de hoje em que o bafio fascista dos tempos antigos parece querer assolar o nosso bem mais valioso – a Democracia.

E essa, a nossa Democracia, continuará a ser o pior de todos os regimes, com excepção de todos os outros. Não a percamos, pois então. Celebremo-la.

25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais.

 

Fotografias: João L. Maio

2009 – 2023: Que comecem os festejos!

Em Março de 2009 nascia o Aventar, pela mão do seu fundador (Ricardo Santos Pinto). Eu cheguei um pouco mais tarde, pela mão de outro fundador: o José Manuel Freitas. Nesta casa sempre existiu pluralidade. Sempre se respeitou a diferença. E a Liberdade foi sempre a trave mestra. Sempre. O Aventar nunca foi a preto e branco, nunca foi de pensamento único. E tão diferentes que somos uns dos outros: na política, no futebol, na forma como olhamos para a sociedade (e como nela estamos).

Numa sociedade cada vez mais de tolerância zero, o Aventar habituou-me a uma total liberdade: a ser aquilo que sou; a fazer aquilo que quero; a respeitar a diferença e a não ser obrigado a concordar com a opinião do outro nem obrigar o outro a concordar com a minha. E tudo isto em colectivo. Num colectivo. E que momentos épicos aqui se viveram ao longo destes anos. E ninguém escapou: José Sócrates, Pedro Passos Coelho, António Costa e os Presidentes da República Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa – para só sublinhar aqueles cujos mandatos coincidiram connosco. O Aventar passou por muita coisa: ameaças, insultos, processos de intenção e tantas outras peripécias. Ossos do ofício. O momento mais negativo e que ainda dói profundamente foi a partida do João José Cardoso.

O Aventar é uma espécie de barco a navegar em mar alto. Uns dias o mar está calmo, noutros a tempestade é gigantesca. A pesca é diária (ou quase). Umas vezes à linha e outras em modo “pesca de arrasto”. Por vezes uns pescadores resolvem regressar a terra e noutras surgem novos aventureiros com a cana pela mão. Nos últimos anos a blogosfera esvaziou. Somos do grupo dos resistentes. Sobrevivemos. Ainda estamos vivos. Cheios de arranhões, com alguns hematomas e mais velhos. Eu também estou mais velho e até perdi umas peças pelo caminho. É a vida. Nos últimos anos, sobretudo desde a pandemia, a blogosfera voltou a crescer (ou, pelo menos, estancou a queda) e o Aventar é disso um exemplo. Será uma luz ao fundo do túnel ou apenas um comboio a entrar na linha? Não sei.

Só sei que estes 14 anos de Aventar foram uma aventura e tanto. A vertigem das noites eleitorais, as infinitas discussões direita vs esquerda, as polémicas sadias, o debate de ideias, o activismo nas mais diversas lutas, os almoços e encontros de aventadores, a experiência do Podcast Aventar, a tradução do memorando da Troika, a guerra ao acordo ortográfico e tantos outros momentos. São 14 anos disto. E o que foi (e é) mais importante? Esta ser uma casa de Liberdade. E que bem que me sinto nela. Convosco, Aventadores.

E que comecem os festejos de aniversário!

Um ano de Guerra….

…se tivesse de dedicar uma música a todos os Ucranianos e a tudo o que se vive nestes tempos estranhos, seria esta que aqui coloco no Aventar. Mais actual que nunca.

 

Hasta Las Vegas, Baby!

Quando as iranianas eram livres

Nunca esquecer que as mulheres iranianas já foram livres e os fundamentalistas xiitas não comandavam o regime. Foi o golpe de estado orquestrado e financiado pelos EUA contra o democraticamente eleito Mossadegh que pavimentou o caminho para os ayatollahs e para brutal subjugação das mulheres no Irão.

O Super Bock Super Rock e o egoísmo imbecil travestido de liberdade

Julho de 2011. Desci o país em direcção ao Meco, na única edição do Super Bock Super Rock em que acampei na Herdade do Cabeço da Flauta, ainda no tempo em que o rock não se esgotava no nome. Por lá passaram Artic Monkeys, Tame Impala a dar os primeiros passos, The Legendary Tiger Man, Arcade Fire, The Strokes e um gigante chamado Slash, entre outras coisas boas como Portishead, Rodrigo Leão ou Sven Väth. Um senhor cartaz.

Foram três dias bem passados, quase perfeitos, não fosse um pequeno detalhe: a viagem para o Meco. A viagem não. A viagem fez-se bem. Refiro-me àqueles 10km finais, que separam Fernão Ferro do recinto do festival, e que demoraram umas quatro horas a fazer. Ou mais, mas fiquemo-nos pelas quatro horas.

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Liberdade iliberal

Nos EUA, a liberdade é um conceito que apenas encontra a plenitude na selvajaria económico-especulativa. Ou nas áreas controladas por lobbies poderosos, como a venda e porte de arma, que, como sabemos, nada tem a ver com o abundância de tiroteios mas ruas, escolas ou eventos públicos.

Liberdade, na perspectiva do neoliberalismo ultraconservador norte-americano, é mais ou menos isto: és livre para criar empresas, para pagar poucos impostos e para andares na rua armado em cowboy com perturbações mentais. É uma nação de tal forma livre, que pode livremente invadir outras nações, destruí-las irremediavelmente, com múltiplas violações do direito internacional e crimes de guerra, e de seguida tomar conta dos seus recursos, perante uma calorosa standing ovation dos mesmos que agora rasgam as vestes pela Ucrânia, e que muito provavelmente me acusarão de putinismo por esta referência, que espírito pulha-pidesco vive dias de glória. Podem ir directos para o caralho que os foda, sem passar na casa partida e sem receber dois mil escudos.

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Abril sempre

Fotografia: MAYO

Abril Sempre

Abril de calor
Abril de frieza
Abril de fervor
Abril de pureza

Abril da chuvada
Abril de saudade
Abril camarada
Abril liberdade

Abril que é verdade
Abril solto, Abril suado
Carregado de paixão

Abril sem entrave
Fraterno e inebriado:
Abril revolução.

Abril do passado,
Abril do presente:
25 de Abril sempre!

João L. Maio

Viva o 25, sempre!

Viva o 25 de Abril porque nos abriu a porta da liberdade, da democracia. Viva o 25 de Novembro porque iluminou o caminho da mesma. Viva. Sempre.

Kissy chamava ternurentamente o pai Henry a seu filho Peter

Foi em 69, sim, que um dos mais emblemáticos filmes da geração “hippie” estreou. “Easy Rider”, foi realizado por Dennis Hopper, tendo como protagonistas o próprio, Peter Fonda e Jack Nicholson.
O filme trata de 2 motociclistas, um vestido à americano motoqueiro e outro com vestimentas de nativos norte-americanos, que viajam juntos pelo Sul e pelo Sudoeste americano em busca da liberdade, liberdade representada pelo uso de estupefacientes e vida comunal, em contraponto à ideia de família ideal (patriarcal, claro, defendida pelos evangélicos e católicos. Sem ser um filme de qualidade de monta, a verdade é que se tornou em ícone de “contra-cultura”, abrindo as portas de Hollywood para uma nova geração que pretendia, iludida ou não, experimentar outro estilo de vida, livre de conceitos e preconceitos raciais e religiosos em forte tensão à época nos Estados Unidos.

Ah, sim, não era sobre o filme que pretendia falar, mas do facto do pai tratar carinhosamente o filho Peter por Kissy, Kissy Fonda.

Porque me lembrei disto? Porque em mim se aflorou [Read more…]

Entretanto em Cuba…

Em Julho do ano passado (11 e 12) na cidade de Habana muitos cubanos manifestaram-se a exigir democracia, liberdade. Muitos foram espancados e outros foram mesmo presos. Ontem, o Supremo Tribunal de Cuba anunciou as sentenças: 31 manifestantes pela liberdade foram condenados a penas de prisão entre os 20 e os 30 anos. Outros 25 foram condenados a penas de prisão entre os 15 e os 19 anos. Já 48 manifestantes pela democracia apanharam penas de prisão entre os 10 e os 14 anos. Só um dos manifestantes presos foi absolvido. Em Cuba.

Sobre as manifestações pela liberdade e pela democracia levada a cabo pelos cubanos em Julho de 2021, o PCP reagiu com uma nota à imprensa onde, para além de outros “potantoto” dizia o seguinte:

O Partido Comunista Português expressa a sua solidariedade com Cuba, o Governo e o povo cubanos que, enfrentando uma situação exigente e complexa inseparável da intensificação da acção de ingerência e de agressão do imperialismo, se empenha de forma determinada no combate à epidemia, na defesa da sua soberania e independência e dos seus legítimos direitos, incluindo ao desenvolvimento.

Realmente, o PCP é como o algodão….

 

 

 

 

Putin anuncia auto-purificação na Rússia

Putin, em discurso transmitido pela televisão, acusa os russos que são contra a invasão da Ucrânia de “traidores” e de serem uma “quinta coluna” que pretende a “destruição da Rússia”.
Anuncia, então, que será necessário uma “auto purificação” da sociedade para fortalecer o país.
Sabemos o que isto quer dizer num regime ditatorial como o que ele administra na Rússia: perseguição, detenção, prisão sem julgamento, envio para campos de concentração e morte, de quem se manifestar contra a invasão da Ucrânia.

Cite-se do “Nation World“:
«Russians “will always be able to distinguish true patriots from scum and traitors and will simply spit them out like a gnat that accidentally flew into their mouths,” he said. “I am convinced that such a natural and necessary self-purification of society will only strengthen our country.”»
É esta besta que [Read more…]

Somos todos de Esquerda ou de Direita mas….

Os mandamentos do pensamento único:

Se és de direita não te podes manifestar contra o capitalismo selvagem que prefere produzir onde os direitos dos trabalhadores são uma miragem. Se és de direita não podes denunciar os desmandos dos dirigentes dos partidos ideologicamente próximos do teu pensamento político (deve ser por isso que o PCP não pode criticar a Coreia do Norte). Se és empresário e ainda por cima de direita não podes criticar as empresas, sejam ou não tuas concorrentes, por produzir em países não democráticos com tudo o que isso significa de concorrência desleal e de asfixia aos direitos mais elementares (sejam eles laborais ou humanos). Não podes.

Caso contrário, és um sacana de um comunista. É isso? Com ou mais molho? Agora percebo melhor a posição do PCP. Realmente, não pode criticar. Porque são os seus. Uns sacanas mas são os seus sacanas. Ainda não tinha percebido essa regra. Caramba, andei eu a criticar o PSD, o CDS ou a IL de quando em vez e não podia. Raios… Tenho de colocar umas palas para ser politicamente correcto como exige o mainstream…

Pausa

Está na altura de parar um pouco, só uns minutos bastam, e rever o que se tem passado, o que temos sentido e o que temos feito. Conheço minimamente a humanidade e mesmo confessando a minha surpresa por esta reacção tão global e muito mais enérgica que o expectável, sei que esta vontade tenderá a abrandar com o decorrer do tempo.

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O ataque das empresas à minha liberdade

Os (neo)liberais sentem-se sempre muito coarctados na sua selvática noção de liberdade por tudo aquilo que vem do Estado, por regulamentações dos governos. Pois eu acho isso estranho, porque no meu dia a dia só pontualmente sinto esses incómodos estatais. Eu até acho que pagar impostos é útil à sociedade e necessário, para serem garantidos os serviços públicos e diminuídas as desigualdades.

O que me incomoda sobremaneira e atenta contra a minha liberdade, é a forma invasiva e abusiva com que as empresas, que esses (neo)liberais tanto idolatram, me obrigam a usar coisas que não quero e se intrometem na minha vida para roubar os meus dados pessoais e fazerem os seus negócios. [Read more…]

Julian Assange, Direitos Humanos e a hipocrisia que será a nossa ruína

Imaginem que Julian Assange fugia ao Kremlin, não à Casa Branca, e era entregue pela justiça bielorrussa aos sabujos de Putin. Conseguem imaginar a gritaria das democracias liberais? Conseguem imaginar o blá blá blá direitos humanos, blá blá blá democracia, blá blá blá liberdade?

Eu consigo. Como consigo, com maior facilidade ainda, se o hacker fugisse de Cuba e fosse entregue ao regime por Nicolás Maduro. Seria uma arrancar de vestes e cabelos sem paralelo na história do mundo – mais ou menos – livre.

Não que Assange esteja já sentenciado, uma vez que ainda tem possibilidade de recorrer da decisão do High Court de Londres, depois de ter ganho a batalha da não extradição na primeira instância, mas tudo indica que o futuro de Assange será passado numa prisão americana. Para todo o sempre.

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O mundo onde o medo é rei e senhor

Ser cobarde não é ilegítimo. Apenas excepcionalmente será uma transgressão. Aliás, e no limite, até poderá ser um direito.
Da mesma forma, ser inseguro, ser morbidamente prudente, ser doentiamente cuidadoso também o poderão ser.

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Bailinho

O dia de ontem foi peculiarmente sumarento ao nível da exposição dos verdadeiros intentos da fraudemia.

Por um lado, ficámos a saber que a Madeira adoptou o sistema de castas que já prolifera por alguns países do mundo. Mercados, restaurantes, cabeleireiros e convivência social em geral é luxo inalcançável para quem não se sujeitar ao tratamento médico experimental imposto, nem sequer por médicos note-se, mas por sociopatas engravatados. Obrigarem os madeirenses não-vacinados a deixar crescer o cabelo demonstrou em definitivo que o menosprezo do estado de Direito e o uso da Constituição como papel higiénico não foi circunstancial, mas sim deliberado e permanente. Com esta agravante: a acreditar que a taxa de vacinação na Madeira é semelhante à do resto do país, quantos são os não-vacinados? Meia-dúzia? Considerar que representam um perigo de saúde pública não é não entender de epidemiologia, é declinar qualquer tipo de razoabilidade e honestidade. Direitos inalienáveis, diziam orgulhosas as prostitutas do sistema, proclamando-se amantes da liberdade, de cravo presunçoso na lapela. Que hilariantes montes de merda.

Porém, a melhor notícia de ontem foi a informação de que qualquer injectado com a mistela Janssen terá de tomar uma dose de reforço. Não é “poderá tomar”, que é o spin que foi dado por muita comunicação; foi bastante explícito que “terá” de o fazer. Esse reforço terá necessariamente de ser…de outra marca. Algum obscurantista poderia aqui especular interesses financeiros: para citar um apenas, fico-me pelo vencedor de um Globo de Ouro, o nosso amigo Popeye das vacinas, o herói nacional que diz que quem afirma que estamos a usar cobaias humanas por putrefactos interesses corporativos é um perigoso obscurantista, mas que esta terceira dose é inadmissível, porque é claramente usar cobaias humanas por putrefactos interesses corporativos. Poderíamos até, num assomo de loucura, ousar afirmar que reforços de vacinas completamente distintas não são reforços imunitários, é uma roleta russa que se torna particularmente anedótica se verificarmos que a taxa de mortalidade de infectados abaixo dos 50 anos é virtualmente de 0%.

Ficar-me-ei pelo optimismo: atendendo a que a população que tomou a mistela Janssen é maioritariamente composta por homens abaixo dos 40 anos, parece-me que irritaram o sector populacional errado. Esta não é propriamente a população mais impregnada da narrativa. Muitos destes jovens tomaram a injecção em troca de uma liberdade da qual nunca deveriam ter abdicado e rapidamente se aperceberam de que ela não irá voltar por continuarem a submeter-se aos apetites insaciáveis de uma elite psicopata e de compatriotas autoritários. Sentem-se defraudados e agora também assustados. Além disso, homens abaixo dos 40 são os que melhor sabem andar à porrada, o que será uma skill de grande utilidade quando inevitavelmente vivermos no limiar da guerra civil. A todos os jovens que se recusarão a injetar mais doses, bem-vindos ao grupo dos não-vacinados. Não se julgavam mentirosos conspiracionistas de extrema-direita? Não se preocupem, rapidamente os jornalistas vos vão informar de que são.

Heil

Li por aí que poderia até ser bom para dar termo à farsa: quando a comunidade for composta exclusivamente por pessoas que se sujeitaram à injecção experimental e estas continuarem a transmitir a doença e a falecer com a mesma, rapidamente a população se iria aperceber de que a segregação de um segmento da população – se razões precisavam para a rejeitar para lá das humanas, cívicas e morais – é epidemiologicamente injustificada.

Não partilho desse optimismo. Vivemos numa era em que a matemática dos números oficiais é esta: 100% da população portuguesa acima dos 65 anos está vacinada; a esmagadora maioria das mortes está neste sector populacional; mas o problema são os 0% que não estão vacinados. Vivemos uma era prodigiosa na arte do engodo massivo, em que tentam convencer simultaneamente os não-vacinados de que têm de se injetar, sob pena de perderem tudo o que têm na vida, porque a extrema eficácia da mistela é imprescindível no combate à doença; e os vacinados de que têm de tomar mais doses, porque as que tomaram não tiveram grande eficácia. Isto enquanto o Parlamento Europeu se prepara para conceder indeminizações às inúmeras cobaias que tiveram o azar de, eivados de medo ou em busca da liberdade que lhes foi ilegitimamente roubada, sofrerem os efeitos físicos severos de uma terapia sem segurança.

Há uns tempos, eu previ que mais cedo ou mais tarde iriamos estar a falar de certificados segregadores sem sequer referir a doença que os originou. Isso deixou de ser um cenário hipotético. Na Áustria, um teste negativo – o suposto comprovativo de que o indivíduo não carrega a vírus, pelo menos é esse o motivo pelo qual me obrigam a recorrer à zaragatoa – não permite a livre circulação. Só mesmo a sujeição ao tratamento experimental leva a que nos seja concedida a carta de alforria, mesmo sendo um axioma da narrativa de que vacinados transmitem e apanham o vírus. Este axioma – necessário para a perpetuação do sistema vigente, mas que acarreta explícitas contradições – é frequentemente acomodado com um subjectivo “mas muito menos!”, sem que se vislumbre a menor sustentação factual para tal adenda.

Às massas hipnotizadas – tão lestas a pregar empatia comunitária aos negacionistas – são irrelevantes os factos, é perigosa a divergência e é indiferente o sofrimento humano, se este se limitar às minorias dissidentes. Primeiro vieram buscar os comunistas e eu não disse nada, pois não era comunista….vocês conhecem o poema.  Pobres incautos: voluntariamente escravizados, julgam ser verosímil viajar de obediência em obediência até à liberdade final.

Tradição de tolerância à esquerda…

Armada ao pingarelho com superioridade moral, luta por direitos, farol de liberdades, casa de tolerância, anda boa parte da esquerda por estes dias, incomodada porque um destacado político da oposição, por muitos apontado como futuro líder, assumiu publicamente uma orientação sexual.
Muitos já esqueceram, outros, hipocritamente preferem não lembrar, eventualmente os mais jovens desconhecem que o cabeça de lista do PS pelo círculo de Aveiro às eleições legislativas em 1995, escreveu um texto, que intitulou, “breve manifesto anti-Portas em portugês suave”.
Dirão alguns que se lembram do episódio que o então líder do partido, António Guterres lhe retirou confiança política. Mas como sabemos, o PS nunca deixa cair os seus e exilou o seu cabo eleitoral no Parlamento Europeu…

A homofobia não tem ideologia, mas…

Assinala-se hoje o Dia Internacional contra a Homofobia. Um dia que nos recorda a todos o muito que há a fazer para combater a incivilidade, o preconceito e a crueldade, neste país em que os brandos costumes continuam a esconder níveis elevadíssimos de machismo, homofobia e perseguição, que começam em casa, se estendem à vida escolar e vivem instalados em alguma comunicação social, em alguns partidos políticos e numa série de instituições, publicas e privadas, onde a mentalidade retrógrada impera.

Não gosto de colocar a questão da homofobia em termos de esquerda e direita, por se tratar não de uma questão político-ideológica, mas de decência e humanidade. Contudo, é evidente que, num país em que a direita está cada vez mais refém do passado e de um conservadorismo bacoco e não raras vezes extremista, a luta pelos direitos da comunidade LGBT continua entregue e dependente da esquerda, que não é responsável pela aparente demissão da direita destas questões, excepção feita à Iniciativa Liberal.

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25 de Abril é mais do que liberdade

Porque

„Só há liberdade a sério quando houver

a paz o pão

habitação

saúde educação,

só há liberdade a sério quando houver

liberdade de mudar e decidir

quando pertencer ao povo o que o povo produzir.“ 

E quando a Justiça for célere e eficiente para todos e deixar de funcionar com tempos e medidas diferentes para pobres e ricos.  E já agora, sem deixar alçapões para os poderosos aplicarem estratagemas.

 

O 25 de Abril também se festeja aqui

Esta foto é da @streetart_mallorca e o autor do grafiti é Abraham Calero. Está na Rambla em Palma de Maiorca. Porque a Liberdade é universal. Porque o 25 de Abril é de todos. Porque Celeste Caeiro não será esquecida.

Saudades de quê?

Ainda me arrepio com as histórias, as músicas e os relatos de quem viveu a guerra e a revolução. Com os documentários, as reconstituições cinematográficas e as fotografias daquele dia inicial inteiro e limpo. Com a coragem daqueles militares, que arriscaram a liberdade e a vida para que todos pudéssemos ser livres e – finalmente – viver. Com a existência clandestina dos bravos da resistência antifascista. Com a realização daquela aparente utopia, que na madrugada que todos esperavam emergiu das trevas e limpou o céu. Com o privilégio que foi nascer em democracia, sem nunca, de forma alguma, ter estado sujeito à censura, à perseguição ideológica, à prisão arbitrária, à tortura ou à morte às mãos de um qualquer carrasco da PIDE. Por delito de opinião.

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Banda sonora para um dia inicial inteiro e limpo

Era meia-noite e vinte. No programa Limite, da Rádio Renascença, começavam a soar os passos coordenados que antecedem os versos da icónica Grândola Vila Morena. Estava em marcha a Revolução dos Cravos. A madrugada que a liberdade esperava, a alvorada da democracia, o dia inicial inteiro e limpo.

25 de Abril Sempre, fascismo nunca mais!

O Aventar não é um blogue de direita. Nem de esquerda. É do pluralismo e da diversidade

Lembro-me bem dos tempos do passismo, em que a esquerda aventadora, onde me incluo, estava em ebulição. O Aventar é um blogue de esquerda, de esquerdalhos, afirmavam os juízes virtuais. E eu, esquerdalho que vê a coisa de dentro, pensava para mim que o Aventar não era de esquerda nem de direita, mas o simples facto de haver um governo de direita no poder, dava um gás adicional à esquerda da casa.

Alguns anos volvidos, leio por aí que o Aventar deu uma volta, e os juízes virtuais decretam agora que somos um blogue de direita, de direitalhos, e eu olho para o painel de autores e ele pouco se mexeu. Mesmo esta última vaga de jovens talentos, chegada nos últimos meses, praticamente ainda não publicou, com a excepção do Francisco e do João. [Read more…]

João Cotrim de Figueiredo: E depois do Adeus

(João Cotrim de Figueiredo, Presidente da Iniciativa Liberal e deputado à Assembleia da República)

A revolução estava planeada. As tropas, de prevenção, aguardavam a senha para dar execução ao plano. Na verdade, duas senhas que tinham de chegar, simultânea e discretamente às várias unidades conjuradas. Em 1974, só através de uma rádio se poderia fazê-lo.

Foi assim que, às 22:55h do dia 24 de Abril de 1974, quem estava sintonizado na frequência da estação Emissores Associados de Lisboa pôde ouvir, sabendo-o ou não, a primeira senha do movimento militar que haveria de derrubar a ditadura no dia seguinte. Paulo de Carvalho cantava “E depois do Adeus” e Portugal nunca mais seria o mesmo.

Quis saber quem sou/

O que faço aqui/

Quem me abandonou/

De quem me esqueci

(Letra: José Niza. Música: José Calvário)

 

A canção devia ser, por esses dias, das mais ouvidas na rádio. Menos de um mês antes tinha representado Portugal no Festival da Eurovisão em Brighton. Ficou em último lugar, sem surpresa. Mas a sua popularidade entre portas continuava alta pelo que ninguém estranharia, nem mesmo a polícia política, ouvi-la na rádio. Era uma canção popular e sem conotações políticas. Foi escolhida como primeira senha da revolução exatamente por isso: para passar desapercebida a todos menos aos capitães de Abril. [Read more…]