A natureza afectiva e o cumprimento afectuoso

marcelo cavaco

© Presidência da República Portuguesa (http://bit.ly/1Sf7vhO)

Ontem, depois do acto, ouvimos Marcelo Rebelo de Sousa a dizer que a escolha da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa para o discurso da noite eleitoral fora «de natureza afectiva». Não compreendo a razão pela qual alguns órgãos de comunicação social decidiram transmitir a ideia de que Rebelo de Sousa dissera “de natureza afetiva”. Afetiva ([ɐfɨˈtivɐ])? Não disse. Verifique-se:

Efectivamente, afectiva [ɐfɛˈtivɐ].

Marcelo Rebelo de Sousa, ao contrário daquilo que se lê por aí, não referiu qualquer “cumprimento muito afetuoso”. Não. Rebelo de Sousa mencionou um “cumprimento muito afectuoso”:

Exactamente, afectuoso. E especial.

E hoje? Hoje, ficámos a saber que, no sítio do costume, não houve nem sobressaltos, nem perturbações, nem estrangulamentos, nem constrangimentos.

dre25012016