O verdadeiro leão usa gravata, fato, não transpira e não se atira para o chão

O Sporting está correcto. A verdadeira questão não é ganhar jogos, muito menos títulos, a verdadeira questão dos valores sportinguistas é a indumentária e a apresentação. Nada de piercings, nem tatuagens, nem sequer calças de ganga e, na tribuna, sempre de blazer.

Assim é que se vê os verdadeiros leões. Não são aqueles que têm de transpirar, coisa de gente sem nível, de correr, de cair e levantar, de chutar uma bola. São, sim, aqueles que se apresentam à maneira. A equipa está a fazer um esforço nesse sentido.

Em Alvalade não querem lavajões, badalhocos e afins. Querem gente de classe. Só entram ministros, secretários de Estado, uns adjuntos, ficam à porta. O Sporting é clube de gente de bem, nada de povo, a não ser aqueles que pagam cotas.

Aqui no Aventar deveríamos fazer o mesmo. Por mim, já comecei. Para este post aluguei um ‘smoking’.

Ganga – o sábio das calças rotas

Da passagem do Zé por terras de Angola, não ficou apenas o irónico episódio “Rikamba”. Outras histórias houve, como as de um par de calças que no dia em que ele chegou a Luanda, deu tanta confusão.

Tudo porque ele estava no mercado de Kinaxixi, em Luanda, acabado de chegar de barco àquelas terras numa docemente quente tarde de Novembro de 1970. Acompanhava-o Manuel, já há muito de vida instalada na Fazenda Tentativa sita no Alto Dande, a nordeste de Luanda, onde era Fiel Auxiliar num dos armazéns do açúcar, e que lhe arranjara um lugar de motorista na Companhia.

O Zé queria comprar umas calças, pois as jardineiras que trazia, tinham feito o favor de se rasgarem de puídas que estavam, a começar entre-pernas mas já a ameaçar a denúncia traseiro acima.

“Que raio!” disse o Zé. “Não vou chegar nesta figura à Companhia. O que vão os patrões pensar de mim?”.

Manuel ria-se: “Não te preocupes que aqui encontras tudo o que precisas”. “Olha aqui esta banca de roupa”.

Movido pelos nervos, Zé tomou logo palavra com o vendedor, um negro ainda moço, de corpo franzino e de sorriso estampado na cara: “Preciso de umas calças”, puxando pelo peitilho das suas jardineiras, afirmou de modo peremptório “Ganga!” Ganga!”.

O olhar do imberbe vendedor alterou-se, transitando da alegria para o espanto “Ganga?!” disse ele “Nganga!”

“Sim, isso!” disse o Zé enquanto puxava pelas alças das suas jardineiras, “Ganga, ou Nganga, ou lá que merda chamam a isto”.

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