Conversas Vadias 47

Na quadragésima sétima edição das Conversas Vadias, marcaram presença os vadios António de Almeida, Fernando Moreira de Sá, José Mário Teixeira, João Mendes e Orlando Sousa. Quanto aos temas vadiados, tivemos: o falecimento do Padre Mário de Oliveira (Padre Mário da Lixa), a doação do espólio do padre Franquelim Neiva Soares ao município de Esposende, os caminhos na Liga Europa do F. C. do Porto e do Sporting de Braga, Twitter, Chega, PCP, Ucrânia, Putin, os meus e os outros maus, Israel, colonatos,  Palestina, democracias, ditaduras, China, Hong-Kong, Macau, Taiwan, economias, soberanias, interesses, critérios, EUA, o melhor e o pior, imperialismos, Joacine Katar Moreira, Batatinha e Big Brother dos Famosos. No fim, as habituais sugestões: [Read more…]

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Escândalo: 2,5 milhões em Ajustes Diretos à Global Media nos últimos três anos

Nesta o Ventura não vai pegar.

José Sócrates será o Mário Soares de Pinto Monteiro

Há uns anos atrás,  o Procurador-Geral da República de então, Cunha Rodrigues, recusou ouvir Mário Soares, Presidente da República, a propósito do Fax de Macau, na investigação que estava a ser liderada por Rodrigues Maximiano. «Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o Governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros». (Joaquim Vieira, «Grande Reportagem», Set/Out 2005)

Os indícios criminais abundavam, mas Presidente é Presidente e o entendimento de Cunha Rodrigues era o de que «dar esse passo era abrir a Caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos, não só do PS mas também do PSD.»

Hoje em dia, o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, tem o seu novo Mário Soares. Chama-se José Sócrates e é Primeiro-Ministro. O facto de um Magistrado de primeira instância considerar que há crimes contra o Estado na conduta do Primeiro-Ministro não é para ele relevante. Daí que mantenha o processo tanto tempo parado no seu gabinete, permitindo que Sócrates vença calmamente as eleições. Daí que não recorra da decisão do Supremo de anular e eliminar as escutas. Daí que se prepare para fazer o mesmo com as restantes certidões que já tem na sua posse. Primeiro-Ministro é Primeiro-Ministro e a função da Justiça não é perseguir os poderosos.

Exactamente ao contrário do que muitos dizem, parece-me que os Juizes e Magistrados de primeira instância são aqueles que mostram mais independência. Foram eles que prenderam Paulo Pedroso, que extrairam certidões sobre José Sócrates, que constituiram Armando Vara arguido. Quando a situação se torna complicada para eles, as instâncias superiores da Justiça são chamadas e tudo desaparece como que por magia. Anula-se. Arquiva-se. Nomeia-se Cândida Almeida, a grande amiga de Mário Soares e de Almeida Santos. E destrói-se. Tudo. Porque a função da Justiça não é perseguir os poderosos.