O big bang de Rubem Alves

Livro curioso é, sem dúvida, Do Universo à jabuticaba (2010) de Rubem Alves e que tem vindo a acompanhar-me nas últimas horas do dia!

É «ave rara» este brasileiro. Escreve cada coisa, mas eu gosto:

Onde estive eu, durante esse tempo imenso, bilhões de anos, que vão do big bang até o meu nascimento? (…) Para mim, o mundo foi criado quando eu nasci. O big bang aconteceu para mim quando minha mãe me pariu. Foi grande a demora? Custou-me esperar bilhões de anos? Não. Foi menos que um segundo. E agora, que a morte se aproxima, sei que vou voltar para o lugar onde estive. De novo, a espera vai ser grande? Não. Não esperarei mais que um segundo…

Lembro-me agora da visão da Física sobre este assunto, como não poderia deixar de ser. S. W. Hawking, o físico inglês que escreveu a célebre Breve História do Tempo (1988) dedica dezenas de páginas ao big bang:

(…) o tempo começou com o big bang, no sentido em que os primeiros momentos não podiam ser definidos. (…) não há necessidade física de um começo.

P.S.- O título deste post foi difícil de escolher! Foram muitas as hipóteses: «O meu big bang»,«o big bang importa», «o big bang que importa» ou «o big bang, que importa isso?»

O Umbigo

O umbigo é a mais bela e simbólica cicatriz corporal. (Uma ideia tonta que me assaltou). Essa depressão na pele que nos marca a todos por igual. Iguais desde o nascimento à morte.

Damos-lhe pouco importância.

Não o cientista  Georg Steinhauser, que estudou a sujeira que se acumula no umbigo. Descobriu coisas engraçadas: os fiapos do umbigo não são apenas feitos de tecido. Na sua composição encontram-se fragmentos de pele morta, gordura, suor e poeira.

E depois há as expressões tão curiosas à volta dele:

1. Devemos cortá-lo definitivamente (cordão umbilical)

2. Não devemos centrar-nos no nosso próprio umbigo

3. Não somos o umbigo do mundo

4. Umbigo do sonho (expressão criada por Sigmund Freud: “… existe pelo menos um ponto em todo o sonho no qual ele é insondável – um umbigo, por assim dizer, que é o seu ponto de contacto com o desconhecido”)

Você deve conhecer mais!

Nasci um dia qualquer – a minha memória

 

Mascagni Cavaleria Rosticana Intermezzo

Parece-me que todo ser humano devia dizer e pensar esta frase. Há dois factos na vida que sempre andam ao pé de nos: o involuntário facto de nascer, o involuntário facto de falecer.

O começo da vida acontece em época incerta, pela vontade, amor e carinho que os nossos

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