O Brasil ultrapassa Espanha no ‘ranking’ da economia mundial

Os países emergentes prosseguem no trajecto do sucesso. A semana iniciou-se com a notícia da China ter destronado o Japão do 2.º lugar na economia mundial, em termos do valor do PIB. Hoje, o feito coube ao Brasil, com um PIB de 1,8 biliões de dólares entre o final do 1.º trimestre de 2009 e idêntico período de 2010. Com este resultado, desalojou da 8.ª posição a economia espanhola, que se quedou pelos 1,5 biliões de dólares, segundo a publicação Expansion; informação secundada, em Portugal, pelo Jornal de Negócios.

Ressalve-se, entretanto, que, tanto no caso da China como no do Brasil, a evolução necessita de ser confirmada no fecho de 2010, embora a maioria dos analistas assegurem que a situação não se alterará; pelo contrário, poderá mesmo reforçar-se.

China e Brasil: as diferenças

Conquanto desfrutem ambos da classificação de ‘países ou economias emergentes’, existem diferenças consideráveis nos modelos de desenvolvimento das duas nações. A China, governada por uma elite comunista-capitalista, e pátria de conveniência das multinacionais, é um país, com 1.347.000.000 de habitantes. Muitos deles submetidos a regimes de trabalho desumanos, como realçámos em Foxcoon: a morte de mais um trabalhador.

No Brasil, presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, ex-operário metalúrgico e lançado para o mundo do trabalho aos 13 anos, o crescimento económico tem características distintas. Ainda há muita pobreza e caminho por desbravar. Lula está consciente disso. Porém, no final do 2.º e último mandato, o presidente brasileiro deixa ao povo brasileiro um legado social e económico, diferente daquele que herdou e do prevalecente na China. O Brasil só tem 193.000.000 de habitantes e admito que seja mais fácil a acção governativa.

Vencidas algumas turbulências do 1.º mandato, o presidente Lula e seus governantes souberam extrair e distribuir o rendimento dos benefícios dos inúmeros recursos naturais do Brasil, seguir políticas monetárias favoráveis à competitividade externa – 13% das exportações brasileiras destinam-se à China – e ao desenvolvimento do mercado interno e da classe média, através de incentivos ao emprego e ao consumo privado. Com estas políticas, em que a intervenção do Estado na economia é efectiva e benéfica, o Brasil espera atingir crescimentos do PIB da ordem dos 7% em 2010 e 11% em 2011.

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