400 milhões de razões para nos preocuparmos

Com que então, o governo decidiu num sábado, e talvez até lhe tenha ocupado a tarde toda, gastar 400 milhões na indústria dos incêndios. Não faço ideia se chega ou não, apesar da Cristas ter vindo dizer que não chega. Quem foi  Ministra da Agricultura e do Mar poderá ter uma ideia sobre o assunto, se bem que a floresta não é propriamente uma subdivisão da agricultura. Excepto se for para se plantarem eucaliptos nos terrenos agrícolas, área onde Cristas tem cartas para dar.

Adiante. Decidiu-se gastar uma pipa de massa com base em quê? No combate aos incêndios? Na prevenção? Qual é o plano? Muito dificilmente as boas decisões acontecem em momentos de pressão e o Governo encontra-se entre a espada e a parede. Uma pressa destas só nos pode criar preocupações sobre estarmos a fazer as melhores escolhas. Acossado pela oposição, pelo Presidente e refém da sua própria incúria, Costa precisou de mostrar serviço.

E mostrou. Mas começou logo pelo lado errado ao nomear Tiago Oliveira, que trabalhava há vários anos com a Navigator, para unidade de missão dos incêndios. É uma decisão tão má como foi a do anterior governo ao ter nomeado Sérgio Monteiro para secretário de estado dos transportes. As razões são as mesmas. Não se metem raposas a guardar galinheiros.