Não costumo escrever aqui no Aventar sobre o meu Sporting. Começo por referir que sou sócio do clube com mais de 40 anos de filiação e quotas em dia. Nunca votei em Bruno de Carvalho, apesar de considerar em 2013 que era o melhor candidato à partida, no entanto algumas reservas à sua postura e estilo, fizeram com que me abstivesse. Em 2017 não votei porque a sua reeleição era um dado adquirido à partida e nunca levei a sério o opositor. Mesmo no actual contexto ninguém aponta uma solução protagonizada pelos rostos da oposição eleitoral ao ainda presidente do clube. Verdade que sempre apontei críticas a Bruno de Carvalho, mas fui apoiando o seu trabalho, não me revendo apenas no estilo de presidência. Até que chegou o fatídico mês de janeiro deste ano, quando o menino mimado passou de birrento a déspota, provocando uma crise desnecessária e imprevista, quando a equipa de futebol liderava o campeonato de futebol.

Para alimentar um enorme ego, o presidente do Sporting Clube de Portugal, enciumado por ser menos idolatrado pela massa adepta do clube face aos atletas, pretendeu chamar a si o poder absoluto do clube, alterando os estatutos. Rejeitadas as suas pretensões numa primeira assembleia-geral, o pirómano ateou um incêndio de magnitude imprevisível ao chantagear os sócios, convocando com a conivência dos restantes órgãos sociais uma triste assembleia-geral plebiscitária, onde conseguiu os seus intentos ameaçando os sócios com o fantasma da demissão caso estes não cedessem às pretensões do tirano. Munido de 2 esmagadoras vitórias eleitorais, legitimadas pelo plebiscito que moldou os estatutos a seu favor, seria de esperar que a criatura se focasse no trabalho e reinasse no clima de paz sem contestação evidente. Mas um psicopata quando não tem inimigos, inventa-os. Não vale a pena narrar aqui os sucessivos posts no Facebook que levaram à crise pré e pós-Madrid. Nem relembrar que os momentos escolhidos foram sempre os piores. Mas apesar de serem já evidentes os perturbadores sinais de desnorte, que provocaram a reacção dos adeptos na bancada no jogo com o Paços de Ferreira, o ainda presidente ao invés de acalmar os ânimos e deixar passar o tempo, que poderia resultar a seu favor, sempre que o incêndio dava sinais de estar controlado, qual pirómano foi sempre ateando e provocando sucessivos reacendimentos. Qual Nero, do alto agora pode contemplar a sua obra. Quem estiver minimamente atento ao discurso da criatura perceberá que o discurso é eu, eu, eu, eu e mais eu… Com tempo e paciência, talvez um dia Alvalade XXI mudasse para Estádio Bruno de Carvalho, ou figuras como José de Alvalade, Peyroteu, Vítor Damas, Manuel Fernandes, Joaquim Agostinho, Carlos Lopes entre muitos outros, sejam relegadas para 2º plano face à magnificência em que o homem pequenino se tem em conta…
Qualquer tirano tem sequazes e não poderia ser diferente no Sporting Clube de Portugal. A Juve Leo tem sido uma verdadeira guarda pretoriana ao serviço do déspota, outrora também ele um frequentador da turba de hooligans que ocupam a bancada Sul. Sobre claques tenho-as todas, não importa a cor em igual consideração e respeito, ao nível de vermes, uma verdadeira escória da sociedade. Obviamente que lamento qualquer perda desnecessária de vidas humanas, mas o adepto italiano assassinado nas imediações do Estádio da Luz não era um santo, afinal que faziam ali de madrugada algumas dezenas de hooligans envergonhando a cor verde e branca? E que faziam ali também outros tantos trajando de vermelho? Seguramente não foram conviver nas vésperas do jogo, porque animais selvagens não se misturam entre si, o resultado é tristemente conhecido. Não tenho provas que me permitam apontar um culpado, mas como tiveram estes animais acesso ao parque de estacionamento reservado aos jogadores? Quem paga os bilhetes e viagens aos hooligans nos jogos que a equipa disputa fora de Alvalade? Quem franqueou ou facilitou o acesso da turba à Academia de Alcochete? Sabendo que existe revista policial antes dos jogos, reforçada quando o jogo é de alto risco como aconteceu no último derby em Alvalade, como foi possível estes energúmenos lançarem tochas sobre Rui Patrício? Pela porta seguramente que não entraram no dia do jogo, logo só poderiam lá estar guardadas, o que significa conivência entre funcionários do clube e escumalha alcoolizada ou drogada, que é um estado frequente nestes vândalos. Enquanto sportinguista gostaria que o próximo presidente tivesse a coragem que por exemplo teve Florentino Perez, quando baniu os ultras do Santiago Barnabéu. Os estádios ingleses ficaram muito mais higiénicos quando limparam o mesmos da ralé que semanalmente os envergonhava nos anos 80. Haja vontade em Portugal, para que as famílias e pessoas de bem voltem a assistir aos jogos de futebol nos estádios sem constrangimentos.
Obviamente que Bruno de Carvalho não sairá pelo próprio pé. À semelhança de qualquer déspota, estará convicto que a sua permanência serve os interesses do clube. E também os seus interesses, afinal é um emprego de sonho ser presidente do Sporting Clube de Portugal. E sejamos realistas, quem lhe dará emprego quando sair do cargo? E que tipo de emprego? Muito provavelmente o homem não conseguirá melhor que 10 vezes menos do que aufere actualmente. Os restantes membros da direcção em funções também estão remunerados. É gente que luta pelo seu emprego, por isso não se demitem. Não estão a servir o Sporting, estão a servir-se do Sporting. Claro que ainda têm seguidores, há sempre pessoas dispostas a defender o indefensável ou recusando ver o que se passa à sua volta. Em Abril de 1945 ainda existiam alemães lutando por Hitler esperançosos numa vitória militar… Mas a realidade é o que é, estando o Sporting a necessitar de restruturar financeira e na iminência de lançar um empréstimo, que credor estará disposto a colocar dinheiro nas mãos desta gente? Será precisa uma rescisão do plantel para abrirem os olhos? Porque isso significará uma imensa perda de activos. Fala-se em justa causa para legitimar uma destituição do actual Conselho Directivo, se isto não é matéria para uma acusação de gestão danosa, então não sei o que será…

Comments

  1. ZE LOPES says:

    Cansados de ver saír,
    Cartas fora do baralho,
    Gritaram os sportiguistas,
    “Ó Bruno vai p’ró Carvalho!”.

  2. ZE LOPES says:

    Cansados de ver sacar,
    Cartas fora do baralho,
    Gritaram os sportinguistas,
    “Ó Bruno vai p’ró Carvalho!”.

  3. ZE LOPES says:

    Não é spam. Repeti o comentário porque o primeiro não aparecia. Mas a verdade é que os sportiguistas já gritam a dobrar…


  4. Estes dramáticos acontecimentos, somados a outros que ao longo dos anos vêm sendo “protagonizados” por esta escumalha das “juves” dos três principais clubes, e alimentada por eles, mostram ser autênticas “escolas” nazis, até pelos símbolos e estandartes que algumas ostentam.

    Talvez que, agora que a merda transbordou do penico, “as autoridades” ditas “competentes” governo incluído, se disponham, finalmente, a acabar DEFINITIVAMENTE com a praga, punindo exemplarmente e pondo “com dono” toda a cãozoada…

  5. ZE LOPES says:

    Ó Almeida! Ó Almeida!

    Eu, cá p’ra mim, este Bruno é comunista! Desde o berço!

    E, cá p’ra mim, andou nos Comandos, mas acabou por vir embora, não por desidratação, mas por excesso de água de Vialonga!

  6. Antonio Pereira says:

    Criticar o estilo truculento de Bruno de Carvalho, concordo. Pedir a sua demissão devido às quesilias e desgaste interno que isso originou, de acordo! Agora invocar o facto de se ter optado por uma gestão profissional do Clube para atacar Presidente e Direcção… é caso para dizer : “Não há melhor que um populista para atacar outro populista”