De quando em vez, há eleições. Endireitam-se as gravatas, toma-se banhoca duas vezes ao dia, engraxam-se os discursos, escovam-se os sapatos, esgalha-se um amplo sorriso, ligam-se os microfones e os megafones, bota-se uma faladura, sacam-se uns aplausos, levantam-se umas bandeirolas, içam-se a moral e o moral, mais aplausos, três sardinhas, dois copos de vinho, tinto da casa, a mão que acena, o pé que dança, o flash que dispara, bota uma selfie, a multidão que resfolega, o sono que ataca, o café que não vem, o café que vem frio, mão na buzina, eia, eia, eia, passa a caravana, o cão abana a causa de contente, recolhe à casota, a lua se levanta, adormece o cão, sai o gato . Vem o boletim, bota-se a cruz a caneta. É segunda-feira. Toca o despertador. Acabou-se a vaselina.
São quatro anos sempre a rasgar
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