Contas certas

Quem ache que um défice orçamental de zero se obtém sem mudar o cerne do funcionamento dos ministérios e do poder local que se desengane.

INEM demora oito minutos a atender chamadas
Tempos de atendimento das chamadas dispararam no mês de junho. Houve alturas em que os operadores levaram, em média, seis a oito minutos a atender uma chamada

Assistimos desde a vinda da troika a um ainda maior corte dos meios necessários ao funcionamento dos serviços públicos, o que tem consequências bem práticas. No entanto, a orgânica dos ministérios e do poder local mantém-se inalterada. O bolo do orçamento continua a ser repartido em função do modelo de gestão do tempo das vacas gordas dos governos de Cavaco e Guterres.

O INEM garante que se trata de “situações absolutamente pontuais que representam exceções àquela que é a atuação dos CODU”.

Felizmente que a morte é reversível. Caso contrário, um sistema incapaz de responder a situações pontuais seriam uma bela chatice.

Quão pontuais são essas situações que levam até 8 minutos de espera? Não estamos a falar de uma passagem de 13 segundos, valor indicado pelo INEM em Maio de 2018, a 30 ou 60 segundos. Em causa está um aumento de quase 37 vezes. Até porque não é a primeira vez que estes atrasos são assunto.

Algumas chamadas, referia o sindicato em finais do mês passado [Dezembro de 2016], demoram mais de três minutos a ser atendidas, em vez dos sete segundos aconselhados pelos manuais mundiais.

Quem não tem condições para exercer o cargo tem sempre a opção de não compactuar com a situação, sr. Luís Meira.

Imagem: SAPO

Comments

  1. abaixoapadralhada says:

    Enquanto o INEM tiver por base a rede do sefardita, também conhecida por Altice, vulgo Meo, não vai funcionar.
    E os bandidos dizem que não têm culpa e ninguém os responsabiliza.
    A mesma treta do Siresp

    • Fernando Manuel Rodrigues says:

      O habitual discurso dos governantes: “Não sabia de nada”. “Não tive culpa de nada”. “Não sou responsável por nada”.

      Ou então, e como corolário… “Não me lembro”.

  2. GSilva says:

    A caça ao SNS continua…
    Onde houver uma falha lá estará alguém para a documentar e a imprensa para a apresentar como se fosse a norma.
    Assim, seria igual em todo o mundo (Suécia, Dinamarca, Finlandia,etc. etc.)

    • j. manuel cordeiro says:

      Uma falha? É o próprio Luís Meira que admite a existência de dificuldades. Ver imagem supra.
      Continuem a enterrar a cabeça na areia.

  3. j. manuel cordeiro says:
  4. Carlos Almeida says:

    Claro

    O que pretendem é abrir espaço para o negocio dos Hospitais da Luz e similares, se possível com o modelo que os Jesuitas amarelos, exploraram para o ensino privado: ser o Estado a fornecer-lhes e pagar os seus clientes.
    É um grande negocio, alias foi sempre o maior dos negocios: “roubar galinhas e vendê-las ao dono”

  5. Julio Rolo Santos says:

    A generalização das greves no SNS não visão senão, a desastibilizacao do sistema. Todos falam na falta de investimento em equipamentos e em recursos humanos mas ninguém fala da desorganização que reina no sistema. Há equipamentos que avariam sistematicamente por falta de especialização de quem os utiliza. Há falta de pessoal, nomeadamente médicos e enfermeiros, porque continua a ser permitido que estes profissionais possam acumular com o privado. O que se está a verificar é o assalto do privado ao SNS com a conivência dos próprios profissionais do público e o Zé é a cobaia deste pingue-pongue vergonhoso. E o governo olha com passividade para o desmoronar do SNS para gáudio de uns tantos a esfregarem as mãos de contentes.

    • Fernando Manuel Rodrigues says:

      “Há equipamentos que avariam sistematicamente por falta de especialização de quem os utiliza.”

      E quem contratou os supostos “especialistas” que não são capazes de operar os equipamentos para cuja operação foram contratados? Podem ser despedidos?

  6. Julio Rolo Santos says:

    Num prédio de sete andares, onde habitei durante alguns anos, os elevadores (2) estavam frequentemente avariados e isto porquê? veio a saber-se que os condóminos eram os próprios responsáveis pelas avarias porque carregavam nos botões, para os fazerem andar, faziam-no a murro e isso trazia consequências, como é óbvio. Um médico de um certo serviço pediu um determinado aparelho e quando o dito chegou, o médico apressou-se a liga-lo sem ver previamente as características do mesmo. Era no tempo em que ainda havia diferenças de voltagens nos vários países, 110 ou 220 Voltes. O aparelho vinha ligado para 110 Voltes e tinha que se rodar o botão para 220 Voltes que era a medida usada em Portugal. Conclusão, o aparelho queimou.Tenho conhecimento de que há exames, sobretudo de radiologia, que no público estão sistematicamente avariados levando ao adiamento dos exames, são públicas as queixas de utentes, porquê?

    • Paulo Marques says:

      Porque o equipamento passou o prazo de vida. Se nos transportes se dá a volta, porque o equipamento é simples, macroscópio e mecânico, nesse caso é radioactivo e com altas voltagens, convém não inventar muito.