A narrativa do apocalipse social e económico falhou

Diziam que os acordos não durariam um mês.
Duraram.

Diziam que a solução não sobreviveria após a devolução dos rendimentos.
Sobreviveu.

Diziam que não chegaria ao fim da legislatura.
Chegou.

Diziam que não haveria estabilidade.
Houve.

Diziam que não era possível devolver rendimentos de forma tão rápida.
Foi.

Diziam que era preciso cortar 600 milhões nas pensões.
Não foi.

Diziam que as contas públicas entrariam em colapso e que um novo resgate seria inevitável.
Nada disso aconteceu.

Diziam que vinha aí o diabo.
Nao veio.

Existem muitos problemas por resolver, reformas estruturais para fazer, serviços públicos para melhorar e direitos laborais para garantir. Viver em democracia é uma luta constante e sem fim. Mas a narrativa do apocalipse social e económico falhou. E a democracia portuguesa saiu reforçada num aspecto que poucos ousaram antecipar: afinal, o arco da governação não é um exclusivo dos três partidos do costume. Porque a democracia representativa é de todos. E esta é, para mim, a grande vitória da Geringonça. Agora venha daí outro Parlamento, se possível melhor que o anterior.

Comments


  1. J. Mendes, posso subscrever por inteiro e maior que inteiro ainda este seu último parágrafo ?

    reforçando a bold esta afirmação
    ” afinal, o arco da governação não é um exclusivo dos três partidos do costume.
    Porque a democracia representativa é de todos ! ”

    Alvissaras !!

  2. JgMenos says:

    Como sempre ocultam – VIGARISTAS – que o que foi dito teve por base orçamentos aprovados e em final NÃO cumpridos.

    VIGARISTAS

    Tivessem investido o que planeavam, tivessem gasto o que diziam ir gastar e NADA do que fizeram era possível, e era o DIABO.

    VIGARISTAS

    • Paulo Marques says:

      Comparado com quem, já agora? E “nada” é apenas a parte das “contas certas”, certo? Porque a parte dos serviços públicos não ficou mito diferente da degradação prometida pelo teu querido líder, nem o sucessor.

    • POIS! says:

      Pois!

      Ainda bem que não deram nem um tostão para o museu Salazar!

      Isso sim, era o diabo!

      (A propósito: diabo em MAIÚSCULAS? Hummm? Não! Só pode ser! Malta, o JgMenos é satânico! A pouco e pouco, desfaz-se o mistério!)