Dados sobre a afluência às urnas até às 16h revelam algo que não surpreende. A abstenção voltará a ser a grande vencedora destas eleições legislativas, como de resto foi em 2015, quando obteve a preferência de 43,07% dos portugueses.
É triste, muito triste, que a maioria dos portugueses opte por não exercer um direito que tanto sangue, suor e lágrimas custou aos homens e mulheres que lutaram contra a ditadura salazarista. Pobre democracia.
É preciso entrar em linha de conta com o aumento de mais de um milhão de eleitores emigrantes com o recenseamento obrigatório.
Os números absolutos serão mais fiáveis para se chegar a uma conclusão
João Mendes.
Eu insisto no desencanto que esta classe política vem causando aos portugueses em geral, cuja questão de fundo é: “Votar para quê” se tudo é cada vez mais igual?
Não pertenço aos abstencionistas, mas tenho consciência da situação a que esta classe política, mal preparada, corrupta e mentirosa sujeita uma escolha.
Há 30 partidos ou coisa que se pareça, o que significa exactamente isso: uma fractura onde tenta emergir uma nova solução. Mas nem assim, porque os que vão aparecendo são pessoas de velhos vícios, tais como Santana Lopes, André Silva, o incontornável homem do fado, enfim, gente sem carisma nem credibilidade.
O que seria positivo é que, da mesma forma que os partidos políticos se congratulam com os resultados dos seus partidos – como sempre nunca há derrotados – que se debruçassem, de facto, na procura das razões pelas quais o maior partido português, o único com sucessivas maiorias absolutas – a abstenção – não é considerado em nenhuma análise séria, preferindo chamar a quem não vota desinteressados, inconscientes, preguiçosos, …
E assistimos a frases incríveis pronunciadas por gente que se diz com responsabilidade. Refiro-me a Rui Rio e a Assunção Cristas que afirmaram na presente campanha eleitoral, que a abstenção dá força ao PS e à esquerda. Esta é a forma como esta gentinha trata o seu apoiante, pois ao fazer fé no que afirmam, atiram para a direita a responsabilidade pela abstenção. Pessoalmente, não voto em nenhum deles, mas se tivesse essa intenção, tê-la-ia perdido.
Será que essa gente pensa?
E chegou a altura do Sr. das selfies, sempre tão preocupado com a imagem da classe política, desencadeasse um movimento, como responsável pelo bom funcionamento das instituições democráticas, lançando o repto aos partidos para que essa análise fosse feita.
Só que ele, enquanto elemento da sociedade política, é parte do problema e não da solução.
Onde está André Silva, queiram ler Andr´Ventura.
As minhas desculpas.
Onde estive as secções de voto tinham quase 1500 clientes para despachar. Segundo o representante da CNE, uma não dava conta do recado e vi várias pessoas mais idosas a ir embora invés de esperar bem mais de meia hora.
Assim, é natural.
Tem razão.
Mas essa, não é a causa para a abstenção absoluta. Há outras razões que a classe política quer fazer de conta que não existem.
Como, aliás, a entrada do fascismo na Assembleia. As razões são exactamente as mesmas. Esta corja política tem varrido para debaixo do tapete os problemas da sociedade e o resultado fica à vista.
Concordo. Como escrevi no outro dia, campanhas baseadas no que não se pode ter ou resolver não entusiasmam ninguém.