Resistir é outra coisa

Quando ouvi falar do caso, comentei com um amigo, adepto de posições demasiadamente securitárias para o meu gosto, que, se um bando de criminosos intimida uma comunidade, e a comunidade se organiza para se defender e repelir o gangue, estaria sempre do lado da resistência.

Acontece que o que se passou há dias, no Porto, não foi resistência. Foi um gangue violento que invadiu propriedade privada para espancar pessoas que ali estavam.

Um acto criminoso de contornos racistas, perpetrado por uma quadrilha que inclui criminosos reincidentes, identificados pelas autoridades como neonazis, com o objectivo de intimidar imigrantes.

Um crime de ódio, portanto. [Read more…]

Bugalho: o Galamba do PSD

A escolha de Sebastião Bugalho diz, sobretudo, muito sobre Luís Montenegro e este PSD do que sobre o candidato.A crítica de que o candidato é muito novo é uma tolice. O problema do Bugalho não é a idade e como já nos anos noventa explicava um político no activo, “é um problema que passa com o tempo”. Como a confusão com as quinas e o que isso demonstra de pouca preparação é mero “fait divers” e, certamente, o candidato saberá mais sobre História e Europa que outros que o acompanham. Nem o facto de Bugalho ser uma espécie de Paulo Portas da “Temu/Wish” me espanta.

O que me espanta na sua escolha é a impreparação de quem o convidou. Porque quem o fez certamente desconhece pontos fundamentais sobre o escolhido e que exemplarmente Ricardo Araújo Pereira demonstrou no seu programa do último domingo: o cabeça de lista indicado pelo PSD é pouco ou nada tolerante com a opinião do outro e isso é fatal em democracia. A forma como tratou a jornalista da CNN (Anabela Neves) ou a Maria João Avillez e um comentador do PS (na SICN), nesse apanhado apresentado pelo RAP, diz muito. Mesmo muito. Tanto nas linhas como nas entrelinhas. Chega a ser desconfortável e assustador. Como não o é menos a reacção dos outros convivas nos diferentes momentos. Aliás, era ver nos dias seguintes ao anúncio o desfile de jornalistas e comentadores a elogiar o “amigo” mesmo não estando confortáveis com a sua decisão. Quando o que se notou foi o desconforto de quem, de repente, se sentiu usado. Porém, sobre o candidato teremos tempo para falar.

A escolha de Montenegro não é apenas incompreensível. É, sobretudo, demonstrativa da falta de quadros (ou da disponibilidade deles) no actual PSD. O que é sintomático. Aliás, o PSD preferiu escolher um candidato que está (ou sempre esteve) ideologicamente à direita do PSD – além de ter sido candidato a deputado pelo CDS no passado, Sebastião Bugalho nunca escondeu onde estava ideologicamente e não era na social democracia. Bugalho pode ter escondido muitas coisas nestes anos mas o seu “pensamento” sobre o PSD, Montenegro, Europa ou sobre ser deputado europeu, não. Sebastião Bugalho pode ter “enganado” os telespectadores da SICN e antes os da CNN mas Montenegro não se pode sentir enganado. Pode um telespectador da SICN olhar para as horas de opinião “supostamente” independente de Bugalho nas últimas legislativas e ficar a pensar que foi enganado. Montenegro não pode. Luís Montenegro está convencido que esta sua escolha é a salvação das “suas” europeias.

Se o resultado for melhor que nas últimas (impossível não o ser pois o PSD bateu no fundo nas de 2019) cantará vitória e o seu spin dirá que ele é uma espécie de “Mourinho” da política. Se correr mal, a culpa será “do rapaz” e o spin de Montenegro se encarregará de tratar do assunto. Aliás, o “spin” do PSD já está a tratar de dar a entender de que as expectativas são baixas. Falso. A escolha, seguindo as palavras de Montenegro, “de um jovem conhecido da televisão e redes sociais” não é baixar as expectativas. Pelo contrário. A questão é saber se Montenegro sabia ou não que nem Bugalho é conhecido para além da bolha nem, independentemente da idade no cartão de cidadão, é jovem pois aquilo que debita (no conteúdo, no tom e na imagem) é mais velhinho que a Sé de Braga.

A questão não é, a meu ver, se Bugalho salva ou não salva o resultado do PSD. A questão é saber se para Montenegro vale tudo. E, se vale tudo, então estamos esclarecidos. Esta escolha, na minha opinião, completamente “destrambelhada” dá a entender que Montenegro ainda não largou o fato de líder parlamentar. Ainda não percebeu que foi eleito Primeiro Ministro de Portugal. Ainda não percebeu, ao contrário da letra de uma música de um dos seus cantores preferidos, “Criança que fui e homem que sou/ E nada mudou”, que tudo mudou. Hoje é Primeiro Ministro e isso exige ponderação nas escolhas, sangue frio no caminho a trilhar e saber ouvir. A coisa não está para precipitações ou amadorismos.

Obviamente, as tropas de choque de Montenegro, depois do espanto e terem corrido a apagar o que sobre Bugalho escreveram no passado, já estão na primeira fila a bater palmas e a tecer os maiores elogios. É da praxe. Nem que tivesse sido escolhido o “macaco Adriano”. Por sinal, mais conhecido que Bugalho. Os meus amigos do PSD dirão: o PS também tem o Galamba e olha! . É verdade, parabéns, conseguiram: o Bugalho é o Galamba do PSD.

PPD/PSD: 50 anos de um ADN mal resolvido

O PPD surge no pós-25 de Abril, pela mão de, entre outros, outrora liberais da Assembleia Nacional. A dita Ala Liberal tolerada pelo Estado Novo. Como se tratasse de uma irreverência bem comportada, em nada semelhante à contestação merecedora de espancamento, prisão, deportação ou mesmo assassinato.

Não foi difícil que, em pouco tempo, começassem apelidos pouco elogiosos, como “guarda-chuva dos fascistas”. Um estigma que cedo Francisco Sá Carneiro percebeu que tinha de resolver. Tanto mais que o socialismo era a palavra de ordem.

Ao tempo, ser de Esquerda era ser de vanguarda e afinava pelo diapasão dominante. E nada como a Social-Democracia, para o PPD ser legitimamente de Esquerda com o carimbo PSD que, à época, ser liberal não seria bom caminho.

Já o PPD defendia – ou dizia defender -, então, o socialismo. E até tentou entrar para a Internacional Socialista. Mas, Mário Soares não andava a dormir.

Surge, então, em Outubro de 1976, o PSD (curiosamente o mesmo nome de um partido criado por Adelino da Palma Carlos, que não seguiu caminho), que se apresenta de Esquerda, na palavra dos seus próprios fundadores.

Ficou, apenas, a proclamação de baptismo e nada mais. Porque ao longo das décadas que se seguiram, o PSD foi tudo menos socialista. Nem sequer Social-Democrata. Pois que a Social-Democracia é coisa que só o Partido Socialista, de quando em vez, foi e vai sendo, naqueles raros exercícios de socialismo que pratica. É que, ao longo da maior parte da história da democracia portuguesa, o socialismo está para o Partido Socialista, como Clark Kent está para o Super-Homem.

Mas, voltando ao PSD, desde o modelo económico traçado durante o Cavaquismo, até à doutrinação Passista do “ir além da Troika”, feitas as contas, o PSD não é de Esquerda; não é socialista; tem medo de dizer que é de Direita; balança entre o conservadorismo e o liberalismo quer na economia quer nos costumes; face à ameaça do Chega na disputa do seu eleitorado, exercita uns passes de dança entre o popularucho e o conservadorismo saudosista; diz-se reformador e é profundamente messiânico.

Quem o viu e quem o vê: está na mesma.

John Coltrane Quartet – Arquivos RTBF (1965) | Qwest TV

3 Indignações sobre o caso Boaventura

(notícia de hoje no Dário de Notícias)

Ponto prévio. Este problema não é exclusivo do CES, nem da UC, nem da academia portuguesa. É um problema enraizado em sociedades cujas gerações conheceram o peso do patriarcado no quotidiano. A estrutura hiper hierarquizada do meio académico apenas fornece oportunidades em ouro a uma larga variedade de predadores. A grande diferença é que já existem instituições que criaram mecanismos credíveis e eficientes para lidar com estes problemas.

1- A UC deveria comunicar sobre este tema com muito mais clareza e sobretudo anunciar à comunidade UC o que já mudou, o que vai mudar, se ainda vai ouvir a comunidade (que tal um inquérito individual?), etc. Se não fica a sensação que a rede de conflito de interesses sobre este caso, rede esta que é mais extensa do que parece à primeira vista, está a conseguir travar e apagar com subtileza este caso da atualidade. É muito importante que a comunidade UC tenha confiança na instituição e que esta dê garantias que no futuro não se vão repetir os erros deste caso. Por exemplo a NASA providencia um serviço eficaz e independente que dá garantias de proteção de anonimato para apoio às vítimas de assédio. É um exemplo, existem outros;

2- O silêncio pesado sobre este assunto de quem à esquerda sempre se bateu pela justíssima causa do assédio moral e sexual. Não precisamos de discursos contendo acusações veladas ou explícitas, nem de nomes, muito menos de lavagem de roupa suja em público, precisamos de assertividade sobre este assunto, uma ou duas frases inteligentes que demonstrem uma posição clara e inequívoca;

3- Gurus de esquerda? Tenham juízo. Uma terra sem amos e sem gurus.

Gaffes

Sei que estou atrasado nestas conclusões. Tenho muito a acontecer de novo na minha vida e tem sido deveras refrescante estar fora do incessante vórtice mediático que nos consome tempo, ânimo e profundidade. Além disso, com aterradoras transformações tão relevantes ao nível planetário, a política da tuga tornou-se há muito um fait-divers tragicómico, um entretenimento leve e descompressor, que só nos resta escarnecer de acordo com a sua irrelevância.

Em todo o caso, acerca das gaffes da semana:

  • Nuno Melo e o Atlético Norte – Quando ouvi falar deste inusitado momento, assumi que se tivesse tratado de um corriqueiro e perdoável desvio de língua; ainda há uns tempos me referi aos talheres como “garfa e faco”, acontece a todos. Vendo o vídeo, fica evidente que ele não sabia bem o nome do tratado, consultou a cábula, não achou, sabia que era algo como “atlante” ou “atlético” e atirou em desespero.
    Esta carraça, resquício do político do século passado, é uma caricatura dele próprio. Felizmente, a nossa defesa não nos compete a nós, pelo que não é preciso mais do que isto para exercer o cargo em que ele se viu sem saber ler nem escrever (pelo menos, sobre a área que “tutela”). De recordar, por exemplo, que antes do Sr. Cravinho tivemos um ministro Azeredo que, confrontado com o desaparecimento de material de guerra, engajou em especulação metafísica sobre o que realmente significa “existir” ou “desaparecer”; e admitiu que nada daquilo o surpreendeu porque “vê filmes policiais”. Nuno Melo segue assim uma longa tradição de ministros da Defesa com habilidade para o tipo de humor que não se via desde a morte de Camacho Costa.
  • As quinas do Bugalho – Estou-me cagando quantas quinas tem a bandeira e estou-me cagando se o Bugalho sabe quantas quinas tem a bandeira. Se ele tivesse subido ao púlpito e declarado “A bandeira portuguesa tem sete quinas, quinze castelos e um ovo estrelado, e a União Europeia é um antro oligarca de fascistas encapuzados”, eu aplaudia de pé e içava a bandeira com as quinas que ele quisesse.
    No entanto, sem surpresa, elogiou a Ursa pela sua gestão da…crise covid. É mais um elemento da longa lista de subalternos que, revestido do virtuoso manto do federalismo, baixa as calças ao longo pénis da ditadura europeia.
    Dá vontade de o considerar um eunuco invertebrado, cuspidor de vacuidades, boosterizado e açaimado, recitador de cartilhas, reles cão de fila da aristocracia. Não o farei; espero que volte rapidamente ao cargo de comentador televisivo para que eu – por não ver senão desporto da televisão – não tenha de voltar sequer a pensar nele.

Uma definição de influencer

Ter um milhão de seguidores e ganhar, no mínimo, 300 mil euros por ano.

Nuno Melices I

Ainda vamos ver o “Ministro” Nuno Melo a propor a incorporação obrigatória dos sem abrigo nas Forças Armadas….

Vários anos longe do poder…

E muitos boys & girls sem emprego. O governo exonerou a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Obrigado

Jorge Nuno Pinto da Costa, 1982-2024

Ontem, a caminho do almoço no Southbank Centre, passei pelo St. Thomas’ Hospital

“St. Thomas’?”, perguntei aos deuses da Ortografia. “Deveria ser St. Thomas’s!”, exclamei. Felizmente, não estou sozinho — há quem se defenda, alegando que é um plural. Really? Oh dear!

E se…

…Se forem grandes delitos? Tarrafal?

“Minha laranja amarga e doce”

“Cavalo à solta” é, para mim, uma das mais belas canções alguma vez concretizada pela genial dupla Ary dos Santos e Fernando Tordo.

A dualidade de sentimentos e perceções próprias da precária condição humana, o modo como em cada um de nós os opostos lutam e dessa luta nasce um sentido, tem uma dimensão singular nos trilhos da vida.

A dado momento, diz o genial Ary dos Santos:

“Minha laranja amarga e doce, minha espada
Poema feito de dois gumes, tudo ou nada”

Tudo isto, acompanhado pelos tons dramáticos que as notas musicais de Fernando Tordo, e a sua voz precisa e profunda, que nos levam a compreender melhor a mensagem, sem subterfúgios ou equívocos, num embalo semântico e dual.

Ali está, sem dúvidas ou ambiguidades, ou com todas elas, toda a contradição harmonizada que compõe a condição e o sentimento.

Revisitei ontem esta canção quando via os resultados eleitorais do meu meu clube, do meu Futebol Clube do Porto.

Outrora sócio, e, há muito anos anos, mero adepto, se sócio continuasse a ser, teria votado André Villas-Boas.

Mas, jamais teria comemorado tão grande derrota sofrida por Jorge Nuno Pinto da Costa. Pela simples razão que entendo que do passado se faz melhor futuro. E eu não posso esquecer as dimensões europeia e mundial que Pinto da Costa deu ao meu clube.

Foram décadas de consolidação de um modo de ser e de sentir, não apenas de um clube, mas, acima de tudo, de um modo inconformado de estar na vida de uma região e, até mesmo, de qualquer um que não se resigna.

É verdade que os últimos anos foram de desacerto e que o clube atingiu perigosos níveis de endividamento. E, não menos verdade, faltou visão e até coerência, entre princípios e acções.

E, mais ainda, faltou a aquilo que John Pappas – personagem do filme “City Hall”, interpretada por Al Pacino – denomina por “menschkeit” (um termo Yiddish que significa “the space between a handshake”: [Read more…]

FC Porto: o aviso está dado

Ontem foi uma vitória esmagadora do Portismo. Porque esmagadora era a vontade de acabar com a impunidade visto na famigerada Assembleia Geral. Porque esmagador era o sentimento de revolta com o desnorte financeiro (e não só) dos últimos anos. Foi a vitória dos sócios.

Os mesmos sócios que não esquecem Jorge Nuno Pinto da Costa, o seu legado, a sua dedicação mas que sabem que o clube é dos sócios. Todos.

Agora é deixar os vencedores trabalhar e lembrar-lhes que a exigência demonstrada ontem estará sempre presente. Não se enganem, ontem não foi dado um cheque em branco. Foi dado um aviso à navegação. Foi o Portismo em todo o seu esplendor. Um Portismo que vai do Minho a Timor e onde quer que viva um(a) Portista💙.

Como alguns aventadores (dois), os Smoog surgiram em Outubro de 1972

FC Porto: André Villas Boas ganhou

André Villas Boas é o novo Presidente do FC Porto

A IL, o regime comunista do Estado Novo e o combate aos caçadores furtivos que matam unicórnios cujo corno serve para tratar a disfunção eréctil

Como todos sabemos, o corno de unicórnio tem poderes medicinais, sendo usado para tratar a pele atópica e a disfunção eréctil ou a pele eréctil e a disfunção atópica, não sei bem, porque ainda estou a tentar entrar em Medicina e as médias estão altíssimas. Por isso, os unicórnios correm perigo de extinção – nas matas e florestas de todo o mundo, especialmente em Monsanto e na Arrábida, há caçadores furtivos que matam, sem escrúpulos e sem balas, unicórnios aos milhares.

No desfile comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril, a Iniciativa Liberal, dentro do mesmo espírito informado e científico, gritou a palavra de ordem “Comunismo nunca mais”, de maneira a pôr os pontos nos bês. Viva a Iniciativa Literal!

Não passarão

A enchente na Avenida da Liberdade e nos Aliados fez-me perceber que me deixei alarmar em demasia com o protesto eleitoral que reforçou a extrema-direita.

Preocupado estaria se, ao invés de captar um voto de protesto conjuntural, os herdeiros do Estado Novo fossem capazes de encher as ruas com dezenas ou mesmo centenas de milhares de pessoas a celebrar o 11 de Março.

Contudo, o máximo que os vi fazer foi encher o pequeno auditório de uma livraria, para ouvir homens a preto e branco defender que a mulher devia estar na cozinha e que a violência doméstica não existe porque elas não se queixam. É repugnante, bem sei, mas o 25 de Abril que tanto desprezam deu-lhes a possibilidade de arrotar estas e outras verborreias.

Combatam-se os saudosistas com a razão.

Não passarão.

FC Porto: A Hora é de mudança

Sou o sócio número 8860 do FC Porto e mantive um certo distanciamento nas eleições. Já criticava a actual direcção quando outros que hoje a criticam estavam em silêncio ou a usufruir do camarote presidencial. Escrevi aqui, no Aventar, sobre as contas e não foram simpáticas as palavras que me dirigiram.

O FC Porto é mais do que uma paixão, muitas vezes irracional. Para mim, como já antes o escrevi no Aventar, é muito mais do que um mero clube de futebol. Uma paixão que herdei do meu Pai e natural para quem nasceu e viveu na Areosa onde, como se sabe, se localiza a rua com maior número de portistas por metro quadrado, a Rua D. Afonso Henriques. Cresci com Jorge Nuno Pinto da Costa a presidente do meu clube e tanto que lhe devemos. Tanto. A hegemonia no futebol português pós 25 de Abril, o clube português mais titulado internacionalmente, infraestruturas como o Estádio do Dragão ou o Centro do Olival ou o Pavilhão (Dragão Arena). Tanto. E não me esqueço quando o Norte se demitiu de salvar o Porto Canal foi o FC Porto que o fez. Quando não era sua obrigação.

Porém, como quase sempre nas mais diversas actividades sociais, Jorge Nuno Pinto da Costa não soube sair. Pelo seu pé. No momento certo. Pela porta grande. Pior, deixou-se enredar numa teia perigosa com gente pouco recomendável. Até ao fatídico dia da Assembleia Geral de Sócios onde muitas dessas pessoas pouco recomendáveis fizeram a única coisa que sabem fazer: merda. E JNPC pactuou com tudo. Para muitos sócios foi o ponto final.

Não sei se, amanhã, nas eleições André Villas Boas vai ganhar mas, pelo menos, teve o mérito de agitar as águas. O que não é pouco. Enquanto sócio e apaixonado pelo FC Porto espero, sinceramente, que AVB vença e possa responder às minhas preocupações sobre o futuro do clube: Dragon Force, Internacionalização da Marca, Porto Canal e toda a vertente comercial do clube e da marca. O que sei é que a hora é de mudança.

Selvajaria

Se a descaracterização de uma cidade resultar do “capitalismo selvagem” – que condena o comércio tradicional em detrimento dos starbâques – as lágrimas pelo passado e o clamor pela sua preservação são uma demonstração de apreço pela tradição e alma lusitanas.

Se essa descaracterização for fruto de uma agenda progressista de relativismo cultural, as lágrimas pelo passado e o clamor pela sua preservação são laivos racistas de saudosistas bafientos.

Obrigado, 25 de Abril

«Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!»
“Aniversário”, Álvaro de Campos

Os dias, tal como as pessoas, têm virtudes e defeitos. O dia 25 de Abril de 1974 é o pior dia da História de Portugal, à excepção de todos os outros.

25 de Abril hoje

Observo o mar de posts onanísticos de apreço pelos soldados de Abril e vejo uma razão compreensível pela qual os indivíduos manifestam hoje tamanha gratidão por quem percepcionam ter lutado pelas suas liberdades no passado: a consciência profunda e demonstrável de que nunca teriam ou terão a coragem, a impetuosidade e a espinha dorsal para o fazerem eles mesmos.

Feliz aniversário, Liberdade!

Ainda me arrepio com as histórias, as músicas e os relatos de quem viveu a guerra e a revolução.

Com os documentários, as reconstituições cinematográficas e as imagens daquele dia inicial inteiro e limpo.

Com a coragem daqueles militares, que arriscaram a liberdade e a vida para que todos pudéssemos ser livres e – finalmente – viver.

Com a existência clandestina dos bravos da resistência antifascista.

Com a realização daquela alegada utopia, que na madrugada que todos esperavam emergiu das trevas e limpou o céu.

Com o privilégio que foi nascer em democracia, sem nunca, de forma alguma, ter estado sujeito à censura, à perseguição ideológica, à prisão arbitrária, à tortura ou à morte às mãos de um qualquer carrasco da PIDE.

Poucas coisas me alarmam, tão intensamente, como a ideia de vivermos hoje um tempo em que uma ruidosa minoria decidiu sentir saudade de um tempo que não viveu.

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É preciso e é urgente

Alguém ajude Marcelo Rebelo de Sousa a terminar o mandato com dignidade….

É agora (vamos)

 

É agora (a saída das tropas dos quartéis)

Um dia

Montenegro escolheu a degradante

Sebastião Bugalho, a negação do mérito e o festival de memes que aí vem

Sebastião Bugalho, um jovem de 28 anos cujo percurso profissional e de vida se resume a ter andado na escola e ao comentário político que faz nas TVs e jornais, foi o escolhido por Luís Montenegro para liderar a lista da AD às Europeias.

Representa a total negação do mérito, numa lista repleta de laureados pela lealdade ao líder.

É a rendição total de Montenegro ao mediatismo e à política do espectáculo.

E é mais uma cedência à extrema-direita, colocando-se à AD disponível para esgrimir arremessos de lama na arena do espalhafato populista.

Vai correr muito mal.

Que lhes sirva de lição.

Dois dias