No debate político, formal ou informal, há, por vezes, uma certa mentalidade infantil que consiste em não nomear os monstros pensando que isso fará com que não existam.
Na Assembleia da República, já existiam partidos que, de modo mal disfarçado, trabalhavam para a extinção progressiva de um Estado Social e solidário, governando de modo a que as instituições públicas falhassem, beneficiando amigos privados.
Com a entrada do Chega e da Iniciativa Liberal no Parlamento, essa vergonha terminou: para ambos os partidos, é necessário acelerar a destruição da esfera estatal e transformar a sociedade numa selva em que só pode sobreviver o mais forte ou o mais rico. Hoje, Bárbara Reis explica, de modo simples, que André Ventura é de extrema-direita, mesmo que tente disfarçar.
Como é evidente, estes partidos têm o mesmo direito que os outros, legitimados pelo voto. É igualmente evidente que não faz sentido fingir que não existem, não se pode ignorá-los, porque não é isso que os combate.
A solução não está no silêncio. O facto de terem sido eleitos não pode livrar ninguém de ser criticado. Acrescente-se que a existência destes radicais anti-Estado não desculpa o que PS, PSD e CDS têm estado a fazer, especialmente nos últimos quinze anos. No fundo, a diferença está no ritmo.
“…a existência destes radicais anti-Estado não desculpa o que PS, PSD e CDS têm estado a fazer, especialmente nos últimos quinze anos. No fundo, a diferença está no ritmo.”
Mais palavras para quê?!
Os lobos com pele de cordeiro acabam por ser os mais perigosos!
Os eleitores do Chega não são na sua essência pessoas que dispensam o Estado Social. Pelo contrário. Poderá haver uma minoria, mas muito pequena, que despreza o Estado Social. A grande maioria dos eleitores do Chega são pessoas que moram em zonas periféricas, ou nas zonas mais degradadas de Lisboa e Porto. Muitos deles são agentes de segurança, sejam públicos sejam privados, gente ligada aos transportes públicos, bombas de combustível, enfim, alguém que todos os dias se depara com uma infinidade de crimes, desde pequenos furtos a assaltos à mão armada, tráfico de droga, violência de todo o tipo, e que por desinformação ou falta de bom senso, pensam que é com a Lei de Talião ou com a Lei da bala, estilo “Magnum 44”, encharcando as prisões de criminosos, tal como na América Latina, se resolvem os problemas. Se a curto prazo poderá ter algum efeito, o que duvido, a longo prazo voltamos sempre ao mesmo.
O populismo emerge da falta de respostas das sociedades democráticas. Goste-se ou não, a globalização sem regras, deu um forte contributo para este cenário.
O problema de um partido como o Chega são acima de tudo imensidão de incautos que aplaudindo de forma cega o seu discurso, serão mais tarde também eles vítimas da sua própria fúria regeneradora.
Eu aos meus amigos da direita costumo dizer-lhes:
– Metam lá “os assaltantes da arca perdida”, vulgo gestores da Banca, negociadores de PPP’s, políticos corruptos, evasão fiscal, etc, etc,… tudo na cadeia, sem excepções, com penas de prisão exemplares, expropriados de todos os bens roubados ou traficados, que eu a seguir, “até vos vou ajudar a apanhar os ciganos, um a um, como quem apanha galinhas”.
Mas só nessa altura tomarei tal iniciativa. Até lá, vão-se f***rr, em português do colégio alemão.
A esquerdalhada vive obcecada para que a sua vida esteja sempre ao abrigo de qualquer julgamento que não possa estar previsto e chapado num qualquer regulamento.
Adoram o Estado e a sua burocracia.
A única aventura com que sonham é a que lhe assegurasse que todos fossem trazidos ao rebanho regulamentar.
Saber da existência de refratários ao arrebanhamento é a sua permanente perturbação.
Tem isso a ver com Estado Social? Não, mas gostam de o dizer para se darem ares de bonzinhos. e fazerem crer que tal não existe sem arrebanhamento.
Tudo o que é pequenino tem graça. O menos é uma excepção.
Como se o empresariado não vivesse de subsídios, abonos, e intervenções do estado para garantir o que metem ao bolso. Agora até contam com empregados do estado a trabalhar em horas extraordinárias em caso de greve.
Era resposta ao comentário do Menos, obviamente. Cullpa de usar o telemóvel.
Não são radicais anti-Estado, por favor, sejamos mais específicos!
Radicais anti-Escola Pública;
Radicais anti-Serviço Nacional de Saúde;
Radicais anti-protecções do ambiente;
Radicais anti-protecções do trabalhador;
Radicais anti-protecções do consumidor;
Radicais pró-NATO;
Radicais pró-concentração grotesca da riqueza;
Radicais pró-resgates dos Donos Disto Tudo;
Radicais pró-mocidade portuguesa;
Radicais pró-racismo.
Esta é a configuração do Estado dos do Chega e “Iniciativa Liberal”.
É um erro grave dizer que os da extrema direita são contra o Estado, eles são a favor de um determinado Estado e contra um determinado Estado (social).
Espera lá!
Queres ver que a escola pública, os hospitais, a segurança social é tudo obra da esquerdalhada abrilesca!
Cambada de cretinos!
Não, é tudo obra do botas.
Esqueci a habitação social, não aquela que passa por uma dívida bancária para a vida, mas a outra, a do Estado Não Social!
Ó “menos” !
Da direitalha a que pertences, as legislativas, pelos vistos, abriram-te “novos horizontes”…o “chega” e o “il” !
Realmente, não podias descer mais baixo e…mais fundo !