Eis o mito, ou melhor, a propaganda, que desaba perante a realidade.
Recentemente veio a público que cerca de 2000 turmas ainda não têm professor. À falta de funcionários junta-se a falta de professores. Estão já identificadas carência de professores de informática, de geografia e de inglês, e a esta realidade acresce o facto do preenchimento dos horários, muitos dos quais incompletos, implicar a deslocação de professores para fora da sua área de residência, o que por si só acarreta elevados custos, que os professores nestas circunstâncias não conseguem suportar. [Expresso]
Só fica surpreendido quem quer. Os sinais vindos das cativações, essa austeridade rosada, eram inequívocos. Às quais se soma a enormidade do aumento de impostos que continuou a existir com o governo PS.
Nem outra coisa seria de esperar quando a pirâmide do Estado é atacada na base, sem se mexer na cúpula directiva – a qual, em resultado da realidade política portuguesa, deforma a pirâmide, mais a fazendo parecer um trapézio. Os sinais do governo gigante que se prepara para tomar posse são a apoteose dessa estratégia de empregar dirigentes partidários no Estado, passando uma mensagem clara de que nada mudará nesse domínio.
Quando os senhores liberais, agora com representação parlamentar, falam do estado gigante, nada mais fazem do que repetir as teses do centrão PS/PSD/CDS que até agora tem governado. Apontam para a mesma solução de cortar nos serviços, em vez de olhar para os overheads de chefia e de gestão, pois é aí que é fácil mudar alguma coisa e onde a contestação é ineficaz. Apontam para os privados como sendo a solução mágica. No entanto, esta apenas trasladará a base de uma pirâmide enfraquecida de um lado para o outro. A camada das gorduras dirigentes continuará lá, até com o pretexto de que é preciso regular o serviço privado. No fim ganham todos. A clique continua com emprego e as vozes da mudança recebem o negócio. O povo, e desculpem lá este palavrão, agora tão démodé, que tenha paciência. E que continue a pagar a factura.
Uma palavra final para o ministro Tiago e outros que apanham as migalhas do CR7 das finanças. Se não têm condições para exercer o cargo, que se demitam. Não o fazendo, são coniventes com a situação e por ela responsáveis. Excepto, claro, se as condições que consideram necessárias se resumem ao salário ao fim do mês, caso em não precisam de mexer uma palha.
J. Manuel Cordeiro dixit “…Recentemente veio a público que cerca de 2000 turmas ainda não têm professor.
É falso. O que veio a público é que cerca de 2 000 turmas ainda têm falta de, pelo menos, 1 (um) professor.
Quem diz é a autora do artigo cuja citação aqui é reproduzida.
Em todo o caso, não vejo que seja falso. Como as turmas têm sempre mais do que um professor, dizer que “cerca de 2000 turmas ainda não têm professor” significa que faltam 1 ou mais professores. Caso contrário, ter-se-ia que dizer “cerca de 2000 turmas sem um único professor”.
Bom, o conselho refletido no último parágrafo também podia ser dirigido aos professores e a toda a gente, i.e. voltávamos ao quem não está bem, muda-se?
Está a comparar alhos com bugados. Uma coisa é quem planeia, outra é quem executa. O que está mal o planeamento.
Este é verdadeiro legado que deixamos às gerações futuras, em nome de umas contas ditas certas que só servem para carreira dos governantes.
É que nem estão certas.
Estão certas segundo uma definição presente nos tratados, com o devido ajuste para agradar aos interesses políticos de Berlim e Amesterdão. Como a economia não é uma ciência, é uma definição como outra qualquer.
Agora que não resulta a longo prazo, não resulta.
Certo, estão “certas” desse ponto de vista. Mas “contas certas” tem um significado político diferente, remetendo para o resultado de uma reestruturação do estado. Isto no meu entender, claro. E, deste ponto de visto, não estão certas porque apenas se aumentaram os impostos e removeu-se dinheiro aos orçamentos dos serviços sem que estes tenham sido repensados.
O regresso do PS às origens estava escrito nas estrelas. Alguns é que andavam distraídos.
Vem do tempo em que Mário Soares meteu o socialismo na gaveta. Guterres foi um pouco diferente, mas foi uma ilha.
Vivemos num mundo subjugado ao novo deus, o orçamento, manipulado pelos “Merlins” das Câmaras e das Finanças. Nestes orçamentos, primeiro, as opções são altamente discutíveis. Depois, o seu cumprimento ou não, está dependente da não existência ou existência de derivas, o que faz, quando tal acontece, jogar ao conhecido “Rapa, Tira, Deixa, Põe”.
A forma como o déficit é indicado e o indicador que gere, serve apenas para enganar tolos (desculpem-me a frontalidade).
A prova está no sistema educativo, como muito bem refere e no SNS cujo estado real demonstra à evidência que não são prioridades. Continuamos a ter um serviço de saúde muito mau e um ensino caótico porque se não investe. E esta incultura do povo e a sua falta de formação, é importante para a massa governante, tal com no tempo de Salazar.
Continuamos, na Europa, na cauda do salário mínimo. Continuamos a ter vagas de expatriados. Continuamos a ter professores que não podem exercer sob pena de não terem dinheiro para além da habitação. E deixo a pergunta: Para que serve embandeirar em arco com o déficit se ele é conseguido de uma forma … “Vale tudo incluindo sarrafada”. Para que servirão, então, a anunciação ( e o cumprimento) dessas metas “fantabulásticas”?. Eu respondo: Apenas e só para que estes crápulas que nos governam terem a sua janela de oportunidades para ter um bom tacho. Exemplos: Barroso, Vitor Gaspar, Mexia, Centeno e muitos, muitos mais que se conseguirão libertar da lei da morte pela exploração desenfreada que conseguiram fazer.
Isto não são governos. O Arco da governação só nos traz pessoas que, para se alcandorarem aos seus objectivos, trepando sem piedade pelo cidadão comum acima. Estas estatísticas são para enganar meninos e nada mais, porque o país é continuamente adiado.
Educação, saúde, defesa, segurança interna, etc, na completa desestruturarão. Algumas delas até consideradas pelos defensores do estado mínimo como devendo ser asseguradas pelo estado.
O orçamento equilibrado é uma exigência no Estado como é nas famílias. Quem gasta mais do que ganha não é um bom gestor e, mais dia menos dia, aparece pendurado pelo pescoço. Quem contraria esta realidade não é um bom gestor nem na sua casa nem na casa alheia. Quem se refere ao mau funcionamento dos serviços atirando as culpas para o seu subfinanciamento está a proteger os maus gestores da coiso pública. É certo é sabido que os há por aí aos. molhos nomeados e protegidos pelo partido do poder sem o mínimo de qualificações para o exercício das funções que desempenham mas, como é mais fácil ir na onda de bater na tecla do mau funcionamento das escolas e do SNS ignorando o real motivo do insucesso, está a reincidir na ignorância e a dar força aos maus gestores. São apenas e só os nossos impostos que não estão a ser devidamente aplicados e devem ser denunciados.
A questão é precisamente essa: onde é que os impostos estão a ser aplicados.
Ano de 2015: “Portugueses já deram 13 mil milhões para salvar bancos”
Ano de 2016: “Portugal gastou 14 mil milhões com a banca desde 2008”
Ano de 2017: “Salvar bancos já custou 14,6 mil milhões aos contribuintes”
Ano de 2018: “Ajudas à banca já custaram 17 mil milhões aos contribuintes”
Ano de 2019: “Ajudas aos bancos já custaram 1.800 euros a cada português”
Daqui: https://derterrorist.blogs.sapo.pt/nao-ter-a-puta-da-vergonha-na-cara-e-4021843
Tem toda a razão e mais uma vez se comprova a minha afirmação anterior. Tudo são consequências dos péssimos gestores que temos. Os Bancos funcionam em roda livre e não há quem os pare e nós sabemos porquê; quando deixam o governo já os Bancos teem um “lugarzito” á sua espera. Temos que ser persistentes na condenação deste cancro que a todos nos consome como contribuintes.
Júlio Rolo Santos.
Penso que fui claro quando afirmo que o problema do orçamento está nas opções que são tomadas – opções políticas, entenda.
A exploração de um mandato deve ser colocada na óptica dos objectivos firmados, em relação aos resultados conseguidos.
O orçamento é um indicador que na indústria se define como de “Satisfação Cliente” ou seja apresenta algo que o “Cliente” – que somos todos nós e Bruxelas – pode apreciar, sem contudo indicar a resolução de problemas de fundo como é o caso da educação e da saúde e outros que o caro J. Manuel Cordeiro acima anunciou.
A indústria também tem indicadores de performance e de eficiência, estes muito detalhados que vão ao pormenor de atingir AS ZONAS ONDE HÁ PROBLEMAS.
O orçamento como aqueles papagaios defendem, é apenas um indicador geral que até pode ser útil, caso se definam outros mais específicos. E eles existem, mas são ignorados, porque para a quadrada Bruxelas, apenas o estado conta e as populações que se lixem.
Montenegro dizia, a propósito das políticas de Passos Coelho exactamente isso: o país está melhor embora o povo não.
Este é a grande conclusão dos números de déficit que estes políticos de pacotilha tanto criticaram, mas seguem como bons fiéis!!!
A (in)capacidade destes políticos de pacotilha distinguirem o país das pessoas – (in)capacidade, aliás, comum a Bruxelas – faz com que a Europa que foi um farol de cultura e realização, seja hoje uma comunidade completamente despojada daquilo porque sempre lutou: o Humanismo. Estamos a ser transformados, aos poucos, numa triste caricatura dos EUA. E a Inglaterra já vai à frente…
Subscrevo e felicito sua análise, Ernesto M.V Ribeiro !
Isso é um disparate muitas vezes repetido, mas não o torna verdadeiro, um estado-nação nada tem a ver com uma família, e a Alemanha sabe-o, também não o tem há 10 anos, e o BCE também o sabe, por isso é que se recusa a fazer o seu trabalho sempre que alguém menciona fazer diferente. Aliás, Portugal teve sorte em 2016, uma vez que o clima populista abriu uma brecha para conter a fuga à esquerda como forma de combater a sangria, senão não havia gerigonça, nem com as propostas mínimas que tiveram.
De resto, ainda este fim de semana os canadianos, livres de acordos internacionais idiotas, discordaram que os limites dos estados sejam financeiros e mandaram o partido responsável às urtigas, algo que se verá cada vez mais depois de 11 anos de “recuperação”.
Como assim, o Estado não é uma família? Então quem paga as dividas do Estado caso ele entre em insolvência? Não foram as famílias que pagaram a crise ou iminência de insolvência no governo de Passos Coelho ? Se o senhor não foi afetado, eu fui.
O estado pode sempre comprar tudo o que está disponível para venda na moeda que controla, incluindo trabalho, criando dinheiro nas contas necessárias. Endividar-se para o fazer é uma opção (desnecessária), tal como é uma opção não ter moeda.
Não consta que o BCE ou o FED fiquem sem bits no futuro próximo depois de dez anos de criação massiva de moeda, nem tão pouco o Japão depois de 20. Nem tão pouco se vislumbra qualquer inflação daí aderente.
Os limites, que os há, e muitos, nada têm de financeiro. Um país só entra em “bancarrota” com moeda flutuante quando quer, tendo em conta que pode sempre pagar as dívidas, que nem precisa de emitir, na sua moeda. Mais uma vez, estagnar a economia durante estas duas décadas foi uma opção, tanto em Portugal, como na Grécia, Itália, França, e por aí adiante.
Pode reparar também que, apesar de toda a retórica, o défice nunca é um problema para a direita, seja o governo de Passos, Orban, Trump ou até o próprio Reagan.
Tal como eu já disse, esta falta de funcionários tem pouco a ver com cativações ou com Centeno. Tem muito mais a ver com uma falta absoluta de pessoas capazes no mercado de trabalho. Sobretudo, pessoas a viver nos sítios certos.
Hoje em dia é muito difícil contratar trabalhadores em muitas profissões, tal como o é contratar professores ou contínuos para as escolas. Pura e simplesmente, ou não os há, ou há-os mas a viver noutro ponto do país.
É o que dá as pessoas terem que sair da zona de conforto, fica-se com um país falhado.
Já agora, sobre um pormenor que parece ter escapado aos senhores comentadores, muito embora não seja o tema central do artigo de Manuel Cordeiro… digamos que é apenas uma muito discreta farpa: – «Os sinais do governo “gigante”»
Segundo a Wikipédia:
O XII chefiado por Aníbal Cavaco Silva – 1991 a 1995
1 Primeiro-Ministro
2 Ministro da Presidência
3 Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares
4 Ministro-Adjunto
5 Ministro da Defesa Nacional
6 Ministro da Administração Interna
7 Ministro das Finanças
8 Ministro do Planeamento e da Administração do Território
9 Ministro da Justiça
10 Ministro dos Negócios Estrangeiros
11 Ministro da Agricultura
12 Ministro do Mar
13 Ministro da Indústria e Energia
14 Ministro da Educação
15 Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
16 Ministro da Saúde
17 Ministro do Emprego e da Segurança Social
18 Ministro do Comércio e Turismo
19 Ministério do Ambiente e Recursos Naturais
20 Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores
21 Ministro da República para a Região Autónoma da Madeira
O XVI Governo Pedro Santana Lopes -2004 – 2005.
1 Primeiro-Ministro
2 Ministro de Estado, das Atividades Económicas e do Trabalho
3 Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar
4 Ministro de Estado e da Presidência
5 Ministro das Finanças e da Administração Pública
6 Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas
7 Ministro da Administração Interna
8 Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional
9 Ministro da Justiça
10 Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas
11 Ministra da Educação
12 Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior
13 Ministro da Saúde
14 Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança
15 Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
16 Ministra da Cultura
17 Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território
18 Ministro do Turismo
19 Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro
20 Ministro dos Assuntos Parlamentares
21 Ministro da Juventude, Desporto e Reabilitação
( Pelos vistos não teve ministro para os Açores, nem para a Madeira)
Porque será que ninguém deu pelo tamanho destes governos e nem se viu nenhum chinfrim?… 🤔
É prematuro fazer futurologia da capacidade deste governo sem o ver em acção. É grande? É pequeno? Sabemos que o governo que passou foi melhor (muito melhor) do que o seu antecessor mas, não. tenhamos dúvidas,. de que essa melhoria se deveu ao apoio dos partidos que formaram a geringonça. Neste governo em formação, a falta da geringonça deixa antever um mau presságio para quem ainda alimenta a esperança de ver concretizadas melhorias no seu dia a dia. O perigo de um PS instáve não dá certezas do que possa vir a ser a nova governação. Vamos esperar para ver.