Esquerdofrenia

[João L. Maio]

O pior da esquerda é a constante falta de unidade. A dar tiros nos pés somos os maiores.

Num momento em que a esquerda precisa de estar unida, debater e chegar a consensos sobre a melhor forma de reagir (não gosto da palavra, mas é a correcta neste caso) ao avanço de uns certos iluminados sem luz, eis que prefere medir a pilinha do “eu sou mais anti-fascista do que tu” com os outros camaradas do mesmo espectro político.

As sondagens que vão saindo valem o que valem (ainda para mais quando as próximas Legislativas são apenas em 2023). No entanto, são sempre sintomáticas de alguma coisa, não fossem elas… amostras representativas. E essas dizem-nos que os desventurados vão galgando terreno. Um deputado fascista na Assembleia da República é um empecilho que temos tentado combater e desconstruir; agora imaginem fazer esse trabalho com quinze ratazanas lá metidas por outros milhares de ratazanas que os elegerão. Tudo isto se torna mais urgente quando ouvimos o líder da oposição dizer que não põe de parte uma coligação com os mini-hitleres cá da rua. Não acordes, esquerda…

Unam-se. Não se arruma com um fascista atirando o tiro para o ar. Separados e de costas voltadas não se combate o presente e muito menos se constrói o futuro.

“Tudo depende da bala e da pontaria/Tudo depende da raiva e da alegria”.