“não discutimos a família e a sua moral”

Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.

Os 49 anos do cinquentenário do 25 de Novembro

IL, Chega e CDS pedem inclusão do 25 de Novembro no programa dos 50 anos do 25 de Abril.

 

  1. Uma aliança de três partidos com representação na Assembleia da República quer que as comemorações do cinquentenário do 25 de Abril incluam um acontecimento que perfaz, no mesmo ano, 49 anos.
  2. Vejo, aqui, um sinal de inclusão, talvez porque a aliança em causa queira dar importância a todos os algarismos e não apenas a comemorações que terminem em 0 ou em 5. Então, o 9 e o 49 valem menos? Além disso, cinquentenário é quando um homem quiser.
  3. Por outro lado, esse mesmo desejo de inclusão fica por cumprir, quando a mesma aliança, decerto por lapso, se esquece do cinquentenário dos 49 anos do 11 de Março de 1975.
  4. Em termos pessoais, tenho a dizer que, se no cinquentenário de uma data histórica que se comemora este ano, tivermos de incluir a comemoração de um outro facto que ocorreu há 49 anos, exijo que o meu aniversário do ano que vem seja também comemorado este ano e espero que os meus amigos me ofereçam duas prendas no dia do meu aniversário deste ano, dia a que juntarei também o dia do meu aniversário de 2025. Se não fosse muito incómodo, e já agora, poderíamos juntar também o de 2026, que não há duas sem três.
  5. Tendo em conta a compreensível preocupação em celebrar datas o mais depressa possível, decerto a mesma aliança quererá lembrar os 48 anos do assassínio do padre Max e de Maria de Lurdes Correia, do atentado que vitimou Adriana Corço Callejas e Efrén Monteagudo Rodríguez ou ainda do ataque bombista que, falhando o alvo, matou Rosina Teixeira, esposa do sindicalista António Teixeira.
  6. O tempo é aquilo que quisermos fazer dele. As datas são como alguns cheiros, provocam sensações, fazem-nos viajar. Ora, para os partidos desta aliança, o 25 de Novembro de 1975 é o 24 de Abril de 1974 que se pôde arranjar.

Admitam: os imigrantes fazem mais falta que o partido de André Ventura

Raro é o dia em que não lido com indianos, nepaleses, brasileiros e pessoas de outras nacionalidades que chegaram à Trofa nos últimos anos, em busca de uma vida melhor.

Vamos sublinhar já esta parte: em busca de uma vida melhor.

Como aqueles portugueses que começaram a sair daqui quando Portugal era uma ditadura fascista. Fugiam de um regime opressor, fugiam da guerra e da miséria. Os mesmos motivos que levam indianos, nepaleses e brasileiros a fugir.

Ao contrário daquilo que afirma a extrema-direita e a direita radical, coro ao qual se juntou recentemente Pedro Passos Coelho, não se registou qualquer aumento de insegurança, ou mesmo da criminalidade, decorrente da chegada destas pessoas ao nosso país.

É falso e é uma canalhice usar este pretexto para atacar os imigrantes.

E é xenofobia também. [Read more…]

Os herdeiros de Salazar querem um país de analfabetos

Perante o cheiro a mofo das personagens sinistras que, por estes dias, saem do armário do para tentar iludir os descontentes, afirmando barbaridades como “isto está pior que no tempo do Salazar”, nada como dados objectivos para reduzir a propaganda do retrocesso ao lixo que ela é.

Fascismo nunca mais.

A miséria

Há dias, durante a manifestação em Lisboa que reuniu cerca de uma centena de fascistas, nazis e apoiantes do partido de André Ventura em geral, gritou-se por Salazar.

Este saudosismo, sempre presente nos comícios e conclaves do CH, é um alerta autoexplicativo sobre o que nos espera caso a extrema-direita chegue ao poder. O próprio slogan do Estado Novo, “Deus, Pátria, Família”, foi orgulhosamente apropriado pelos seus apoiantes.

Torna-se, por isso, importante recordar o que foi o Estado Novo. O que foi o salazarismo.

As vezes que forem necessárias.

E o salazarismo foi, essencialmente, um tempo de miséria. [Read more…]

Um pai. Um avô. Um slogan nazi.

Rui Paulo Sousa, deputado do partido de extrema-direita CHEGA e também bibelô em todas as aparições do Quarto Pastorinho na têvê (ou nas deslocações do Presidente da República ao estrangeiro), decidiu adoptar, numa publicação na rede que é o pináculo da liberdade, um slogan da Alemanha nazi.

O outro diz que é pai. E é também avô. Por conseguinte, concluiu o outro, é também fascista. Depois, desdisse-se, com a ajuda e conivência do Querido Líder. É esperar a desdita sobre este slogan nazi, sabendo de antemão que o fascista, que afinal também não será fascista, se deve ter enganado na redacção daquele spot publicitário.

Slogan nazi: Uma nação. Um império. Um líder.

Mera coincidência, pois claro.

RAP expõe a fraude do avô fascista em 2 minutos

Para mais informações sobre o avô fascista do partido André Ventura, façam o favor de consultar esta posta.

E, para mais motivos para não votar no partido André Ventura, podem consultar esta.

Rui Cruz, o militante mais corajoso do partido de André Ventura

Não perdi muito tempo com o congresso da unipessoal de André Ventura. O meu fim-de-semana é demasiadamente precioso para gastar uma hora que seja com o projecto político pessoal de um mitómano sem originalidade, que se limita a fazer copy/paste da demagogia populista de personagens sinistros como Trump, Bolsonaro ou Milei.

Mas fiz há bocado um intervalo, a meio do turno de Sábado à noite, para fumar um cigarro. Aproveitei para espreitar o que se passava no Twitter e dei de frente com Rui Cruz, que pelos vistos escreveu uma moção com António Pinto Pereira, um dos muitos nomes que a extrema-direita “anti-sistema” foi recrutar ao sistema. Ao mesmo PSD onde Ventura se fez político. [Read more…]

O anátema que faz falta

Alguém explica porque é que este Senhor continua a ter palco e a comunicação social corre para o ouvir?

Este indivíduo é o líder de um partido anti-democracia cujo objectivo é a instauração de uma ditadura. É igual que o partido se chame comunista, fascista ou nacional-socialista.

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O Evangelho do Ódio

Porque insistem os fascistas em usar Jesus, o homem que pregou o amor e a tolerância, para justificar o ódio e a crueldade?

E o que levará alguns católicos a achar que isto faz algum sentido?

Rezam a Deus ou ao Diabo?

Extrema-direita brasileira imita trumpistas e invade Congresso Nacional (vídeo em directo)

Fascista que é fascista não tolera a democracia. Bolsonaro fugiu para os EUA, mas deixou plantada a semente do ódio. É enfiar esta escumalha em Carandiru.

Desordem e retrocesso

 

Ver Bolsonaro a fugir do Brasil, dois dias antes da posse do Lula, é a imagem perfeita da fascismo 2.0, que usa a ignorância e o fanatismo religioso para formar o seu exército, e que, quando as coisas correm mal, foge da democracia como a elite que lhe paga os cartazes foge do fisco.

Isto enquanto os seus apoiantes, abandonados pelo cobarde jihadista, ensaiam atentados terroristas, exigem um golpe de Estado à porta dos quartéis, pedem a intervenção divina de anjos e alienígenas e garantem que a posse de ontem foi uma encenação. Pobres chalupas.

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Geração de Mulheres Europeias Agressivas

Igor Korotchenko, jornalista do regime de Putin, transmite a mensagem do mestre contra essa nova “geração de mulheres europeias agressivas” que vieram “da cozinha” para a política. Segundo Korotchenko, essas mulheres que até lideram países como a Finlândia ou a Estónia, que lideram ministérios da defesa como na Alemanha, que defendem princípios socialistas ou ecologistas e que até protestaram contra as bases americanas na Europa, são agressivas e rudes contra o regime de Putin e provocadoras da “nova guerra”, obviamente…
Palavras deste calibre também poderiam ter sido proferidas por alguém da bancada do Chega, por um Pedro Frazão por exemplo. Mas não é preciso ir tão longe, no início desta guerra ouvimos excelentíssimos cavalheiros da área do PSD (e até do PS), como José Miguel Júdice, a prognosticar o fim desta Europa das ministras da defesa de saltos altos e de maquilhagem que, obviamente, não seriam capazes de fazer frente a Putin.

Este é um excelente exemplo para quem ainda não percebeu que as fronteiras desta guerra não são as fronteiras da Ucrânia, da NATO ou do Donbas, e que as verdadeiras fronteiras são absolutamente ideológicas, desenham-se entre quem está no campo de Putin, Trump, Orban, Ventura, Le Pen e Bolsonaro e entre quem defende o humanismo, a igualdade, o estado de direito, uma sociedade baseada no conhecimento ou a erradicação da pena de morte. Muito recentemente o cenário Trump-Putin-Le Pen não esteve assim tão longe do horizonte e ainda não está tão afastado quanto isso. Este cenário a acontecer no atual contexto, não tenham dúvidas, seria o fim da picada.

Um Musk, um Zuckerberg e um Bezos entram num bar

Mensagem do Facebook.

A partir do dia 1 de Dezembro, não poderás dizer, no teu perfil pessoal no Facebook, se és social-democrata, comunista ou liberal, nem se és agnóstico, ateu ou crente.

Em alternativa, podes juntar-te a uma força de segurança, criar vários grupos só para polícias e/ou militares e podes ser racista, xenófobo e homofóbico à vontade.

O que nos vale é que a Esquerda controla a Comunicação Social e as redes sociais e, por conseguinte, a opinião pública… assim, está tudo bem e está tudo explicado. O bizarro Elon Musk decidiu que ser bilionário estava uma seca e vai daí decide acabar com o Twitter; o lunático Jeff Bezos, decidiu que não estava a ganhar dinheiro suficiente, vai daí e despede 10.000 trabalhadores. Entra o Mark Zuckerberg, pede um copo de leite e diz que “política e religião não se discutem!”.

O mundo novo cheira a velho.

Bolsonarismo cancela Deus

Jesus, Pátria e Família. Até na importação do lema salazarista podemos ver o carácter golpista dos talibãs de Bolsonaro: ficaram revoltados com a vontade de Deus, que deu a vitória ao Lula, cancelaram o Criador e colocaram o filho no seu lugar. É golpe e blasfémia, tudo no mesmo pacote, com carta da caixa de comunidade para ir directamente para o Inferno, sem passar pela casa partida e sem receber dois mil escudos.

Oremos.

Quando morre um fascista

Quando morre um fascista, o país levanta-se num alvoroço bafiento de carpideira saudosista. Quando morre um fascista, as televisões louvam “o democrata histórico” que reabriu um campo de concentração para encarcerar patriotas africanos. Quando morre um fascista, os jornais falam no “humanista sereno” que acompanhou toda a História recente de Portugal, esquecendo-se convenientemente de referir que não só a acompanhou como nela participou, do lado dos torcionários e esbirros que a queriam presa a ditames e obediências. Quando morre um fascista, o centrão dos contorcionismos destaca o “académico brilhante” que ajudou a teorizar e divulgar a infame teoria do lusotropicalismo, que nos apresentava como um povo fadado para o contacto entre os povos, ainda que esse contacto se fizesse à base da força bruta e da submissão violenta do Outro. Quando morre um fascista, os papagaios do reino desfazem-se em elogios ao “grande senhor” que aceitou ser ministro das colónias no início da guerra colonial, sinal supremo de coragem e abnegação de um patriota imaculado. Quando morre um fascista, o presidente da República (ele próprio filho de um outro fascista) homanageia institucionalmente o defunto, falando pretensamente em nome de todo o país. Quando morre um fascista, isto é mesmo tudo um putedo.

Quando morre um fascista, e face ao (quase absoluto) consenso relativista e branqueador, o dever do antifascista é recordar o fascista como aquilo que ele foi, sem pejos nem benevolências de hora fúnebre. Quando morre um fascista, o dever do antifascista é recordar as vítimas desse regime odioso que o fascista serviu. É resgatar a memória dos mortos que não ficaram na História. É não calar a colaboração, o servilismo, a participação do fascista em décadas de silêncio forçado. Adriano Moreira, por mais branqueado que seja pelas televisões, pelos jornais, pelos papagaios do reino, pelo centrão dos contorcionismos ou pelo presidente da República, foi um fascista. E é como tal que a História o deve recordar. As minhas condolências às famílias dos anticolonialistas africanos encarcerados pelo fascista (e herói temporário cá do sítio) no campo de concentração do Tarrafal, reaberto por Adriano Moreira enquanto ministro de Salazar.

Salvini, Meloni e Luís Montenegro ocupam o mesmo espaço político. SIC Notícias dixit

Em Itália, sem grandes surpresas, a extrema-direita triunfou. A única surpresa foi ver órgãos de comunicação social portugueses, alegadamente sérios, a referir-se à falange de Meloni como “coligação de centro-direita”. Que é mais ou menos a mesma coisa que dizer que entre a Lega de Salvini, os Fratelli di Italia de Meloni e o PSD da São Caetano não existem diferenças. Bem sei que estes últimos se têm esforçado por normalizar a extrema-direita, mas ainda existe uma diferença considerável entre normalizar e ser.

Dito isto, recordo que vivemos num país onde, frequentemente, nos é dito que a imprensa bate continência à esquerda, em particular os OCS do Grupo Impresa. Curiosamente, foi a SIC Notícias quem ontem insistiu na ideia de que uma coligação entre Salvini, um fascista de créditos firmados, Berlusconi, um populista corrupto, e Meloni, uma admiradora de Mussolini com o slogan Deus, Pátria, Família representa o centro-direita. Em nome do rigor jornalístico, seria de bom tom que a SIC Notícias dissesse a verdade. E a verdade é esta: sempre que o centro-direita cede à extrema, é comido e desaparece. Foi isso que aconteceu em Itália, em França e na Hungria. Não aconteceu na Alemanha porque Merkel aprendeu as lições da história e soube gerir a situação, quando, por exemplo, preferiu entregar o poder ao Die Linke, na Turíngia, ao invés de governar a região com o apoio da AfD.

Contudo, é preciso ser claro: quando a extrema-direita destrói o centro-direita, a primeira não passa a ocupar lugar do segundo. O que acontece é que o segundo desaparece. A extrema-direita será sempre extrema, mesmo nas situações em que o espectro a tem apenas a ela.

Propagar, enforcar, ressuscitar

A contradição do costume voltou em força: em Democracia todos os fascistas votam. E, se nem todos os que votam em neo-fascistas (dos Fratelli ao Lega, em Itália, do CHEGA, em Portugal, ao Vox, em Espanha, do Fidesz, na Hungria, ao PiS, na Polónia, passando pelo SD, na Suécia) são neo-fascistas, a verdade é que a “moderna” extrema-direita europeia se soube re-inventar e aproveitar os fracassos dos partidos democráticos, sobretudo de esquerda, catapultando-se para o poder.

O aproveitamento populista de certos temas, o cultivo do ódio e do ressentimento pelos próximos e por quem é pobre e/ou diferente, a cultura do “contra tudo-contra todos” não são factores novos nem foram inventados pelos que, agora, se chamam “iliberais”; ao invés, são fotocópias ajustadas aos tempos de hoje, daquilo que foi a estratégia dos – outrora – fascistas dos anos 20 em diante para tomar o poder. E é sabido que quando a coisa aperta, o fascismo aperta também. O povo vai atrás, porque se revê na ideia do “Salvador”, na imagem do deus supremo que tudo resolverá e, também, porque os partidos democráticos lhes falharam e continuam a falhar.

Dizia Pepe Mujica, antigo presidente do Uruguai, que o Ser Humano é provável que seja o único animal que é capaz de tropeçar vinte vezes na mesma pedra sem aprender a desviar-se dela. A onda fascista que ameaça, de novo, a Europa é prova dessa mesma incapacidade de nos tornarmos sagazes.

A Itália propagou o fascismo, enforcou-o e agora ressuscita-o. As melhoras, Itália.

Ah, só mais uma coisa: hoje, Vladimir Putin também ganhou.

Giorgia Meloni. Fotografia: Getty

Adriano Moreira e Otelo Saraiva de Carvalho

 

Decidi não alinhar na mais recente imposição do politicamente correcto, que tentou, nos últimos dias, exigir a canonização em vida de Adriano Moreira.

Não percebo, excepto à luz de um inexplicável delírio colectivo, como é que órgãos de comunicação social, dirigentes políticos e outras figuras proeminentes da sociedade conseguiram pintar Adriano Moreira como um indefectível humanista e democrata.

O Adriano Moreira do lusotropicalismo.

O Adriano Moreira do Estado Novo.

O Adriano Moreira ministro de Salazar.

O Adriano Moreira que reabriu o campo de concentração do Tarrafal, onde a crueldade, a tortura e a morte serviram o fascismo.

Humanismo?
Democracia?

Não brinquem comigo, se fazem o favor.

Acredito que Adriano Moreira se possa ter arrependido do caminho feito ao serviço da ditadura salazarista. Que os 48 anos que se passaram desde então lhe tenham mostrado a verdade sobre o regime tenebroso que integrou, por sua livre e espontânea vontade. Mas não me venham impor versões alternativas da história. Não venham os mesmos que não há muito tempo demonizaram Otelo Saraiva de Carvalho, obrigar a plebe a venerar Adriano Moreira. Otelo fez mais pela democracia que um milhão de Adrianos Moreiras. E não por isso escapou à cruz pelo seu envolvimento com as FP-25.

Quem se presta a fazer todo o tipo de figura, acaba a fazer figura de parvo

Fotografia: EPA/JOEDSON ALVES

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhou o Presidente da República do Brasil, o proto-fascista Jair Bolsonaro, nas comemorações dos duzentos anos da independência do Brasil.

Aquilo que, para Marcelo, era apenas um acto de diplomacia (que Marcelo, e bem, diz manter “com democracias” e com “ditaduras”), para Bolsonaro foi, como era esperado, uma acção de propaganda eleitoral, num momento em que se aproximam as eleições presidenciais brasileiras e em que as sondagens apontam, cada vez mais, uma vitória de Lula da Silva, re-candidato a presidente, pelo Partido dos Trabalhadores.

Depois da figura a que se prestou, estando presente numa comemoração nacionalista de exaltação do sentimento divisionário que se sente no Brasil, numa época cada vez mais marcada pela ascensão e queda dos populistas de extrema-direita, Marcelo Rebelo de Sousa disse “não se sentir desconfortável”. Primeiro, porque, diz, não viu o que a bandeira do Brasil que lhe puseram à frente tinha inscrita no lugar da “Ordem e Progresso”. Segundo, porque, diz, o Presidente da República “desloca-se diplomaticamente e mantém relações diplomáticas com chefes de Estado de democracias e de ditaduras”. Terceiro… [Read more…]

Marcelo, Bolsonaro e a bandeira do Brasil profanada pelo fascismo

Registe-se, para memória futura, que Marcelo Rebelo de Sousa participou alegremente nesta comemoração, transformada em comício da extrema-direita brasileira.

Pese embora as muitas razões que o presidente nos tem dado para sentir embaraço e vergonha alheia, nada me incomodou até à data como ver Marcelo neste teatro de marionetas fascistas.

E nem vamos falar sobre o que diriam os guardiões da moral e dos bons costumes se fosse outro a “profanar” a bandeira brasileira desta forma. Este é também um bom momento para atestar a sua hipocrisia.

Saudosismo

A forma como a opinião pública tratou Otelo Saraiva de Carvalho aquando da sua morte e como trata, agora, o antigo ministro de Salazar, antigo presidente do CDS, Adriano Moreira, é sintomático de como o saudosismo está impregnado neste pequeno quintal chamado Portugal.

Não que o Otelo merecesse mais loas. O ex-ministro de Salazar é que não merece tantas. Portugal lava… e lava… e lava… e lava… e às tantas já nem nos lembramos que muitos foram activos colaboracionistas da ditadura do Estado Novo.

Campo de Concentração do Tarrafal. Em 1961, Adriano Moreira, então Ministro do Ultramar, mandou reabrir a prisão com o nome Campo de Trabalho de Chão Bom.

Jair Bolsonaro, o Donald Trump da Wish

Depois da tentativa de golpe de Estado nos EUA, dirigido por Donald Trump e pela sua corte de talibans neofascistas, é Jair Bolsonaro quem agora ensaia o método Bannon, antecipando a derrota eleitoral que todas as sondagens lhe atribuem. As críticas ao mesmo sistema eleitoral que fez Bolsonaro presidente são constantes, e cada vez mais agressivas, e parecem indicar a preparação de uma jogada idêntica à de Trump, baseada na alegação de fraude eleitoral, em caso de derrota. Já vimos este filme e vamos continuar a vê-lo. Estranho seria se um fascista respeitasse a democracia.

A extrema-direita tem sido isto. Desinformação, ameaças, violência e total desrespeito pela democracia e pelas suas instituições. E nem precisamos de ir ao outro lado do Atlântico, quando no seio da UE temos Orbán a fazer discursos abertamente xenófobos e Varsóvia a preparar-se para criminalizar, com penas de prisão, quem se atreva a fazer piadas sobre a Igreja Católica. Já não há armário que segure os Putins europeus.

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Os talibans de Varsóvia e o futuro da democracia

O governo polaco quer impor penas de prisão até dois anos para quem for apanhado a blasfemar. Isso mesmo: quem fizer piadas sobre a Igreja Católica vai dentro. Aquela vibe sharia. E a União Europeia, que se apresenta hoje como o último reduto de liberdade e democracia, continua a revelar uma tolerância preocupante com estas manifestações de despotismo e fundamentalismo religioso, sem impor qualquer tipo de consequência à deriva autoritária que é contrária aos seus princípios fundadores. Tal como acontece com Orbán, que há dias fez um discurso tão racista, tão xenófobo que uma colaboradora de longa data se demitiu e acusou o PM húngaro de usar um discurso que não se distingue do nazi.

É mais um teste de resistência às democracias liberais, num momento de profunda fragilidade, de guerra e de provável mudança radical no status quo internacional. Os estragos que o nacionalismo protofascista causou nos últimos anos, e em particular nos últimos meses, da tentativa de golpe de Estado nos EUA à invasão da Ucrânia, poderão facilmente atirar-nos para uma distopia orwelliana, que de resto já se começa a desenhar do outro lado do Atlântico, onde uma guerra cultural e ideológica ameaça o equilíbrio de forças do concerto das nações.

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A Cadeira que tramou Salazar, o Putin português

Foi a 3 de Agosto, do ano da graça de 1968, que o nosso Putin caiu da cadeira e bateu com a cabeça no chão. Foi pena não ter acontecido mais cedo, mas ditador que é ditador é sempre difícil de derrubar, mais ainda quando têm o respaldo da NATO, toda ela liberdade e democracia. Foi preciso vir uma cadeira. A Cadeira! Para sempre grato, Cadeira.

“Vladimir Putin: go fuck yourself”

Há fascistas em Berlim e em Moscovo
É o discurso que de velho se faz novo
E eu e tu o que é que temos que fazer?
Talvez fo(der)

Desumanidade premente

Enquanto os palestinianos carregavam o caixão onde se encontrava a jornalista da Aljazeera assassinada pelos militares da IDF, as mesmas forças armadas israelitas decidiram carregar sobre os palestinianos, dificultando o velório da jornalista.

O mundo caminha a passos largos para a total desumanidade, para a robotização da sociedade que nos faça tomar lados consoante nos dizem. E nós cá andamos, a gostar ou desgostar destes e daqueles, consoante tenham mais ou menos cor na pele, olhos escuros ou claros, sejam ou não europeus. Hoje, fala-se muito em “valores ocidentais”. Mas nos vinte e seis anos que tenho, vi zero de valor ocidental. Vi, isso sim, carnavais fora de tempo.

Aqui, nos territórios palestinianos ilegalmente ocupados pelo Estado de Israel, como por parte dos manda-chuva russos, não há Humanidade nenhuma. Há, apenas e só, jogo de poder, a tentativa do extermínio de uma nacionalidade. Tudo se torna mais chocante, quando semitas atacam semitas… e há quem ouse falar em anti-semitismo.

Caríssimos, anti-semitismo não é, pois os palestinianos são, também, um povo semita. Mas é apartheid. É ilegal. É crime contra a Humanidade.

Vamos agir ou ficar de braços cruzados, deixando que os sucessivos governos sionistas dos nacional-fascistas do Likud ou dos novos ultra-nacionalistas do fascista New Right (do actual Primeiro-ministro de Israel – aquele que disse em tempos, cito, “eu já matei muitos árabes e não há mal nenhum nisso”) assassinem aleatoriamente quem lhes apareça à frente?

Abaixo o apartheid. Palestina vencerá!

Fotografia: AFP.

Viktor Orbán, o Salazar de leste a precisar de cair da cadeira

Retirado do About Hungary, um site de propaganda do regime, onde o culto da personalidade de Orbán ultrapassa todos os limites do lambe-cuzismo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó:

At the same time, he continued, the security of Hungary and the Hungarian people is more important to us than anything else. “This is not our war, so we want to stay out of it and we will stay out of it” he wrote, adding that the government is not willing to risk the peace and security of the Hungarian people, “so we will not deliver weapons and we will not vote for energy sanctions” Minister Szijjártó said that on all these issues, the Hungarian people on Sunday expressed a clear opinion and made a clear decision.

No fundo estamos perante uma espécie de salazarismo igualmente servil, que ao invés de se dizer do lado dos Aliados enquanto colabora com os opressores do Eixo, se diz do lado das democracias liberais, apesar de não passar de um emissário de Putin no seio da UE e da NATO. Espero que, tal como Salazar, tenha em breve a oportunidade de declarar luto nacional pela morte de Putin. Podendo também cair de uma cadeira, não se perde nada.

O vassalo de Putin infiltrado na UE e na NATO

Putin apressou-se a parabenizar Orbán pela vitória nas Legislativas de Domingo, sublinhando a importância dos laços que os unem, e que são sobretudo ideológicos.

Orbán é um dos líderes europeus que mais entraves tem colocado à estratégia da União Europeia para sancionar Moscovo, postura que já remonta à anexação da Crimeia. Nas últimas semanas, e só para dar alguns exemplos, opôs-se a sanções ao sector energético russo e à passagem de armamento oferecido à Ucrânia por outros estados-membros da União Europeia. E este Domingo, no discurso de vitória, deixou bem clara a sua posição:

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Choninhas soberanos baixam as calças ao “imperialismo de bem”

Corre por aí uma tese: tens de apoiar um lado. Sim, tens de apoiar um lado mesmo que ambos os lados sejam péssimos! Nazis ou fascistas? Escolhe rápido!

“Aqueles também são filhos da puta, mas são os meus filhos da puta”, dizem por aí.

Os choninhas portugueses, soberanos, fazem sempre a mesma escolha: dar o cu a quem o quiser. Assim é, também, neste caso.

Deixem-se de merdas; não tens de escolher um lado entre EUA/NATO e Rússia coisa nenhuma. Se num cenário como este, o que te dão a escolher é entre o vómito e a diarreia, foge. O lado que tens de escolher é: PAZ ou GUERRA?

Por tal, Portugal agora tem uma missão. A saber:

Revogar os vistos gold dos oligarcas russos (1), acolher os refugiados ucranianos que fogem da guerra (2) e apoiar as várias sanções à Rússia (3).

Por fim, ficar bem longe das intenções de resposta de instituições nazis como a NATO (4) que só perpetuam a guerra. Escolher a paz.