De Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros português, outra coisa não se espera do que a habitual diplomacia pegajosa e moralmente frágil, tão propícia aos negócios. Por exemplo, quando assegura ao corrupto governo moçambicano “que a União Europeia vai dar uma resposta positiva” – tanto mais que a partir de Janeiro Portugal vai assumir a presidência do Conselho da UE – ao pedido de apoio na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.
Ora, “vários analistas consideram que as causas do conflito se encontram também na enorme pobreza da maioria da população, na desigualdade e na falta de participação nos proveitos da exploração dos recursos naturais (primeiro os rubis e depois o gás). Até mesmo o Parlamento Europeu declarou, já no passado dia 17 de Setembro, numa resolução aprovada por maioria, que considera as causas internas – como a pobreza, a desigualdade, a corrupção e o fracasso do Governo em tornar a riqueza da província acessível à maioria da população – como a razão principal dos incidentes em Cabo Delgado. O Parlamento exortou o Governo moçambicano a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responder às necessidades da população através de reformas urgentes, evitando assim que as pessoas se radicalizem.
Mas “(…) o Governo moçambicano está a responsabilizar exclusivamente um inimigo externo, tentando assim distrair da questão realmente óbvia de, após 45 anos (!!!) de Governo da Frelimo, Moçambique ainda ocupar os últimos lugares do índice de pobreza mundial (180.° lugar de um total de 189 países), enquanto a riqueza e o poder se concentram nas mãos de uma elite corrupta. Esta elite, juntamente com poderosas empresas internacionais de recursos minerais e gigantes petrolíferas, consegue vender o conto de fadas de que, num qualquer momento futuro, o efeito trickle down irá ocorrer e que, para além da nomenklatura, também a maioria da população virá a beneficiar da exploração de minerais e gás.“
“Agora, com o inimigo consensual do terrorismo internacional, essa elite tenta mais uma vez desviar a atenção dos seus próprios erros, com plena consciência de que estão em jogo poderosos interesses americanos e europeus, cujos governos não abandonarão as respectivas empresas (como a ExxonMobil, Anadarko, Total, ENI e Galp), nem quererão deixar o campo livre para os chineses. Mais uma vez, é o povo de Moçambique que está a ser enganado com umas míseras migalhas.”
Portanto, quando se trata da China, Brasil, Angola (bem haja Rui Pinto!!!), etc., os olhos do ministro dos negócios ofuscam-se-lhe pela luminosidade dos negócios em jogo, enquanto os direitos humanos ficam na gaveta diplomática.
Agora, quando se trata de descreditar a candidata presidencial Ana Gomes, dizendo de forma peremptória, na TVI-24, que Ana Gomes era uma “má candidata para o PS”, aí, lá se vai a diplomacia toda por água abaixo, pois a vontade – sua e logicamente, a de Costa – de influenciar as hostes é, simplesmente, irresistível.
Francamente!
Era preciso todo esse arrazoado ofensivo da ‘não ingerência’, da ‘liberdade’ arduamente conquistada pelo povo moçambicano, para chegar à Ana Gomes?
Os autoritários do mundo gostam muito uns dos outros.
Santos Silva
Este traste,arvorado em ministro,é o mesmo que hà alguns meses atrás,nos tempos áureos do Guaidó na Venezuela , achou que podia enviar um avião à Venezuela levando cerca de vinte elementos do Destacamento de Acções Especiais do Exército Português,para evacuar alguns portugueses que queriam regressar.
Houve alguém de bom senso,dentro do governo que lhe pôs de imediato um açaime e o mandou calar .
O imbecil julgou-se por momentos secretário de estado dos EUA.
Deus Nosso Senhor é Pai de cada palerma !!!!