Quem não tem confiança nos outros não lhes pode exigir confiança

Lavagem de roupa encardida, acusações de traição e portas trancadas para a votação: assim está a ser convenção para eleger o novo CEO liberal.

Já sabem: quando a IL chegar ao governo, nada de ir lanchar ou mijar no horário da votação. Esta gente não confia nela mesma, devemos confiar neles?

Comments

  1. balio says:

    É de facto insólito.
    As portas tiveram que ser fechadas para, de alguma forma, se separar os membros que votavam presencialmente daqueles que votavam a partir do zoom. Não me peça detalhes.
    O que isto demonstra não é falta de confiança. O que demonstra é que fazer um sistema de voto online fiável e que não esteja sujeito a fraude é altamente não trivial.

    • João L Maio says:

      Fraude? Mas quê, interferência russa nas eleições? O Alexandre Guerreiro, que não chegou a ir a Almada, ia entrar?

      • Luís Lavoura says:

        Fraude seria, por exemplo, uma pessoa poder votar duplamente, uma vez presencialmente, outra vez online.
        (Nem todas as fraudes são por interferência russa.)

        • João L Maio says:

          Luís Lavoura,

          “ELEIÇÕES DO IL AUDITADAS PELA ERNST & YOUNG: O clima de desconfiança entre candidatos leva a que pela primeira vez as eleições de um partido em Portugal sejam auditadas por uma empresa externa”.

          Isto é verdade?

          • Luís Lavoura says:

            Sei (e sabem todos os participantes da Convenção, isso foi publicamente divulgado) que as eleições foram auditadas por uma empresa, mas não sei por qual empresa.

            O facto de as eleições serem auditadas não significa que haja desconfiança. Pretende-se é evitar que tal desconfiança possa vir a surgir. Da mesma forma que a contabilidade das empresas é auditada, não necessariamente porque haja desconfiança, mas para fornecer mais confiança.

            De resto, o processo de votação foi efetivamente complicado. Foi um processo todo eletrónico, não houve nenhum voto em urna nem por correspondência. Trata-se de um processo inédito em Portugal. Parece-me razoável que um tal processo deva ser auditado por especialistas.

        • João L Maio says:

          Percebo os argumentos e até podem ser verdade.

          Mas depois do que vimos na Convenção (eu vi e ouvi gente que discursava a quem foi cortada a palavra), fica difícil de acreditar que não haja um “clima de desconfiança”.

          No fundo, um partido com apenas meia dúzia de anos já andar nisto, parece-me preocupante. Se continuarem assim, óbvio que é óptimo para o país, uma vez que assim estão entretidos com lutas internas e não com a destruição da vida dos portugueses como propõem no programa político, mas não duram 10 anos.

          • Luís Lavoura says:

            vi e ouvi gente que discursava a quem foi cortada a palavra

            Certamente que sim, quando as pessoas que discursavam excediam o tempo que lhes estava destinado. Em geral, qualquer orador tinha direito a um minuto, a não ser os representantes das listas candidatas a um dos diversos órgãos (foram quatro órgãos a eleição, e para todos eles havia três ou, em geral, mais listas candidatas), os quais também tinham o tempo cronometrado por lista.

            Afora isso (pessoas que excediam o tempo que tinham), não vi a palavra a ser cortada a ninguém. Mas também é verdade que não estive presente a toda a convenção. E ouvi de facto queixas de que no sábado uma ou outra pessoa tinha sido “cancelada”. Não sei se é verdade, porque no sábado não estive lá.

        • João L Maio says:

          Eu vi, a espaços, os discursos do dia no Sábado e ontem, Domingo. Está tudo, completo, no YouTube do Observador.

          Houve, de facto, pessoas que subiram ao palanque para fazer ataques a colegas de partido e a quem, imediatamente, era cortada a palavra. Houve, de facto, muita roupa suja a ser lavada para todo o país ver. Muitos dos militantes da IL que discursaram, agressivamente, contra eles mesmos, são assim no Twitter; só ainda não tinham tido oportunidade de mostrar que são assim fora dele para toda a gente ver.

          Durante a convenção, o pessoal da IL atacou o BE, o PCP, o PS, o PSD, o CH… e a IL. Mas ferozmente no que concerne à IL; a certa altura perguntava-me se aquilo era uma moção de censura ao próprio partido ou uma convenção para eleger um novo líder. Na última convenção do BE, havia 3 moções. Moções que discordam entre si em vários aspectos, mas não houve a falta de respeito com camaradas como houve ontem.

          Um minuto para elaborar um pensamento parece-me, manifestamente, muito pouco tempo.

          • Luís Lavoura says:

            Eu o Twitter não leio, portanto não sei que porcaria militantes da Iniciativa Liberal, ou de outras forças políticas, lá colocam. Acredito que seja muita, julgo saber que o Twitter é um esgoto a céu aberto.
            No sábado não estive na Convenção, não sei que se passou lá. Segundo julgo ter ouvido, a partir das dez da noite a coisa foi pior.
            No domingo não vi nada que passasse das marcas. Provavelmente a roupa suja já tinha sido toda desencardida no sábado…

        • João L Maio says:

          Luís, na Convenção discursaram vários trolls do Twitter, entre eles:

          • Rui Rocha
          • Romeu Ribeiro
          • Ana Madalena
          • Pedro Schuller
          • MAL (não sei o que significa M e A mas L de Lopes)
          • Catarina Maia
          • Bernardo Blanco
          • João Caetano Dias

          Todos eles são, nessa rede social, seres execráveis e mal educados que usam o insulto gratuito e o ódio ao que é diferente como arma de arremesso político. Em sua defesa, não são os únicos, havendo gente do meu partido que faz o mesmo, mas é factual, são gente muito deselegante (e com posturas muito pouco liberais, no sentido clássico do termo).

          • Luís Lavoura says:

            Esclarecimento: “MAL” é Mário Amorim Lopes. É uma pessoa que se dedica a estudar a economia da saúde. Era membro do Conselho Nacional da Iniciativa Liberal, não sei se continua a ser.

    • João L Maio says:

      Uma coisa é certa: fica provado que o pessoal da IL é, de facto, liberal. Sobretudo no (não) cumprimento de horários.

    • Paulo Marques says:

      É mais um unicórnio liberal em choque com a realidade, que isto de ouvir peritos é uma chatice, exigia ouvir pessoas que trabalham na fábrica de marxismo que são as faculdades.

      • Luís Lavoura says:

        É verdade. A Iniciativa Liberal defende que nas eleições nacionais se possa votar eletronicamente (creio que isso está no seu programa político), mas no interior do partido cria um sistema de voto eletrónico que levanta imensas dificuldades aos seus próprios membros e que seria inexequível e nível nacional, mostrando o quão irrealista é a sua proposta.

  2. Paulo Marques says:

    As mijinhas não são para o horário de trabalho nem para o horário de votar. Quem não tem mérito de não sofrer ansiedade que se sujeite.

    • João L Maio says:

      Já uma vez sugeri que a IL troque o logotipo estilo Monopoly e adopte um com a cara do Jeff Bezos e da Amazon.

    • João L Maio says:

      Se fossem realmente empreendedores, um dos militantes montava uma banca e vendia sacos de plástico para as necessidades a 4€ cada e uma sandes de caviar com champanhe a 20€/pessoa e esta questão já nem se colocava!

      Eu não sou liberal, não posso ser sempre eu a ter estas ideias!

      • Luís Lavoura says:

        As casas de banho permaneceram sempre acessíveis.
        As portas só estiveram fechadas durante uma hora e 15 minutos. Nada que a fome não possa aguentar.

        • Ernesto says:

          E o Dr. Lavouras está em condições de afirmar que ninguém urinou pelas pernas abaixo? Isso sim, seria uma informação útil.

          Aquelas casas de banho devem ser piores que o Lux às 6h de sexta para sábado, até fazem fila para cheirar o odor do suor do trabalho capitalista!

          • Luís Lavoura says:

            As casas de banho estavam em perfeito estado de consevação e higiene, como eu próprio pude testemunhar, que as usei, inclusivamente durante o período de encerramento da sala.
            Nem outra coisa seria de esperar, o Centro de Congressos de Lisboa não é uma discoteca.

        • Ernesto says:

          Acredito que as casas de banho estariam branquinhas, mas duvido que faltasse pó.

          • João L Maio says:

            Ernesto, não diga isso…

            Ps. Há convenção da IL todos os fins-de‑semana nas casas-de-banho do Lux-Frágil, mas não conte a ninguém!

  3. luis barreiro says:

    Pelo menos não é de braço no ar como os xulos

    • Ernesto says:

      Exactamente Dr. Barreiros!! Viva ao proxenetismo bom da IL. Se há pessoas que sabem o que é dar o cu sentados são vocês. É que nem precisam de se levantar, porque os Bezzos desta vida sabem que o boeiro está sempre aberto.

    • POIS! says:

      Pois tá bem! A quem se refere, ó burreiro?

      Que se saiba, o voto secreto, na eleição dos órgãos dirigentes, é obrigatório por lei.

      Se levantam o braço no ar ao deitar o voto na urna deve ser por razões de higiene: é para arejar os sovacos. O mesmo que deveria fazer Vosselência, mas ao bestunto, para não escrever asneiras.

  4. Luís Lavoura says:

    Eu penso que o João Maio deveria prestar mais atenção ao sistema que o seu próprio partido utiliza nos seus congressos – através de delegados dos núcleos, delegados esses que a imensa maior parte dos militantes que os elegeram desconhece de que forma vota – antes de criticar os outros partidos.

    Na Iniciativa Liberal todos os militantes que se inscrevem na Convenção têm direito a votar em igualdade de circunstâncias. Todos os votos têm o mesmo valor. Não há inerências nem privilégios, e tanto vale o voto do militante 1 como o do militante 6000, tanto vale o voto do açoriano como o do minhoto. (E, por sinal, o líder eleito é minhoto.) Não há delegados que votam pelos outros.

    Talvez o partido do João Maio devesse implementar um sistema desse género. Ficaria certamente mais democrático. Penso eu de que.

    • João L Maio says:

      Luís,

      Ontem foi a convenção da IL, não do BE. Estamos a falar da IL. Há uns meses, quando foi a do BE, escrevi sobre isso. Eu é que decido sobre o que escrevo aqui.

      Depois, eu nem sequer discorri sobre isso. Sei que o Luís é militante IL e fiz-lhe perguntas. Quando voltar a haver uma convenção do BE, voltarei aqui a escrever sobre isso, e se o Luís tiver dúvidas coloca-as também.

      E sobre ser democrático ou não, o barómetro que avalia isso, isto é, o TC, diz que é democrático. Então, pois.

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