Israel e Ucrânia: a realidade é uma maçada

Quando o mundo ocidental se uniu em torno da Ucrânia, Israel foi um dos Estados que prometeu ajudar, com um enorme “mas”.

E se países como a Hungria ainda se deram ao trabalho de tentar disfarçar, a mensagem de Israel foi clara: perante a invasão russa da Ucrânia, escolheram a neutralidade.

Não me interessa aqui discutir a legitimidade da neutralidade, se faz ou não faz sentido. Já dei várias vezes para esse peditório.

Mas há aqui um par de curtas reflexões que quero partilhar convosco:

  1. Qualquer partido ou país que se tenha atrevido a apelar à neutralidade face à invasão da Ucrânia foi imediatamente rotulado de putinista. Excepto Israel. Porquê? Porque realpolitik.
  2. É natural que Netanyahu tenha optado pela neutralidade. Para além da total afinidade ideológica e das boas relações com Putin, como pode ele assumir uma posição contra uma invasão quando dirige a mais longa ocupação da história moderna?

A realidade é uma maçada.

Comments

  1. Whale project says:

    Também se as pessoas não fossem burras e aptas a partilhar tudo quanto vêem na net viam logo que, aquela paisagem semi desértica e aquele sol de uma intensidade que se adivinha impiedosa não podiam ser na Ucrânia. E sim, dois anos mais tarde a moça mamou oito meses de cadeia por ir às trombas do porco soldado Israelita que dois dias antes lhe tinha deixado um primo de 12 anos as portas da morte por lhe ter dado um tiro na zona dos maxilares. Grunhos israelitas pediam que passasse o resto da vida na cadeia pela intolerável humilhação do glorioso exército Israelita. Foi presa ela é a mãe mas nem por isso foi escarmentada apesar de certamente ter por lá apanhado a sua dose de bofetadas. A primeira coisa que fez quando saiu foi entrar na primeira geladaria que encontrou e comer um gelado digno de baleia. Pelo emagrecimento que trazia não lhe havia de ter faltado fome na cadeia. Aliás, a mãe também vinha bem mais leve. Grunhos israelitas lamentavam que a moça não tivesse saído da cadeia mostrando se humilhação e escarmentada. As histórias para ser contadas teem de ser contadas até ao fim.

  2. Whale project says:

    E quem apoia o regime nazi de Kiev cá chamar putinista a senhora mal comportada que os desovou. É quem rouba fundos a Rússia, como agora fez a Bélgica, aqueles pulhas que, até matam gente deprimida, para dar aos nazis lembres se que isso é mesmo aquilo que a Europa precisa para mais algum país arriscar dar nos dinheiro a guardar. O que é que se segue? Roubar o dinheiro dos cidadãos que não apoiam aqueles trastes para dar, aos nazis?
    Pelo menos Israel pode correr os vizinhos a tiro mas trata de não dar tiros no pé.

  3. balio says:

    É natural que Netanyahu tenha optado pela neutralidade.

    Claro, porque cerca de um quinto dos judeus israelitas é de origem russa, muitos têm dupla nacionalidade e muitos têm negócios na Rússia. O mesmo vale, aliás, para a Ucrânia.
    Com tantos cidadãos que votam nele mas que têm grande afinidade, ou com a Rússia, ou com a Ucrânia, é natural (e correto) que Netanyahu prefira manter-se neutral.

  4. O importante é que só haja dois géneros, claros e indistinguíveis, para que continuemos a nossa vidinha felizes na nossa superioridade moral depois de os efeitos do colonialismo sair das notícias.

  5. Luis says:

    Parece-me que a verdadeira razão pela qual Israel não apoiou a Ucrânia foi pela comunidade judaica que vive na Russia e que é numericamente significativa.

    Doutra forma, Israel apioaria a Ucrania pela colagem aos aliados ocidentais e pela simpatia, hipocrita também, que a Russia tem pela causa palestiniana ao nível dos vários movimentos que são seus clientes de armas.

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