Crónica do Rochedo 42 – Grécia: O Elefante na Sala

O gigante do mercado de viagens de turismo, TUI, através do seu presidente Marek Andryszak, lançou um comunicado a informar quais as tendências nas actuais reservas do mercado alemão para a temporada de férias de verão deste ano.

Pela primeira vez, as ilhas gregas atingem o primeiro lugar como destino escolhido pelos alemães (principal mercado para o turismo da Europa). Aliás, Grécia e Turquia são quem mais sobe. Já Portugal e Espanha quem mais desce. No Top 15 das reservas já contratadas pelos alemães, o Algarve aparece num assustador 15º lugar e Espanha vê a eterna número 1 das escolhas dos alemães, Maiorca, descer para segundo lugar, ultrapassada pela grega Creta. Algo inimaginável nos anos anteriores à pandemia. E a Riviera turca à frente das Canárias. Aliás, nos cinco primeiros lugares, a Grécia coloca três destinos e a Turquia um – só a espanhola Maiorca , em segundo lugar, se intromete nesta guerra. Antes da pandemia, a guerra pelo top 5 era dividida entre as espanholas Canárias e Maiorca com a Turquia a tentar espreitar. Como chegou aqui a Grécia em tão curto espaço de tempo? Pelo preço? Não. Com campanhas de marketing? Não.

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O rapto de Europa

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No começo de tudo quem mandava era Zeus, o mais sortudo dos filhos do Tempo (Cronos) que, conseguindo escapar ao grande apetite do pai (famoso comedor da própria descendência), tomou o seu destino em mãos, vindo a unir-se a Europa, uma ninfa que conheceu na Fenícia certo dia em que ela estava com umas amigas a apanhar conchinhas à beira-mar. Zeus e Europa tiveram três filhos, entre os quais Minos, que viria a tornar-se muito poderoso, reinando em Cnossos – cidade-labirinto onde jazem ainda hoje (em Creta) o primeiro trono, a primeira banheira, o primeiro sistema de canalização de águas, a primeira estrada e o primeiro teatro do Ocidente.

À falta de melhor critério, Zeus determinava o destino de todos fazendo apelo a uns jarrões que tinha à porta da caverna onde vivia – contendo um apenas coisas boas, e o outro somente coisas más. Assim, Zeus dava a uns (muito poucos, crê-se) uma vida muito boa, a outros (acredita-se que a maioria) uma vida muito má, e aos restantes uma vida mais-ou-menos, que era quando ele retirava coisas dos dois jarrões. O princípio e o padrão mantiveram-se até aos dias de hoje, [Read more…]