Um «amor» explosivo e infinito

No Público de hoje:

“Duas estrelas casaram-se e deram fenómeno mais brilhante de sempre. A união entre elas foi há pouco mais de mil anos. Num trabalho de arqueologia cósmica, uma equipa espanhola propõe uma explicação para o ponto mais luminoso que a humanidade já viu até agora no céu.”

Numa certa noite do ano de 1006 (!), astrónomos de todo o mundo observaram, à vista desarmada, o acontecimento estrelar mais brilhante no céu de que há memória até hoje. A estrela SN1006 — que os egípcios disseram ter um quarto do brilho da lua cheia e três vezes o tamanho de Vénus e os chineses garantiram ter sido visível durante três anos — apareceu de repente. Agora, mais de mil anos depois, concluiu-se que na sua origem esteve provavelmente a colisão, ou casamento, de duas estrelas.”

Uma história irresistível, um «amor» duradoiro (“a sua beleza ainda pode ser apreciada, mas só com telescópios”). Interessante o sinónimo «casamento» para colisão…

Uma boa metáfora para casamentos felizes…. Ups!

Só espero não ter aulas nesse dia

Não quero perder isto por nada deste mundo.

Poemas do ser e não ser

                 (adao cruz)

(adao cruz)

Daqui te escrevo

Onde o mar não existe

Onde as mãos do silêncio

Não tardam a entrar

No silêncio da tarde.

Daqui te escrevo

Nesta tarde de silêncio

Onde a memória da tarde

Arde em silêncio

No mar das tuas mãos.

Daqui te escrevo

Onde o deserto é imenso

E a sede do teu mar

Cresce em silêncio

No silêncio da tarde

Onde não tarda o silêncio

Do mar das tuas mãos.

A minha cidade é o mar

E o deserto de silêncio

Do mar das tuas mãos.

Não a cidade da fome

Dos caminhos errantes

E das estrelas inseguras

Que ardem em silêncio

Sem fome das tuas mãos.

Daqui te escrevo

Onde o mar não existe

E o deserto é imenso

No silêncio da tarde.

Daqui te escrevo

Desta tarde sem fim

Onde arde a cidade sem mar

E o deserto sem cidade

Onde arde em silêncio

Na tarde das tuas mãos

Todo o silencio da tarde.