Memória descritiva: Luta armada contra a ditadura (2)

Já vimos que os comunistas estavam bem organizados. E os anarquistas?

Os anarco-sindicalistas estavam, sobretudo, filiados na Confederação Geral do Trabalho. Tinham tido grande implantação entre as classes trabalhadoras, mas aos poucos, o PCP ia-lhes reduzindo o espaço de manobra e hegemonizando as organizações de classe. Em todo o caso, ainda estavam activos, mesmo depois de todas as suas estruturas terem sido ilegalizadas pelo golpe de 1926. Prepararam um atentado contra o ditador que, por muito pouco, não resultou.

Na manhã de 4 de Julho de 1937, na Av. Barbosa du Bocage, em Lisboa, Salazar saiu do carro que o transportara até junto da capela particular de um amigo para assistir á missa dominical quando a escassos metros rebentou um engenho explosivo. O atentado fora preparado com cuidado, estudando a rotina do ditador nas manhãs de domingo, a bomba fora colocada, sob o pavimento, no local onde o carro costumava parar e seria accionada manualmente por elementos escondidos num prédio vizinho.

Tudo correu como o previsto, só que o carro estacionou a metros do local habitual e o visado apenas apanhou um susto. Emídio Santana (1906-1988), um dos autores do atentado, foi perseguido. Fugiu para Inglaterra onde acabou por ser preso e, entregue às autoridades portuguesas. Foi condenado a 16 anos de prisão. [Read more…]