Estádio de Alvalade, 2009. Um jovem sportinguista é esfaqueado por adeptos benfiquistas.
Veredicto de Daniel Oliveira: Os portistas são uns bárbaros.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Estádio de Alvalade, 2009. Um jovem sportinguista é esfaqueado por adeptos benfiquistas.
Veredicto de Daniel Oliveira: Os portistas são uns bárbaros.
Estádio do Jamor, Maio de 1996. Um adepto do Sporting é assassinado por um very light atirado por um adepto do Benfica.
Veredicto de Daniel Oliveira: Os portistas são uns bárbaros.
Descendo de uma longa linha de portistas e, como sabem, tanto quanto a genética, pode o costume. Na minha fase de rebeldia, nos tímidos ensaios que fiz de possíveis afrontas ao meu pai, a mais terrível foi dizer que, se calhar, ainda me fazia sportinguista.
Creio que ele percebeu que o tom não seria muito convicente e nunca chegou a demonstrar o choque que eu esperava. É claro que eu não acreditava no que dizia, e apenas consegui dizer “sportinguista” porque a imagem de proferir o pronome “eu” e o adjectivo “benfiquista” na mesma frase parecia-me não só assustadora como fisiologicamente impossível de concretizar.
O meu pai tem sido sempre a imagem do portista absoluto. Na primeira vez que lhe substituíram uma válvula cardíaca, acordou na sala de cuidados intensivos, percebeu, para seu alívio, que tinha sobrevivido, e fez, a custo, três perguntas que resumiam a sua mundividência: “A minha mulher? A minha filha? Como é que ficou o Porto?” O portismo do meu pai tem sido, desde que me conheço, uma das poucas verdades absolutas deste mundo. E como todas as outras, também esta recebeu um embate.
O meu pai leva vários dias hospitalizado. Como sempre aconteceu nas anteriores estadas no hospital, tornou-se o doente favorito de enfermeiros e auxiliares (nunca dos médicos, porque faz demasiadas perguntas), porque colabora em tudo o que pode e faz piadas a toda a hora. Tanto quanto percebi, havia uma espantosa amizade – tendo em conta o pouco tempo de convívio – com um dos auxiliares, que corria para dar resposta a cada um dos seus pedidos, com uma celeridade e uma bonomia que me fizeram pensar que a tão falada humanização dos hospitais públicos é já uma realidade.
No último fim de semana, o meu pai mudou de serviço e despediu-se do seu amigo. Pôde então contar-me o seu segredo. Perante a insistência daquele auxiliar, que era uma figura fulcral, de cujo dinamismo parecia depender a eficácia do serviço, o meu pai aceitou dizer aquilo que o outro queria ouvir, e assentiu que era benfiquista.
Sentei-me. Sentia-me zonza. Olhei para o meu pai à espera de ver o ar trocista de quem tinha acabado de pregar uma partida, mas, ao invés, deparei-me com um meio sorriso envergonhado.
– Ele estava sempre disposto a ajudar… Se eu lhe pedia um copo de água, ele ia a correr buscar. Se queria sentar-me ele vinha logo subir a cama. Quando eu não conseguia comer o almoço que traziam ele ia buscar um iogurte ou uma peça de fruta… E eu só tinha de dizer com ele…
Eu entendia, claro, mas… como integrar esta faceta do meu pai?
– Mas tu dizias-lhe que és… que és… benfiquista?!
– Mais ou menos. Dizia “esses andrades ganham tudo, não deixam ficar nada para nós!”
O meu pobre pai, tão pouco convincente, tentava fazer-se benfiquista elogiando o adversário.
– Ele falava mal do Pinto da Costa e aí eu já não me queria meter. A única coisa que lhe disse foi que também não acreditava que alguma vez o prendessem. “Sabe porquê que nunca o vão prender? Porque, se o fizessem, no ano seguinte o Custóias subia à primeira divisão!”
Respirei de alivio. Nenhuma daqueles afirmações de benfiquismo era credível e ocorreu-me que talvez o auxiliar nunca tivesse acreditado. Talvez, como eu, se comovesse com a figura daquele homem a quem a doença fragilizara, e que, a troco de uns gestos de companheirismo, aceitara negar a paixão de toda a vida e o admitia, agora, com vergonha, à espera da absolvição.
Na nova e sofisticada loja dos CTT, a abarrotar de produtos para turistas (facilmente identificáveis por representarem sardinhas e/ou serem feitos de cortiça) e até “tablets e smartphones recondicionados”, mas em que a mesa de trabalho dos funcionários encolheu de tal modo que já nela não cabem os envelopes maiores, hoje a máquina das senhas […]
Autoria da foto (e os meus agradecimentos): http://permanentereencontro.blogspot.com/2012/12/amores-de-perdicao.html
A propósito desta notícia de hoje.
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
o trumpismo apresentou a moção, os Democratas deram-lhes a mão. Em princípio é o próximo estágio da simbiose PS-CH, versão USA.
O PSD e o CDS a aliarem-se ao PAN, a direita a defender um ministro do PS, o PS a cumprir o programa político da direita, os benfiquistas a elogiarem decisões do Soares Dias…
Estará perto o apocalipse?
Um poema de Ricardo Araújo Pereira, sobre bafientos beatos.
«André Coelho Lima elogia acordo com PAN e defende que PSD é um “partido progressista”».
Ontem, Mário Cláudio falava acerca da “objectificação da mulher“. Hoje, o Presidente da República diz: «Mas a filha ainda apanha uma gripe! Já a viu bem com o decote?».
Pois eram. Ilda Figueiredo, “uma das 37 signatárias da petição que pede a remoção da obra, voltou atrás“.
saberia que aquela mulher não é Ana Plácido: “aquela mulher é simbólica – representa a mulher na obra do Camilo, no Amor de Perdição. Não é, nunca quis ser, um retrato de Ana Plácido“.
Direitos das crianças? É relativo. Para haver direitos tem de haver deveres, e as crianças não têm deveres. Enquanto Deus entender que a pedofilia na Igreja tem um benefício para a sociedade, irá continuar a existir.
A notícia é a reacção de Pinto da Costa ao acontecimento que o Porto Canal não noticiou. Uma tristeza. Siga.
(porque é um canal de fretes, apesar de o FC Porto não ser o clube da cidade do Porto), não transmite esta notícia. Porquê?
sem espinhas, no Expresso.
Já que na terra dele o ignoram (lembrei-me logo da “pátria que vos foi ingrata“, de Vieira), aproveite-o Lisboa, depois da nega do 17.º Patriarca.
“Feijóo quer reunir-se com Sánchez para que viabilize o seu Governo em Espanha“. Assim, não: “Durão Barroso vai casar em jJulho“.
uma política externa digna de um regime totalitário não é suficiente. Netanyahu e os seus extermistas querem acabar com a separação dos poderes. E estão a consegui-lo.
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