vem a Portugal com o Al-Nassr inaugurar um centro de alto rendimento. Triste.
Partido CH, uma ameaça à segurança nacional
Um dos argumentos mais usados pela extrema-direita para vender o seu projecto de autoritarismo e supressão da liberdade é o da segurança. Sempre de mãos dadas com o medo. Medo de crentes de outras religiões, medo da imigração, apimentada por teorias estapafúrdias de substituição populacional programada, medo de tudo o que é diferente.
Azar o deles, Portugal não padece de nenhum desses problemas. E voltou a surgir no top 10 do Global Peace Index, como o 7º país mais seguro do mundo. Uma chatice para a minoria liderada por André Ventura, que lá terá que continuar agarrada aos ciganos. [Read more…]
António Tânger Correia escolhe a violência
António Tânger Correia, outrora diplomata do sistema, hoje dirigente nacional do CH, foi à convenção dizer aos jotas do seu partido que gostava de os ver “a lutar na rua à cacetada com o MRPP e o PCP”.
Isto é incitação à violência. Literal. E há um PSD que se quer coligar com esta gente. Valha-nos Jorge Moreira da Silva, que não hesitou um segundo no momento de se demarcar deste esgoto de ódio. [Read more…]
Caos e violência: talibãs de Bolsonaro pedem golpe de Estado
Estradas cortadas, pneus a arder, violência e ameaças. Eis o lixo autoritário que Bolsonaro produziu, a exigir que o exército avance para um golpe de Estado. Se dúvidas restassem, foram dissipadas: Bolsonaro é uma ameaça clara à democracia brasileira e, como qualquer autocrata, só aceita resultados que o favoreçam. E tem um exército de talibãs com ele.
Jair Bolsonaro, o Donald Trump da Wish
Depois da tentativa de golpe de Estado nos EUA, dirigido por Donald Trump e pela sua corte de talibans neofascistas, é Jair Bolsonaro quem agora ensaia o método Bannon, antecipando a derrota eleitoral que todas as sondagens lhe atribuem. As críticas ao mesmo sistema eleitoral que fez Bolsonaro presidente são constantes, e cada vez mais agressivas, e parecem indicar a preparação de uma jogada idêntica à de Trump, baseada na alegação de fraude eleitoral, em caso de derrota. Já vimos este filme e vamos continuar a vê-lo. Estranho seria se um fascista respeitasse a democracia.
A extrema-direita tem sido isto. Desinformação, ameaças, violência e total desrespeito pela democracia e pelas suas instituições. E nem precisamos de ir ao outro lado do Atlântico, quando no seio da UE temos Orbán a fazer discursos abertamente xenófobos e Varsóvia a preparar-se para criminalizar, com penas de prisão, quem se atreva a fazer piadas sobre a Igreja Católica. Já não há armário que segure os Putins europeus.
Ainda sobre o comportamento da escumalha israelita no funeral de Shireen Abu Akleh
The closest video of the #Israeli police suppressing the funeral procession of Shireen Abu Aqleh as the coffin was leaving the French hospital towards the cemetery pic.twitter.com/TaOsvCUUCd
— Rushdi Abualouf (@Rushdibbc) May 13, 2022
Ver estes merdas do IDF à bastonada contra os bravos que tudo fazem para que o caixão de Shireen Abu Akleh não se desfaça no chão, ilustra na perfeição aquilo que é o regime canalha instalado em Telavive: uma cambada de Putins branqueados nas lavandarias da propaganda ocidental.
Matar e profanar o funeral: bem vindos ao apartheid israelita
Watching the funeral of Shireen Abu Akleh on Al-Jazeera. Truly appaling to see Israeli riot police crack down heavily on mourners with batons and stun grenades, including those carrying Shireen's coffin. No shame.pic.twitter.com/zihYgqnCjI
— Jannis J Grimm (@jannisgrimm) May 13, 2022
No funeral de Shireen Abu Akleh, militares do IDF irromperam por entre a multidão que se despedia da jornalista e distribuíram porrada a torto e a direito, incluindo àqueles que carregavam o caixão.
Só a pior da escumalha vai para um funeral à procura de confusão. Mesmo nas barbas da imprensa internacional, para que todos vejam que o regime israelita, sempre autoritário, fez o que bem lhe apetece e atropela quem tiver que atropelar.
O que distingue esta gente do regime russo?
Um elefante na sala
Temos um elefante na sala e não é possível continuar a assobiar para o lado. Aliás, assobiar para o lado é engrossar as hostes daqueles senhores sentados na extrema direita do hemiciclo.
Agora foi em Famalicão. É fundamental analisar o que se passa e tomar medidas dentro do quadro legal. É preciso reflectir e actuar. Vamos continuar a assobiar para o lado? O caso de Famalicão foi o último mas não foi o único. Existe um padrão. Seja na forma como ocupam propriedades privadas, seja como tratam as suas mulheres seja como não cumprem as regras mínimas de um Estado de Direito. Todos? Claro que não.
Vamos deixar campo livre à extrema direita para capitalizar e aceitar o medo como algo natural?
Como assim, o Big Brother deu merda?
Como assim, o Big Brother é um degredo que não tem razão de ser sem polémica e violência?
Como assim, o Bruno Carvalho é tóxico e conflituoso, e foi precisamente por isso que foi escolhido para o programa?
Como assim, o modelo de negócio da TVI assenta no sensacionalismo, no escândalo e na exploração de emoções primárias?
Como assim, a Cristina Ferreira indigna-se e denuncia de casos de violência doméstica na sua revista e no programa da tarde, para depois pactuar com eles enquanto membro do Conselho de Administração da TVI, Directora de Entretenimento e apresentadora do Big Brother? Querem ver que a self made woman da Malveira é uma hipócrita?
Fui apanhado de surpresa, confesso. Não estava nada à espera destas informações dramáticas. Serão verdadeiras?
Lock ‘em up!
Jacob Chansley, o chalupa pró-Trump que ficou conhecido por profanar o look old-school do Jay Kay dos Jamiroquai, versão neofascista-conspiracionista, enfrenta uma pena de 51 meses de prisão, que resulta da sua participação na tentativa de golpe de Estado orquestrada por Trump e restante cúpula da extrema-direita norte-americana.
A defesa alega agora que o “xamã QAnon” tem problemas psicológicos, está arrependido e pede a “compaixão do tribunal”. Problemas psicológicos terá, seguramente, ou não faria parte da seita QAnon. O look ainda vá que não vá, que o que não falta nos EUA são tolinhos com looks saídos de um filme do Tim Burton. Já participar numa tentativa de golpe de Estado, ameaçar representantes eleitos (incluindo Mike Pence, então n°2 de Trump) e incentivar a violência é outro campeonato, cujos praticantes, também conhecidos como delinquentes, devem ser encarcerados. Que assim seja. Para ele e para os restantes 660 delinquentes pró-Trump que participaram naquele reality show autocrático do fascista americano.
P.S. Por altura da invasão do Capitólio, o cadastrado neo-nazi detido esta semana usou o Twitter para ameaçar o país com a iminência de algo similar em Portugal. Ontem, após ser libertado, Mário Machado concluiu a sua declaração aos jornalistas com a saudação nazi e um “viva a vitória”, versão portuguesa de “seig heil”. É deixá-los andar e continuar a bater na tecla das falsas equivalências. Tem tudo para correr bem.
Depois queixem-se porque a extrema-direita instrumentaliza estas merdas e cresce
Em poucos dias, dois casos chocantes num país que figura entre os mais pacíficos do mundo. O mais grave, porque resultou na morte de um jovem de 23 anos, aconteceu na noite de Sábado para Domingo, no Porto. Um grupo de três delinquentes franceses, um dos quais com residência na cidade, agrediram violentamente a vítima na Rua Passos Manuel, deixaram-na inconsciente na via pública, e o jovem acabou por falecer no hospital. Foram detidos, mas, aparentemente, apenas um ficou em preventiva. Pelo meio, ainda fizeram um vídeo para as redes sociais, gozando com a situação. Menos do que pena máxima para estes três criminosos será um insulto à morte da vítima. E, é meu entendimento, 25 anos de cadeia para um assassino que se vangloria pelo feito peca por escasso. Por mim ficavam lá para sempre, a fazer vídeos com sabonetes.
O segundo caso é um clássico da boa velha violência nocturna. E o vídeo das câmaras de segurança não deixa margem para dúvidas. Mesmo que a vítima do delinquente que fazia segurança na discoteca (ou que, como é afirmado em alguns OCSs, estivesse ali como cliente) o tivesse insultado, o nível de brutalidade daquela agressão, digna de um homem das cavernas de moca na mão, é um claro indicador de que o delinquente não tem condições para trabalhar como segurança ou sequer para viver em comunidade, motivo pelo qual deve ser encarcerado longos. Mas não é só o delinquente que deve ser penalizado. Também a discoteca Club Vida deve sofrer as consequências por permitir um acto daqueles no seu estabelecimento, com parte do staff a assistir às agressões sem mexer uma palha. O regime de impunidade em que operam muitos seguranças de estabelecimentos nocturnos deste país tem que acabar.
Dito isto, é preciso reflectir sobre estes dois casos e sobre o que nos falta para que Portugal seja um país ainda mais seguro, para todos, e não apenas para os residentes das zonas onde habita a alta sociedade. Faltam leis mais duras para crimes violentos (e para outros, mas é de violência que estamos a falar) e falta, sobretudo, mais policiamento nas ruas, mais meios materiais e humanos para as forças de segurança e mais autoridade, para não falar nos salários de merda que os agentes da PSP e da GNR auferem, e que não motivam nem tornam a profissão particularmente atractiva. No concelho da Trofa, com cerca 40 mil habitantes, existe apenas uma esquadra da GNR, bastante degradada e com poucos operacionais mal equipados. E isto é a regra, não a excepção, neste país. Há dias, eram umas cinco da manhã, estava um grupo de imbecis na minha rua, com as portas do carro abertas a bombar uma azeiteirice qualquer para a rua toda ouvir. Liguei para a GNR e pedi que fossem lá mandar os gajos baixar o azeite. Disseram-me que só tinham um carro patrulha que estava do outro lado do concelho, e que teria que esperar. Um concelho, 40 mil habitantes, um carro de patrulha. Depois queixem-se porque que a extrema-direita instrumentaliza estas merdas e cresce.
O neofascismo é o novo fundamentalismo religioso

Publicado em Junho, o último relatório da Europol dedicado ao terrorismo revela que, entre 2002 e 2019, 332 atentados terroristas foram levados a cabo por organizações de extrema-direita em solo europeu, dos quais 49 em 2019, resultando num total de 286 vítimas mortais.
Os métodos só podem surpreender os mais desatentos. Ainda em Agosto, quando os Taliban tomaram o poder, assistimos ao elogio apaixonado dos órfãos de Trump, que destacaram a determinação dos fundamentalistas afegãos na sua luta contra os valores liberais. Supremacistas brancos, fundamentalistas católicos e evangélicos e QAnon figuram entre os novos cheerleaders do Emirado.
[Read more…]Se alguém diz “pára”, é mesmo para parar, percebem?
Quando rebentam casos como o que envolve Rúben Semedo, logo surgem dois grupos, proeminentes, que impõem ferozmente a sua narrativa e assumem o controlo do espaço mediático. Um destes grupos, sobejamente conhecido, advoga a total galderice da alegada vítima, que estava mesmo a pedi-las com aquela foto na praia que publicou no Instagram, motivo pelo qual a culpa da violação é dela. O outro, igualmente influente, advoga a total e inquestionável inocência da vítima, e recusa terminantemente a mais remota possibilidade de gold diggin’, o que é particularmente favorável à prática, uma vez que, aconteça o que acontecer, o risco do plano rebentar nas mãos de uma qualquer gold digger é zero. Outras pessoas advogam coisas mais moderadas, ou in between, mas dificilmente fazem manchete ou chegam às trends do Twitter.
Pod do Dia – Homo Cheganus
Em Viseu, elementos ligados à candidatura do Chega à câmara local foram acusados de ter proferido insultos homofóbicos, a que se seguiram, após reacção verbal do queixoso, agressões físicas a este mesmo queixoso.

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Se parece um pato, nada como um pato e grasna como um pato, então provavelmente é um pato
Agora, já não se escondem.
Podem dar as voltas que derem, dizerem-se anti-sistema quando são, há muito, a escória do sistema, mudarem programas políticos de ano em ano, mudarem o sentido de votação três vezes no mesmo dia; já não enganam ninguém.
A extrema-direita é isto. É ódio, é violência, é ignorância. A extrema-direita é igual em todo o lado e já esteve por todo o lado. A única coisa que surpreende, ainda, mesmo não surpreendendo, é a incapacidade do Ser Humano de aprender com os erros passados. Somos, sem dúvida, a única espécie que tropeça vinte vezes na mesma pedra.
Depois dos ataques à sede da SOS Racismo, depois das ameaças a deputados e deputadas da AR e a activistas sociais, depois de um programa, mais maltrapilho que programa, a defender a extinção do Estado Social e com tiques pidescos, das incitações à desordem, das “sugestões” de deportação de cidadãos portugueses, das máfias e dos dePaços desta vida, já não enganam ninguém. [Read more…]
Deixem os predadores sexuais em paz, suas vagabundas!
Há tempos foi um revisor da CP. No Domingo foi um condutor dos Transportes Urbanos de Coimbra. E, num caso como noutro, o batalhão de bestas quadradas que patrulha as redes e as caixas de comentários dos jornais deu o ar da sua mentalmente indigente graça e sentenciou o caso: são elas, as vagabundas, badalhocas, vadias e putas que provocam os inocentes abusadores. São as saias, os decotes e o cabelo solto e cheiroso. O homem bem quer ser o sexo forte, mas estas porcas obrigam-nos a ser predadores sexuais. As mulheres, no entender destes trogloditas, deviam vestir-se como na mais radical das ditaduras wahhabitas: tapadas dos pés à cabeça, com uma viseira estreita para não se espetarem contra as paredes. E ser lapidadas em caso de não conformidade. Não admira que estes merdas sejam contra o feminismo. Era o que mais faltava, as mulheres ganharem consciência da sua condição e insurgir-se contra o papel socialmente instituído de subalternas submissas dos homens. Umas radicais! Moderados são os machistas, os misóginos e os violadores. Estivessem elas fechadinhas na cozinha, de avental e bandolete, a cozinhar, limpar, lavar, arrumar e a cuidar dos putos, e estaria tudo bem. No tempo do Salazar não havia estas bandalheiras. Raisparta a democracia.
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. E de recordar Alcindo Monteiro
Hoje celebramos o nosso país, Portugal, celebramos os portugueses, celebramos a nosso fabuloso idioma (hoje brutalizado por um acordo ortográfico absurdo), celebramos as forças armadas, as comunidades portuguesas e um dos nossos maiores vultos literários, Luiz Vaz de Camões, que, alegadamente, terá falecido neste dia, em 1580. Um dia de festa, de evocar o nosso passado e as nossas raízes, de enaltecer os nossos feitos, de comemorar a nossa existência comum e de pensar o nosso futuro. Um grande dia! [Read more…]
Com o pé que está mais à mão 4
Nesta edição, começámos por abordar o modo escandaloso como o Benfica foi prejudicado na final da Taça de Portugal. A partir daí, derivámos para o campeonato, repetimos os parabéns ao Sporting, passámos algum tempo a falar do Futebol Clube do Porto e do futuro de Sérgio Conceição e escandalizámo-nos com o facto de haver público na final da Liga dos Campeões, ao contrário do que tem acontecido nas provas nacionais. No final, polemizámos sobre os adeptos do futebol português – há quem defenda que são alvo de uma repressão brutal. Em campo, estiveram José Mário Teixeira, Orlando Sousa, Diogo Hoffbauer, Francisco Salvador Figueiredo e António Fernando Nabais.

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A homofobia não tem ideologia, mas…
Assinala-se hoje o Dia Internacional contra a Homofobia. Um dia que nos recorda a todos o muito que há a fazer para combater a incivilidade, o preconceito e a crueldade, neste país em que os brandos costumes continuam a esconder níveis elevadíssimos de machismo, homofobia e perseguição, que começam em casa, se estendem à vida escolar e vivem instalados em alguma comunicação social, em alguns partidos políticos e numa série de instituições, publicas e privadas, onde a mentalidade retrógrada impera.
Não gosto de colocar a questão da homofobia em termos de esquerda e direita, por se tratar não de uma questão político-ideológica, mas de decência e humanidade. Contudo, é evidente que, num país em que a direita está cada vez mais refém do passado e de um conservadorismo bacoco e não raras vezes extremista, a luta pelos direitos da comunidade LGBT continua entregue e dependente da esquerda, que não é responsável pela aparente demissão da direita destas questões, excepção feita à Iniciativa Liberal.
[Read more…]Hamas, o Chega da Palestina
A ver se a gente se entende, no meio de tanta parvoíce: o Hamas é uma organização política de extrema-direita, anti-comunista, ultranacionalista, anti-semita, que se opõe à separação de poderes e que se bate pelo primado da religião sobre qualquer forma de laicidade, que rejeita. Já agora, organizações como a Al-qaeda e o Daesh também se encontram no mesmo enquadramento ideológico, ainda que com algumas nuances. Contudo, não diferem no essencial: fundamentalismo religioso, anti-semitismo, anti-comunismo, ultraconservadorismo e totalitarismo.
A esquerda, na Palestina, é representada pela Fatah (social-democrata) e pela Frente Nacional de Libertação da Palestina (marxista-leninista), entre outras pequenas organizações. O Hamas, no fundo, é uma espécie de Chega lá do sítio: o discurso de ódio está lá, o populismo também, fundamentalismo religioso paga contas e o anti-semitismo, tal como anti-comunismo, são pedras basilares das suas fundações ideológicas, como de resto o eram para o nazismo, ao qual o Chega tem vindo a pedir emprestado algumas ideias e slogans, como o habitual “um partido, um líder, um destino”, decalcado do nazi “ein volk, ein Reich, ein fuhrer”. Portanto deixem-nos de merdas, e chamemos os bois pelos nomes, sim?
Brandos costumes pidescos
Assinalou-se, na Quinta-feira, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, e o momento não podia ser mais oportuno, na medida em que o país parece ter acordado para o estranho caso do cidadão ucraniano que foi espancado e torturado até à morte por inspectores do SEF, nas instalações desta força de segurança, no aeroporto Humberto Delgado. Uma bela forma de homenagear o resistente antifascista que dá o nome à infraestrutura.
Qual é o problema desta nossa indignação colectiva? É que já passaram nove meses desde que este atentado contra os direitos humanos foi perpetrado. E, com a excepção de algumas jornalistas, como Valentina Marcelino, Fernanda Câncio, Joana Gorjão e Daniel Oliveira, entre (poucos) outros, a opção pelo silêncio foi geral. Não tendo o caso sido abafado, pouca importância lhe foi dada nos headlines e alinhamentos noticiosos. As redes sociais, sempre implacáveis, não ebuliram como habitualmente acontece com casos de racismo, ou de tiradas xenófobas da extrema-direita. Um silêncio que envergonha, mais ainda por ter feito parte dele. [Read more…]
A insustentável leveza da falsa equivalência
Jacob Blake, cidadão americano, negro, desarmado, foi baleado por agentes da polícia de Kenosha, Wisconsin, com sete tiros, em frente aos seus três filhos. Está no hospital, paraplégico, a lutar pela vida.
Kyle Rittenhouse, cidadão americano, branco, armado com uma semiautomática AR-15, assassinou dois manifestantes que protestavam contra a brutalidade policial que vitimou Jacob Blake, dirigindo-se posteriormente na direcção da equipa SWAT no local, que não disparou qualquer tiro ou prendeu o criminoso, permitindo que o mesmo regressasse ao Estado vizinho do Illinois. [Read more…]
Democratas não negoceiam com fascistas. Combatem-nos
Portugal não é um país racista, mas o Ultramar pariu uns quantos trogloditas que anteciparam Abu Grahib umas três ou quatro décadas. Num Estado decente teriam sido presos. Mas o Estado Novo não era um Estado decente. Era um gangue de criminosos e fanáticos religiosos, corruptos e crueis, que posava com cabeças de negros empaladas e fazia porta-moedas com as suas orelhas. E é também por isso que a história não pode ser branqueada e que o ódio racial deve ser combatido, sem contemplações. E quem se põe a jeito de fazer cedências ao Chega, o único partido a ter dirigentes que saíram em defesa do homicida de Bruno Candé, está a fazer uma escolha política e civilizacional. Uma escolha sem retorno.
25 depois da morte de Alcindo Monteiro, no país onde o racismo “não existe”
Se fosse vivo, Alcindo Monteiro teria hoje 52 anos. Azar o dele, foi apanhado pelos “festejos” do 10 de Junho de 1995, que, em extrema-direitês, significou passar a noite a espancar negros no Bairro Alto. Alcindo foi um deles, apanhado por uma matilha raivosa de escumalha skinhead, e não resistiu aos ferimentos. Como ele, vários outros negros foram espancados nessa noite. Felizmente, mais nenhum faleceu.
Dizer que Portugal é um país racista é uma falácia. Dizer que não existe racismo em Portugal é desrespeitar a memória de Alcindo Monteiro, e de outros, que, de formas mais ou menos bárbaras, sofrem, ainda hoje, discriminação com base na sua cor de pele. E importa não esquecer que, alguns destes racistas violentos, com longos e assustadores cadastros, transitaram recentemente de organizações neonazis para o partido unipessoal daquele cujo nome não pode ser mencionado. [Read more…]
Ecos grunhos do fundamentalismo cristão brasileiro
Eis dois belos tweets do ministro da EDUCAÇÃO do governo fundamentalista cristão do Brasil. Um dos modelos inspiradores de André Ventura e dos fanáticos de extrema-direita que querem ver a Constituição substituída pela Bíblia. Dos terroristas que vendem fábulas sobre pés de goiaba e outras aparições que nunca aconteceram. Dos charlatães criminosos que enganam os mais frágeis com água engarrafada “directamente” no rio Jordão. Grunhos que insultam quem com eles não concorda, com a elevação de um alcoólico em pré-desmaio no tasco da sua rua. Uns e outros são uma ameaça à liberdade e à democracia, em Portugal como no Brasil. É preciso combater esta malta, sob pena de um dia nos transformarmos num Irão ou Arábia Saudita.
As virtudes da Santa Inquisição
Quando me deparei com o artigo de opinião do padre Gonçalo Portocarrero de Almada, não fiquei particularmente surpreendido. Vivemos tempos em que a defesa do fascismo, da tortura e da perseguição de minorias viraram moda. Que o digam os presidentes dos EUA e do Brasil, bem como a extrema-direita que vai fazendo pela vidinha um pouco por toda a Europa. Felizes de nós, portugueses, que só cá temos fascistas palermas, sem ponta por onde se lhes pegue. [Read more…]
O califa de Mar-a-Lago
No espaço de uma semana, três atentados terroristas nos EUA ceifaram a vida a mais de 30 pessoas. Primeiro na cidade californiana de Gilroy, de seguida em El Paso, cidade fronteiriça de New Mexico, e, finalmente, em Dayton, Ohio. E se é certo que tiroteios são o prato do dia nos EUA, o elevado número de atentados em tão curto espaço de tempo é revelador destes tempos sombrios, ainda mais sombrios do que aqueles a que fomos habituados pelo Tio Sam. [Read more…]
Trump e Kim: como branquear a brutalidade do mais violento dos ditadores
Foi, efectivamente, um momento histórico e sem precedentes: nunca o líder de um Estado democrático fez tanto para branquear a brutalidade do mais violento ditador à face da Terra. Pior: nunca nenhum o fez a troco de rigorosamente nada. Aguarda-se, com expectativa, a inauguração da primeira Trump Tower em Pyongyang.
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