Rendeiro e o empreendedorismo sociopata

A lata do bankster Rendeiro, em entrevista à CNN Portugal, a afirmar que só regressa ao país ilibado ou com um indulto, não surpreende ninguém. É o espelho da fina flor de uma oligarquia de delinquentes sociopatas, que abunda neste país e que se acha – e está – acima da lei e da plebe, depois de anos ao colo de conhecidos políticos e de alguma comunicação social. No caso de Rendeiro, amplamente elogiado pela imprensa económica durante anos, como se de um Horta Osório se tratasse, o grande colinho foi dado por Cavaco Silva, o português mais honesto de sempre, segundo o próprio Cavaco. Mas não foi o único. A dar colo ou a enfiar-se no bolso do criminoso foragido.

São todos muito empreendedores, grandes empresários e deuses do Olimpo da criação de postos de trabalho, mesmo quando não criam nenhum. Até ao dia em que o buraco se torna grande demais para tapar. Sorte a deles, têm sempre tempo para fazer muitos amigos, e um talento inato para o slalom debaixo de chuva. Nunca se molham e raramente vão dentro.

O sociopata

16300_403710699722323_1767365129_nsociopata é um animal bípede, da espécie humana, mamífero porque se alimenta de leite nos primeiros tempos da sua existência, omnívoro depois, consumindo, inclusivamente, seres da sua própria espécie. Caracteriza-se por um comportamento afectado e impulsivo, apresentando uma total ausência de empatia para com humanos e animais em geral, desprezo pelos valores morais e sociais bem como pelos direitos e sentimentos dos outros, cujo bem-estar despreza, provocando, pelo contrário, sérios prejuízos e desgostos a quem com ele convive. Interesseiro, manipulativo e egoísta, refina, com o crescimento, o desprezo pelas obrigações sociais afastando-se, cada vez mais e conforme os anos vão passando, das normas sociais, mostrando baixa tolerância às frustrações e baixo limiar de descarga de agressividade. Nem punições nem experiências adversas o corrigem.  Incapaz de qualquer afecto duradouro, especialista em racionalizar e culpar os outros consegue, com perversidade – a psicanálise classifica este transtorno de personalidade como uma perversão -, mostrar a capacidade de sedução que lhe permite encontrar explicações plausíveis para todos os seus actos, mesmo os mais torpes. Não hesita em usar a mentira, a calúnia, a omissão, a distorção dos factos para atingir os seus objectivos. Patologicamente egocêntrico, é incapaz de lealdade, sentimentos de afeição ou solidariedade. Mentiroso compulsivo, consegue dolosamente, contudo, fingir episodicamente tudo isto, se tal servir os seus propósitos; sem remorso de ferir, maltratar, vigarizar, roubar familiares, amigos, concidadãos. [Read more…]