Da fraude da pandemia à ditadura (não foi por falta de aviso)

 

O degenerado e desonrado jornalismo ocidental passou – de um dia para o outro – de só falar de covid para não falar de covid de todo.

Como os OCS determinam a agenda, isto produz um efeito óbvio: quem desvalorizasse a ameaça durante o auge da histeria – ou apontasse para as pornográficas mentiras e contradições – era rotulado de louco, irresponsável e negligente; quem tenta falar de covid após a determinação do seu tabu é classificado de obcecado e paranóico. [Read more…]

Rankings escolares do Terceiro Mundo

Chegamos àquela altura do ano em que se anunciam os rankings escolares, como sempre dominados por colégios privados, a maior parte dos quais habitualmente apanhados a inflaccionar artificialmente as notas, sobretudo de educação física, ou não fossem os seus alunos, mais do que o futuro deste país, o futuro do Comité Olímpico Português. Em Portugal, mérito é ter dinheiro. E com esta cultura de mérito, o nosso lugar no Terceiro Mundo da Europa está garantido.

O primeiro astronauta arguido

 

Enquanto está a decorrer o processo de seleção de astronautas da ESA através do qual Portugal poderá ter finalmente @ primeir@ astronauta, Mário Ferreira (imagem Blue Origin), igual a si próprio, está a tentar antecipar-se ao processo e pagar um bilhete num voo parabólico da Blue Origin para rapinar para ele o título de primeiro astronauta português. Uma coisa é certa poderá ter o fantástico título de primeiro “astronauta” arguido, esse será garantido. Quanto ao resto não me representa, nem como português, nem como astronauta (um espertalhaço num voo parabólico de 10 min. não tem nada de astronauta). Ele que leve uma bandeirinha de Malta e um crachá da International Trade Winds, a empresa offshore que ajudou a criar.
#espaco #fraude

PS- os humanos que voaram acima da linha de Kármán (que se convencionou ser a altitude a partir da qual é espaço) recebiam da Federal Aviation Administration (FAA) as Asas de Astronauta Comercial. A partir de 2022 esse critério foi abandonado pela FAA que exige que um astronauta realize atividades mais consentâneas com um verdadeiro astronauta do que alguém que faz um mero voo parabólico de 10 min. a bordo da Blue Origin ou de outra companhia que promova voos parabólicos turísticos.

Tachos familiares no CH: o caso de Rita Matias

Durante a campanha, e antes dela, Ventura e o seu partido afirmaram, várias vezes, que se opunham e queriam acabar com os laços familiares no Parlamento. Fizeram disso uma bandeira. Talvez por isso, imagino eu, é que Rita Matias, a única mulher eleita pelo CH para a AR, é filha de Manuel Matias, assessor de Ventura na AR e antigo líder de um micropartido que o CH engoliu. E se dúvidas restarem, puxem a box atrás e vão ver o debate da jovem com a Joana Amaral Dias, na CNN, para perceberem a mediocridade. Parafraseando o saudoso Chicão, um esquadrão de cavalaria à desfilada naquela cabeça não esbarra numa ideia. Sim, é um tacho. E sim, a narrativa do CH é uma fraude. Mas cada um come os gelados que quer com a testa. Por enquanto, ainda somos um país livre.

Rendeiro e o empreendedorismo sociopata

A lata do bankster Rendeiro, em entrevista à CNN Portugal, a afirmar que só regressa ao país ilibado ou com um indulto, não surpreende ninguém. É o espelho da fina flor de uma oligarquia de delinquentes sociopatas, que abunda neste país e que se acha – e está – acima da lei e da plebe, depois de anos ao colo de conhecidos políticos e de alguma comunicação social. No caso de Rendeiro, amplamente elogiado pela imprensa económica durante anos, como se de um Horta Osório se tratasse, o grande colinho foi dado por Cavaco Silva, o português mais honesto de sempre, segundo o próprio Cavaco. Mas não foi o único. A dar colo ou a enfiar-se no bolso do criminoso foragido.

São todos muito empreendedores, grandes empresários e deuses do Olimpo da criação de postos de trabalho, mesmo quando não criam nenhum. Até ao dia em que o buraco se torna grande demais para tapar. Sorte a deles, têm sempre tempo para fazer muitos amigos, e um talento inato para o slalom debaixo de chuva. Nunca se molham e raramente vão dentro.

Pandora Papers: o regresso do capitalismo trafulha

Pepe Guardiola, Shakira, Rafaelle Amato (histórico padrinho da Camorra), Tony Blair, Andrej Babis (PM checo) e Abdullah II, rei da Jordânia. O que une todas estas figuras, milionárias e multimilionárias, do futebol à política, republicanos e monárquicos, músicos e barões da máfia? Neste caso é a ganância e a determinação de querer e conseguir fugir aos impostos, usando para tal esquemas rebuscados desenhados por vigaristas financeiros, com recurso a paraísos fiscais e lavagem de dinheiro.

Depois do Panamá, Bermudas, Malta e Luanda, o mais recente sucesso de bilheteira do ICIJ chega-nos de várias localizações em simultâneo, como as incorruptíveis Ilhas Virgens Britânicas e as igualmente impolutas Bahamas. Sim, as elites mundiais não se contentam com os luxos que os seus talentos, heranças ou assaltos lhes permitem usufruir. Não chega. É preciso fugir aos impostos, lavar dinheiro e aldrabar a populaça. E Portugal, como sempre, tem uma representação de peso: Manuel Pinho, icónico ex-ministro socrático, Morais Sarmento, ex-ministro de Durão e actual vice de Rui Rio, e Vitalino Canas, ex-secretário de Estado de Guterres, são os primeiros nomes a surgir em mais um escândalo internacional de trafulhice financeira.

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Sócrates vs Madoff

Bernard Lawrence Madoff morreu na passada semana com 82 anos num hospital prisional da Carolina do Norte, na mesma semana em que o juiz Ivo Rosa pronunciou a decisão instrutória relativa à Operação Marquês. Há uma ideia errada em Portugal de que o caso de Madoff é um bom exemplo de eficácia da justiça e há até quem julgue que deveria servir de exemplo para a Operação Marquês. Nada poderia estar mais errado.

A obra de investigação “Too Good to Be True: The Rise and Fall of Bernie Madoff” de Erin Arvedlund, que condensa as décadas do esquema de investimentos fraudulentos de Bernie Madoff e o período após Bernie se ter entregue à polícia pelo seu próprio pé, mostra claramente que o sistema de justiça americano falhou a toda a linha. Ao contrário do caso Sócrates, a justiça americana nunca tomou a iniciativa de investigar com profundidade os negócios de Madoff. A prisão de Madoff apenas foi consumada em 2009 após o próprio ter chamado a polícia à sua luxuosa penthouse da 133 East 64th Street em Nova Iorque e de ter encenado uma confissão previamente ensaiada com a ajuda de um dos seus filhos sobre uma parte dos crimes económicos da sua empresa, alegando ter cometido todos os crimes sozinho.

Não foi na sequência de qualquer processo de investigação que Madoff se entregou às autoridades. Madoff entregou-se porque temia pela sua vida, quando estava a ser quotidianamente ameaçado pelos seus credores que lhe exigiam de volta o dinheiro investido no seu esquema fraudulento, na sequência da crise financeira de 2008. Apresentando-se como culpado de crimes que não estavam a ser alvo de investigação, o processo seguiu para julgamento sem que qualquer investigação fosse lançada para verificar se existiam mais crimes e mais gente envolvida. A sua entrega voluntária criou assim um impasse no seu processo que apenas permitiria a abertura da investigação muito tardiamente, possibilitando imensa destruição de prova, ocultação de fundos e inúmeras fugas à justiça de familiares e de mais de uma centena de cúmplices à volta do mundo, de Londres a Singapura. Pouco mais de meia dúzia foram condenados até hoje. Por exemplo, Ruth, a sua esposa, que participou desde o início (desde os anos 60) no esquema fraudulento de Madoff, captando dezenas de investidores, não foi presa, nem condenada, nem sequer investigada. [Read more…]

Por falar em cadáveres políticos

Donald Trump e seus fiéis seguidores viram a teoria da conspiração eleitoral mandada às favas pelo Supremo Tribunal dos EUA, onde os conservadores têm seis juízes, três dos quais nomeados por Trump, e apenas três progressistas. Mesmo assim, Trump perdeu. Neste como em todos os processos que a sua equipa moveu, no âmbito das presidenciais. E, mesmo sem provas, sem factos que sustentem a teoria, o lunático insiste no culto da fraude, qual líder espiritual a conduzir uma seita de milhões para o abismo do ridículo, mas também da radicalização cega, que não pode deixar de preocupar todos os democratas. Lá como cá. Porque isto não estará muito longe daquilo que seria ter que lidar com “vocês sabem quem” no poder.

Insegurança na banca online

A banca está a alterar a forma de autenticação nos serviços online, passando a usar, de uma forma generalizada, as SMS neste processo. Contrariamente ao que se poderia pensar, esta prática não é recomendada. [Read more…]

Publicidade ou vassalagem à Gestifute?

Está em curso um processo de investigação contra Jorge Mendes levado a cabo pelos fiscos português, espanhol, irlandês, britânico, holandês e cipriota por evasão fiscal relativos a 96 milhões de euros de dividendos. A lista de clientes da Gestifute condenados por fuga ao fisco é assinalável. Mourinho foi condenado a um ano de prisão com pena suspensa e ao pagamento de 3,2 milhões de euros por fraude fiscal em Espanha. Cristiano Ronaldo pagou uma multa de 18 milhões euros, James Rodriguez pagou 12 milhões, Radamel Falcao pagou 7,4 milhões, Fábio Coentrão pagou 1,7 milhões, entre outros. Será a Gestifute uma empresa de gestão de carreiras de futebol ou será uma empresa de gestão de evasão fiscal no mundo futebol? O que lhe dá mais proveito, as transferências ou a fuga ao fisco?

E andamos nisto, a fazer publicidade de borla ao homem. Preciso de um vomitório.

Damares Alves: num país normal estaria internada num manicómio. No Brasil é ministra

Este vídeo, bem como os relatos que se seguem, foram notícia no jornal O Globo, do maior grupo de imprensa brasileiro, que, importa referir, é insuspeito de servir a agenda ideológica da esquerda brasileira. Atacou Goulart na década de 60, fez fretes ao regime militar e nunca foi minimamente simpática com os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Posto isto, o jornal brasileiro elaborou uma lista das polémicas envolvendo a ministra da da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, só no primeiro mês no cargo. A lista é rica em casos bizarros, o que não admira, quando a sua protagonista é pastora de uma daquelas seitas estranhas que encenam curas para enganar palermas a quem extorquem dinheiro.

Os casos acumulam-se, sendo que a história da aparição de Jesus num pé de goiaba será talvez um dos mais insólitos e reveladores da sua total desonestidade e/ou falta de sanidade mental. Acrescente-se a isto a oposição ao ensino da Teoria da Evolução nas escolas, bem como os falsos graus académicos, que ostenta, e que justifica como resultantes do ensino bíblico, e ficamos com uma ideia da fraude que é Damares Alves. À beira desta farsante, os cursos de Relvas e Sócrates parecem ganhar outro valor.

Contudo, esta palestra onde Damares afirma que os holandeses masturbam os bebés a partir dos sete meses, parece inacreditável. Parece retirado de uma comédia passada num manicómio. Se um clérigo radical europeu proferisse uma barbaridade destas em público, tenho sérias dúvidas que fosse sequer considerado para um cargo ministerial. Seria, certamente, o prato do dia para humoristas, mas governante, quero acreditar, nunca seria. Damares Alves, contudo, é uma das estrelas do pelotão de fuzilamento que Bolsonaro trouxe consigo para o Planalto. Num país normal estaria num manicómio. No Brasil é ministra.

Frozen

Olaf2

Só pode ser brincadeira. Então o OLAF, intervindo no âmbito de um pedido de apoio que lhe foi dirigido pelas autoridades portuguesas, declara taxativamente que houve fraude na gestão dos fundos europeus atribuídos, entre 2000 e 2013, aos projectos da Tecnoforma e o MP português arquiva, em Setembro de 2016, por falta de provas, o processo? Sem sequer fazer referência, no respectivo despacho, à investigação que correu naquele organismo da Comissão Europeia especializado no combate à fraude?

É preciso combater e denunciar esta pouca-vergonha

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No final de Outubro, a propósito dos Miguéis Abrantes desta vida, trouxe até ao Aventar o caso da Trofa, governada por um executivo PSD/CDS-PP que, meses antes das Autárquicas de 2013, deu à luz um jornal, o Correio da Trofa, que desempenhou um importante papel no abate do executivo socialista. Vencidas as eleições, este jornal ocupou a sede de campanha da coligação, transformando-a na sua própria sede (será que alguma vez teve outra?) e vários foram os ajustes directos celebrados entre colaboradores deste jornal e o novo executivo camarário. Com o tempo, descobri que o director que figura na ficha técnica do jornal era também assessor do PSD de Santo Tirso, incompatível à luz da lei que regula a imprensa, entre outros factos dignos de figurar na página d’Os truques da imprensa portuguesa. A história completa está aqui. [Read more…]

Começam hoje as alegações finais do caso BPN

quanto apostam que os criminosos laranjas se safam todos?

Os bancos não são pessoas de bem

Sete dos maiores bancos mundiais concordaram em pagar 324 milhões USD num processo por instrumentalização da taxa ISDAfix. Notar que isto não tem a ver directamente com o escândalo de manipulação da LIBOR (esse foi outro roubo).

Os bancos não são pessoas de bem

Mais uma multa para o Goldman Sachs, cinco mil milhões por fraude.

O regresso da fraude na indústria automóvel

Renault alvo de buscas. Acções caem mais de 20% na bolsa de Paris.

Da intocável elite caloteira

BPN

Escreve Nicolau Santos, no Expresso Diário de 28 de Dezembro:

Perguntam os meus colegas: «Sabe quem é Emídio Catum? É um desses empresários da construção, que estava na lista de créditos do BES com empresas que entretanto faliram. Curiosamente, Catum estava também na lista dos maiores devedores ao BPN, com empresas de construção e imobiliário que também faliram». E como atuava Catum? «O padrão é o mesmo: empresas pedem crédito, não o pagam, vão à falência, têm administradores judiciais, não pagam nem têm mais ativos para pagar, o prejuízo fica no banco, o banco é intervencionado, o prejuízo passa para o Estado». Simples, não é, caro leitor?

A pergunta que se segue é: e o tal de Catum está preso? Não, claro que não. E assim, de Catum em Catum, ficámos nós que pagamos impostos com uma enorme dívida para pagar que um dia destes vai levar o Governo a aumentar de novo os impostos ou a cortar salários ou a baixar prestações sociais. Mas se fosse só o Catum… Infelizmente, não. Até as empresas de Luís Filipe Vieira deixaram uma dívida de 17 milhões do BPN à Parvalorem, do Estado, e tinham ainda por pagar 600 milhões de crédito do BES. O ex-líder da bancada parlamentar do PSD, Duarte Lima, deixou perdas tanto no Novo Banco como no BPN. Arlindo Carvalho, ex-ministro cavaquista, também está acusado por ilícitos relacionados com crédito concedido pelo BPN para compra de terrenos. E um dos homens fortes do cavaquismo, Dias Loureiro é arguido desde 2009 por compras de empresas em Porto Rico e Marrocos, suspeita de crimes fiscais e burlas. Mas seis anos depois, o Ministério Público ainda não acusou Dias Loureiro, nem o processo foi arquivado.

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O Diabo que nos Impariu

Anatomia da fraude.

Foi disto que nos livramos. Uma lista para a posteridade

XX GOV

Ainda o novo governo não tinha sido empossado e já alguns representantes da ala ressabiada à direita nas redes sociais disparavam contra os escolhidos por António Costa, essencialmente por existirem, e iniciavam um processo de difamação dos mesmos, ao bom velho estilo Maria Luz. Apeados do poder e privados do monopólio do tacho, elites, colaboracionistas e respectivo rebanho da ressabia estão e fúria e o espectáculo está a ser bonito de ser ver. É sempre interessante ver o que está por trás da máscara dos falsos democratas.

Os melhores argumentos até ao momento são que um é filho do Mário Soares, outro é advogado do Sócrates, uma não sabe escrever e um outro foi mesmo ministro do infame nº44.  [Read more…]

O dia em que o PSD tentou apresentar uma moção rejeição ao governo PS e falhou

Moçao de Rejeição PSD

Estamos a 3 de Novembro de 1999, passavam 24 dias desde as Legislativas que haviam reconduzido o governo de António Guterres ao poder e, 9 dias após a tomada de posse do governo minoritário do PS, o grupo parlamentar do PSD dava entrada de uma moção de rejeição do novo governo que, por falta dos deputados necessários para a sua aprovação, acabou por não surtir qualquer efeito.

A moção dos sociais-democratas, submetida pelo então Presidente do Grupo Parlamentar do PSD António Capucho, hoje persona non grata na São Caetano à Lapa, afirmava que o conteúdo do programa do PS era “em tudo idêntico àquilo contra o que o PSD, democrática e convictamente, se bateu durante a campanha eleitoral e que afinal não merece a adesão dos portugueses” apesar de, tal como afirma hoje a furiosa propaganda do PàF, o PS ter ganho a votação. Acrescenta ainda a moção do PSD que o partido havia disputado a eleição “combatendo os propósitos socialistas e apresentando propostas diferentes” e que a moção de rejeição apresentada decorria da alternativa apresentada pelo PSD e do compromisso assumido perante os eleitores, e remata afirmando que “o programa socialista não era bom para Portugal antes das eleições” e que continuou a ser mau com a subida do PS ao poder. Em suma, o PSD concluia que a sua intenção de rejeitar o governo PS, que tinha conseguido 115 deputados e não 107 em coligação com um CDS-PP qualquer, expressava o entendimento da maioria dos eleitores. [Read more…]

Pires de Lima e a crise na VW: incompetência ou mentira pré-eleitoral?

Pires de Lima

Decorria a campanha eleitoral e a ordem era para focar na propaganda e evitar, a todo o custo, falar de todas aquelas coisas que tanto trabalho deram – e a tanta referência a Sócrates obrigaram – para obliterar do debate público. A poucos dias da confirmação de Passos Coelho como novo José Sócrates da política portuguesa, rebentava o escândalo Volkswagem e o silêncio era absoluto, tal como a maioria que ansiavam apesar da proibição do termo.

Porém, no meio do silêncio ensurdecedor, houve quem, no seio do governo ainda que com poucas possibilidades de renovação de contracto, tenha proferido algumas palavras sobre o tema. Em declarações tímidas e evasivas ao Diário Económico, Pires de Lima afirmava que:

Não se deve assustar as pessoas que são proprietários de um veículo da marca VW e, acima de tudo, não devemos criar uma suspeita generalizada de existência destes casos em Portugal.

Pelas informações que a Autoeuropa nos deu é muito improvável que tenham sido produzidos automóveis com incorporação deste ‘chip’ fraudulento, que está na origem desta crise da VW a nível mundial.

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Vladimir Putin meets José Sócrates

Editora russa publica livros sobre Putin assinados por autores que não os escreveram” [Expresso]

Aconteceu mesmo, no Oeste

João Daniel Pereira

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A história que aqui se vai apresentar não é um mito urbano… Aconteceu mesmo, no Oeste, e NÃO numa Escola Pública!
Data: Quarta-feira, 17 de Junho de 2015.
Hora: Entre as 9.15 e as 9.30 horas.
Local: Um estabelecimento de ensino (NÃO uma Escola Pública), algures no Oeste.
Situação: Prova de exame nacional da disciplina de Português (12.º ano).
Depois de terem entrado nas salas, os alunos preenchiam os cabeçalhos das provas de exame, obviamente antes da entrega dos enunciados, o que só aconteceria, como está determinado, pontualmente, às 9.30 horas.
Eis que o inesperado acontece… Uma professora entra em cada uma das salas, chama a atenção dos alunos, explica o que é uma metonímia e retira-se em seguida.
Começa o exame e uma vez chegados ao grupo II, os alunos deparam-se com a pergunta 6: “Na expressão “paisagens olfativas” (linha 27), o autor utiliza: a) uma metonímia; b) um eufemismo; c) um paradoxo; d) uma sinestesia (isto na versão 1 porque na versão 2 foi: a) um eufemismo; b) uma sinestesia; c) uma metonímia; d) um paradoxo).
Ainda bem lembrados do que a professora lhes dissera minutos antes do início do exame, os alunos não têm dúvidas em assinalar a hipótese “metonímia” como resposta correcta – a) na versão 1 e c) na versão 2 da prova de exame.
Algumas horas depois de concluírem o exame, os alunos acedem ao sítio do IAVE e verificam, com surpresa, que a resposta correcta à pergunta 6 do grupo II da prova de exame de Português é, nem mais nem menos, que “sinestesia”. Manifestam o seu descontentamento uns com os outros e alguns confidenciam o que aconteceu a colegas de escolas públicas da mesma cidade. [Read more…]

Miguel Relvas, Paula Teixeira da Cruz e o PS dos Negócios

Não, não estamos em Palermo, Nápoles ou numa ditadura do terceiro mundo. Estamos nesse portugalito onde a Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, não perde a apresentação do livro de Miguel Relvas, o mesmo Relvas que está no centro da investigação do Gabinete da Luta Anti-fraude da União Europeia (OLAF) sobre o financiamento da empresa Tecnoforma através de fundos comunitários em 2004, quando Passos Coelho era gestor da Tecnoforma e o próprio Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local, adjudicou 1,2 milhões de euros à mesma Tecnoforma para a formação de funcionários de aeródromos. O Miguelito de costas quentes, estava radiante na apresentação. Parecia um puto perdoado pela mãe depois de partir a cristaleira.

Se tivéssemos um presidente a sério isto seria motivo para demitir a Ministra, mas não sejamos demasiado exigentes.

Aliás a lista de presenças durante a apresentação do livro de Relvas foi muito esclarecedora: Maria Luís Albuquerque, Durão Barroso, Passos Coelho, Luís Marques Guedes, vários secretários de Estado, Fernando Seara (que também não perdeu a apresentação do livro de Domingos Névoa), Marco António Costa, o empresário José Maria Ricciardi e o PS dos Negócios (tal como o definiu Seguro) representado por Jorge Coelho. Se Nuno Crato também comparecesse, Relvas conseguiria o jackpot da falta de decoro.

A grande questão é: o que sabe Relvas para ter ascendente sobre toda esta constelação? Quando a coisa tem esta dimensão o mais provável são questões de financiamento do partido e/ou de campanhas eleitorais. Nah, estou a reinar, votem outra vez nos mesmos, força!

Os amigos de Relvas

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Quando se traça a geografia política dos amigos de Miguel Relvas é impossível ficar indiferente à amplitude da máquina de influências que Relvas montou. Já conhecíamos o poder que continua a deter sobre Passos Coelho e Paulo Pereira Coelho, ambos envolvidos no caso Tecnoforma que está a ser investigado pelo OLAF (Gabinete da Luta Antifraude da União Europeia). Hoje, Durão Barroso assume a filiação ao grupo exclusivo dos amigos de Miguel Relvas apresentando o seu novo livro, no qual Aznar assina o prefácio. Este é o mesmo Durão Barroso que em Abril do passado ano lamentou que o ensino em Portugal perdeu exigência, como é sabido Relvas é a encarnação suprema da exigência do ensino nacional. Mas este é certamente um irrelevante detalhe comparado com o serviço que um ex-presidente da comissão irá prestar a uma pessoa que está a ser investigada por múltiplas fraudes curriculares e é suspeito de beneficiar a Tecnoforma quando foi Secretário de Estado da Administração Local. O ex-político mais descredibilizado do país demonstra assim ter um poder notável sobre o nosso primeiro-ministro e o ex-Presidente da Comissão Europeia. Espero que a Procuradoria Geral da República se interesse por esta questão e sobretudo que comunique muito com o OLAF.

Em Abril, Rodrigo Rato, vice-presidente do governo de Aznar, começou a ser investigado por fraude fiscal. Afinal faz todo o sentido o prefácio de Aznar ao livro de Relvas.

Adaptação de artigo publicado no diário As Beiras a 11/06/2015.

SIC e TVI ao serviço do embuste

Depois do sucesso da varinha de condão repleta de poderes mágicos que cura “assim assim” as mais variadas maleitas, por telefone e em directo na SIC, eis que me deparei com esta sequência de embustes astrológicos compilados pelo humorista Hugo Sousa. Urinei-me com particular descontrole quando a taróloga Bárbara Corte Real anteviu uma relação amorosa na vida da filha de 4 anos de um telespectador (estava tentado a chamar-lhe otário mas quero acreditar que o homem estava numa de gozo). A fraude é tal que as próprias vigaristas ficam por vezes sem resposta perante as reacções às suas vigarices. No Canal Q, Joana Marques e Daniel Leitão reduziram a outra interveniente neste vídeo, Michelle Fannon, ao absoluto ridículo. Gozar estas vendedoras de banha de cobra devia ser desporto nacional.

Incrivelmente – será que estas actividades verdadeiramente repugnantes rendem assim tanto que justifiquem alinhar numa falcatrua destas? -, SIC e TVI continuam a apostar nestes conteúdos, contribuindo de forma decisiva para este exercício de aldrabice descarada. Uma aberração fraudulenta que nem nos classificados dos jornais devia ter espaço. Como pode uma estação televisiva que se diz séria participar numa mentira deste calibre?

Um Rato encarcerado

Branqueamento de capitais, fraude e apropriação indevida de bens são as acusações que pendem sobre Rodrigo Rato, nº2 do governo de José Maria Aznar (1996-2004), ex-director do FMI e ex-presidente do Bankia, o banco espanhol que foi nacionalizado em 2012 por Rajoy, o mesmo Rajoy que promoveu uma amnistia fiscal que beneficiou este destacado barão do Partido Popular espanhol que foi detido durante a tarde de ontem. Qualquer semelhança com casos de políticos portugueses da mesma área ideológica envolvidos em esquemas similares é pura coincidência. Até porque ainda que a criminalidade seja idêntica, por cá estão todos em liberdade. Nós temos esse péssimo hábito de tratar muito bem a escumalha criminosa do regime.

Tinha 121 milhões de euros de dívida no BES

e continua a aguardar que o Novo Banco proceda à “regociação da mesma“. Falar sobre os 14 milhões que deu a Ricardo Salgado é que não lhe apetece muito. Ele está doente e só sai mesmo para cortar o cabelo.

Quer comprar o seu lugar no céu?

A Igreja Universal do Reino de Deus tem a solução para si. Basta que pague o devido dízimo aos pastores devidamente credenciados para o efeito, que autenticarão e assinarão a sua escritura com sangue do incontornável Cordeiro de Deus, criando assim um vinculo contratual entre si e o Criador. Um “contrato de fé” que é a sua nova escritura de uma propriedade celestial. Depois é esperar que o senhor da foice o venha buscar e desfrutar de uma confortável estadia na eternidade. Caso algum representante da Igreja Católica da Idade Média apareça para cobrar direitos de autor, por favor contacte os Gladiadores do Altar. Caso pretenda um upgrade com 40 virgens, por favor dirija-se ao norte do Iraque e contacte o Estado Islâmico. AK-47 e explosivos não incluídos.

P.S. Isto NÃO é uma brincadeira de 1 de Abril.