O Triângulo de Lousado

comboio_lousadoComboio Guimarães-Famalicão, anos 70. (© desconhecido)

Onde o Minho Começa

Lousado, Linha do Minho e Guimarães.

A Ponte Sobre o Rio Ave

Em finais do séc. XIX, um comboio de via larga e raríssimas carruagens de dois pisos em madeira atravessa o rio Ave; esta ponte seria substituida por uma outra, mais robusta e ainda em serviço, em 1932.

Estação de Lousado

Estação de Lousado, últimas luzes dos anos 70.
À esquerda, a Unidade Dupla Diesel série 400, então com dois motores Rolls Royce, ligava ainda o Porto a Monção (Linha do Minho); à direita, a recém-chegada UDD de via métrica de fabrico francês ligava então Porto Trindade, Trofa a Guimarães e Fafe (Linha de Guimarães).
O cenário é hoje bastante diferente mercê a modernização da via até Braga e Guimarães (electrificada e com sinalização electrónica).

A Trofa Há Pouco

À cabeça do comboio – vinha gente nele, e correio e tudo –  , a locomotiva CP 1429 reboca carruagens Schindler provavelmente desde Monção e com destino a Porto São Bento; a máquina foi montada na Sorefame (Amadora) sob licença da Vulcan Foundry algures entre 1966 e 1968 e ainda circula por aí. Das fabulosas e notáveis carruagens Schindler (pós-1956) restam apenas algumas para circulações eventuais na Linha do Douro. À esquerda, parece vislumbrar-se um ou dois vagões da via métrica (Linha de Guimarães) que ligava o centro do Porto (Trindade) a Guimarães e Fafe (até 1985). A Linha de Guimarães, que aqui tinha um ponto importante, foi alargada desde Lousado a Guimarães há cerca de uma década e recebe agora comboios directos de Porto São Bento e Lisboa Santa Apolónia (sim, o Intercidades). À direita, vêem-se ainda os carris da via métrica dentro da via larga junto do cais de mercadorias que ainda hoje subsiste. O tempo passou por nós todos e o comboio na Trofa passa agora noutro lugar a que se acede, pelo lado Sul, pelo 3.º mais extenso túnel ferroviário português (1404 metros), o 2.º maior a norte do Douro e o 1.º a ser construído no séc. XXI. Encontrei a foto aqui.

Na Linha de Guimarães

Muito tempo livre, nada que fazer.

Estação da Senhora da Hora

Um comboio ascendente, proveniente de Porto Trindade e com destino a Guimarães-Fafe ou Póvoa de Varzim, parte da estação da Senhora da Hora. A fotografia será de 1977/78, anos da entrada ao serviço destas automoras duplas de via métrica fabricadas pela Alsthom; o edifício de passageiros ainda existe, preservado, ao lado do qual passam agora as composições do Metro do Porto. Algumas destas automotoras são agora úteis às populações de vários países africanos e da Argentina.

Estação da Trofa

Estação da Trofa, entre os ano 60 e 70; à esquerda, um comboio da via métrica Porto Trindade-Fafe; à direita, um comboio ascendente da Linha do Minho. A fábrica têxtil ao fundo encontra-se encerrada há vários anos.

Ramal de Famalicão


Até a um ano incerto da década de 1990, uma via métrica ligava a Póvoa de Varzim à então vila de Famalicão onde interceptava a via larga do Minho (Braga/Viana/Valença/Vigo/Monção); na via mais à direita, é visivel o algaliamento da via estreita (um metro de largura) com a via larga (1,668 m de largura). Este algaliamento existiu até meados da década de 90 entre Famalicão, Lousado (onde interceptava a Linha de Guimarães) e Trofa, de onde inflectia em direcção à Maia e Senhora da Hora.

Estação da Senhora da Hora

A locomotiva E141 reboca um pequeno comboio (120 toneladas) provavelmente oriundo da Póvoa de Varzim. Anos 40-50.

Avenida da França – 2

Esta fotografia de um comboio oriundo da Póvoa ou Guimarães e com destino a Porto Trindade terá pouco mais de 60 anos; a locomotiva E86 com a caixa de ferramentas em cima do tanque esquerdo.

Porto Boavista

Avenida da França, Linha da Póvoa e Guimarães, 1968; esquerda é visivel a anterior estação terminal Porto Boavista. À cabeça de um comboio muito provavelmente oriundo da Póvoa de Varzim, a locomotiva E141, de fabrico alemão, da série mais potente das vias estreitas portuguesas. Poucos anos faltavam até que começassem a concorrer directamente com locomotivas a diesel. Não perdiam a corrida, diz quem sabe.

Avenida da França

Avenida da França em 1968; à esquerda, uma locomotiva a vapor da série 140 (a mais potente das vias estreitas portuguesas), fabricada pela Henschel (Alemanha) em 1931. À direita, uma automotora de fabrico holandês Allan. Este troço comum às antigas vias métricas da Póvoa-Famalicão e Guimarães é agora ocupado pelo Metro do Porto: estação Casa da Música.

Hoje Não Passa o Comboio

Hoje quase não passa o Comboio.