10 de Junho, haja poesia

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Enquanto facturava 2500€ Marcelo Rebelo de Sousa choramingava-se ontem porque Dilma Rousseff estava em Portugal e não ia meter os pés em Elvas. Dilma é uma mulher culta e com uma cultura de esquerda. A simples ideia de que a Presidente do Brasil sendo uma mulher culta e com uma cultura de esquerda ia meter os pés nas celebrações do dia do colonialismo arraçado de Camões só lembra a uma Marcelo, e por isso recebe 10000 ao mês, para mentir, debitar propaganda e dizer disparates. Sim, o 10 de Junho é isso, a celebração da escravatura, do genocídio, das páginas mais negras da História de Portugal inventada pelos republicanos no séc. XIX, abençoada por Salazar no seguinte e reciclado em mais gesta embora cada vez menos heróica. Um dia que devia levar mais 14 em cima e aí sim, ser o Dia de Portugal, celebrando o primeiro momento da sua fundação.

Dilma, que veio aos saldos dos CTT, TAP e outros pedaços de Portugal que os migueisvasconcelos meteram à venda ao preço da uva mijona, vai estar presente na entrega do Prémio Camões, onde se celebra o vate pelo que valeu, a poesia e não a épica, e sobretudo a língua e quem a pratica.

Entretanto Nuno Judíce prestou-se à vassalagem da medalha, enquanto Artur Queiroz travestido em Álvaro Domingos (quem te viu e quem te vê) acusa um filho de Herberto Hélder de ser “filho de ninguém“. Grande Herberto, que nunca te prestaste a homenagens, quem se não os poetas para salvarem a honra da pátria.