Sobre a fábula do milagre da descida do desemprego

Hugo Soares Passos Arrastão“Birds of a feather flock lie together” 

(foto: blogue Arrastão)

Há um mês atrás, o dispendioso Hugo Soares citava o INE para, no âmbito das habituais manobras de manipulação e propaganda ao serviço do seu querido líder e respectiva corte, nos informar sobre o milagre da descida do desemprego, essa fábula social-democrata de enorme aceitação em algumas zonas agrícolas dedicadas à criação de gado ovino da raça jota lusitana.

Um mês depois, o mesmo INE, citado apenas e só quando conveniente, revela-nos dados sobre a emigração desde 2011: 100 mil em 2011, 121,5 mil em 2012 e 128 mil em 2013. Não existem dados oficiais para 2014, até porque o ano ainda não acabou, mas a cifra poderá atingir os 500 mil, se considerarmos o valor acumulado desde 2011.

E assim vai o mundo de contos para crianças que querem vir a ser governantes do país que está melhor com pessoas que estão cada vez pior. Excepto se formos um Hugo Soares claro, aí só haverão razões para sorrir que as ajudas de custo do Parlamento, não sendo as da Tecnoforma, chegam e sobram para viver – à grande – por cá.

Comments

  1. Ferdinand says:

    O desemprego baixou;
    O milagre económico;
    Não há mais desigualdade;
    Salvaram o SNS;
    Etc, etc, etc;

    Parece que estes cretinos querem meter-nos à força numa realidade virtual tipo Matrix, está tudo cada vez melhor mas a realidade – não virtual – é que não passas de um escravo…

  2. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    O problema a que chagamos, reside justamente nisso.
    Criou-se uma nova classe profissional denominada os “meninos bem da política”, um conjunto de seres tipo morcego que nunca fizeram nada na vida, excepto correr gabinetes e frequentar corredores.
    A sua ginástica é só uma: levantar-se da cadeira (pernas), bater palmas (braços e mãos) bocejar (peitorais), sorrir (cara e pescoço) e correr um teclado (dedos).
    Verdadeiros guardanapos, este bando de morcegos perfila-se para continuar a governar o país, sem nada conhecer dele.
    São, por isso, analfabetos funcionais “his master’s voice”, seres sem coluna vertebral que o sistema actual cria e defende no sentido de perpetuar o status.
    Portanto, é normal que vão nos “contos de fada” e mas “canções de embalar”, os seus passatempos favoritos.
    A minha dúvida é se eles, dada a sua irresponsabilidade, incompetência, insensibilidade e desumanidade acreditam mesmo no que estão a dizer.
    É que se calhar, acreditam mesmo e isso é ainda mais grave.

    • acho que alguns acreditam. outros estão simplesmente dispostos a tudo para serem um dia ministros ou secretários de estado e terem as suas vidas bem orientadas até ao fim dos seus dias…

  3. nana says:

    Que duas abébias diretas das jotas, tão aborto como o mais vaidoso. E que parolos !

  4. A indignação e resposta dos portugueses a tudo o que foi dito corre pelas ruas como a lava de um vulcão…

    • só vejo indignação de sofá amigo Harmódio. e contra mim falo que não sou melhor que ninguém. é triste chegar a um ponto em que sabemos como somos enganados e roubados e nos remetemos à passividade…

      • Aí cada um fala por si caro João… não me remeti a nada e não sou peça única de museu.

        • Acredito que não. Mas qual é a efectividade de um protesto? O protesto, seja ele de que natureza for, enquanto não for organizado e verdadeiramente objectivo ficará sempre aquém dos seus objectivos…

          • Mas eu não disse que o objectivo é o protesto. Digo é que a grande maioria das pessoas são apáticas.

            O protesto tradicional, tal como está enquadrado política e legalmente, é de facto um enorme desperdício de tempo e recursos. Acaba por cair no vazio ou por ser devorado e apropriado por máquinas partidárias.

            Limitar o contacto isolando a contaminação é melhor do que protestar mas ser cúmplice. Viver de outra forma (e é viver, não é assistir a “debates”, ler umas coisas no facebook/twitter ou ir correr uma maratona pela causa x ou y) é mais importante que qualquer indignação por muito justificada que possa ser. Mas enfim, isso já são temas para o espaço que ajudo a manter e não para este post 🙂

  5. j. manuel cordeiro says:

    A descoberta de polichinelo:

    Banco de Portugal desvenda mistério da queda do desemprego
    http://economico.sapo.pt/noticias/banco-de-portugal-desvenda-misterio-da-queda-do-desemprego_207857.html

    “Os peritos do Banco de Portugal conseguiram descobrir o que justifica um aumento do emprego na economia portuguesa acima do que seria de esperar dado o actual ritmo de recuperação da actividade: a resposta está nos estágios apoiados pelo Estado.”

Trackbacks

  1. […] menos a julgar pelo vídeo recentemente tornado público pelo PSD, repleto de fantasias e mentiras, ou se tivermos em conta a fantochada que nos tentam vender relativamente ao falso milagre da queda d…, principalmente agora que o Banco de Portugal, liderado pelo insuspeito (pelo menos na São […]

  2. […] mais existe para além dos mercados e da iniciativa privada. As pessoas reais não parecem existir. O desemprego que nem o esquema dos estágios consegue mascarar, a emigração em crescendo, as urgências que não conseguem dar resposta às necessidades […]

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