Contratos de associação: Um mapa feito à medida… do PS

A situação só não é escandalosa porque o PS sempre nos habituou a coisas deste género.
Na revisão anual do mapa das zonas que não dispõem de ensino público suficiente e que, portanto, têm de recorrer aos contratos de associação, não estava a União das Freguesias de Torres Vedras e Matacães, ou seja, a área correspondente à sede do concelho.
Não estava, mas agora já está. O Governo alterou o mapa à última hora.
Com o novo mapa, essa freguesia passou a ser considerada carenciada no que diz respeito à oferta pública de ensino. A sede do concelho, carenciada! Sendo assim, foi autorizada a criação de turmas ao abrigo dos contratos de associação num colégio privado, a Escola Internacional de Torres Vedras.
Por mero acaso, daqueles acasos em que a vida é fértil, a Escola Internacional de Torres Vedras pertence a Eduardo de Castro e Helena Maria de Castro. E por outro dos acasos da vida, Eduardo de Castro é militante do PS, foi coordenador da estrutura local de Rio de Mouro e um dos responsáveis da candidatura do PS à Câmara de Sintra. Quanto a Helena Maria de Castro, é cunhada de Maria Manuela Faria.
Logo por azar, Maria Manuela Faria é a Directora-Geral da DGestE, Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, organismo a quem compete desenhar o mapa da rede escolar e das respectivas carências territoriais.
Um conjunto de coincidências de que ninguém está livre. Mas a verdade é que a Directora-Geral da DGestE fez uma alteração no mapa da rede e com essa alteração deu turmas em contrato de associação ao colégio da cunhada. Foi assim, não foi?
E se estamos perante casos flagrantes de azares, acasos e coincidências, o facto de a freguesia em questão dispor de 12 Escolas Básicas e 2 Escolas Secundárias, qualquer uma com capacidade para receber uma população escolar em decréscimo (mau era que a cidade de Torres Vedras não tivesse essa capacidade), não passa, obviamente, de um pormenor sem a mínima importância.

Comments

  1. Ana A. says:

    Ele há coincidências do diabo!
    O que vale é que temos os outros 3 parceiros da geringonça, em que eu acredito, cumpram o seu papel: policiar, admoestar e impedir…os desvarios deste PS, que está sempre a escorregar “pró pecado”!

  2. lol. o ps sempre nos habituou, e o psd e cds tanto ou mais que eles. felizmente, o ps também tomou a iniciativa de mexer com isto dos contratos de associação, ao contrário dos outros dois.

    os amarelinhos que esperneiem, infelizmente já não vão incluir estes denunciados neste post.

    • Ricardo Ferreira Pinto says:

      Tá bem tá…
      Como o PSD e o CDS sempre nos habituaram a merdas deste tipo, então não tem mal que o PS faça o mesmo.
      Ganda nóia!

  3. Mónica says:

    A montanha pariu um rato em forma de notícia. A tal escola privada só pode abrir uma turma……
    https://escolapt.wordpress.com/2017/06/11/os-contratos-de-associacao-em-torres-vedras/

    • Ricardo Ferreira Pinto says:

      Uma turma que equivale ao pagamento de mais de 80 mil euros ao tal Colégio, quando todos sabemos que no ensino público as turmas ficam muito mais baratas. Acredita que uma das 2 escolas secundárias de Torres Vedras não tinha capacidade de receber mais uma turma?
      O Governo fez muito bem em acabar com os contratos de associação. Lutei muito neste blogue contra esses contratos.
      Não é isso que está em questão. O que está em questão é este caso escandaloso. Abrir uma turma, uma só turma, neste caso, já é um escândalo.

    • Que, por “coincidência” é 50 a 100% das turmas que teve este ano para cada um desses anos. Basicamente, o Minisério está a garantir que a escola não fecha por falta de alunos, o que aconteceria num mercado livre, e acontece um pouco por esse país fora com escolas públicas com poucos alunos, obrigando miúdos de seis anos a deslocaçoes diárias prolongadas.

  4. JgMenos says:

    É típico da grunharia ver toda a bandalheira como uma demonstração de que há um mercado de oportunidades de que podem vir a ser beneficiários.
    Não raro invocam o direito à ascensão social…
    Daí a partidarite e o total desrespeito pelo Estado.
    A seriedade e a dignidade da função pública são vestígios salazarentos para essa matilha em permanente expansão.
    O centro de excelência dessa cultura é o Partido Socialista que agrega uma experiência que vem desde a monarquia.

  5. Ferpin says:

    Quem detiver provas dessas ligações familiares deve as presentar queixa/denúncia à justiça/polícia e não no FB.

    Mesmo que houvesse provas da necessidade de dar essas turmas, a diretora DP dgeeste rings que provar que informou a tutela e pediu escusa na decisão.

    É preciso meter medo a quem decide, para não se atreverem a corrupções.

    Isto do FB é giro, mas não leva a nada

  6. Ricardo Almeida says:

    É isto, é metade da família do Carlos César na Administração Pública, é o Sócrates e o Soares, etc..
    São só razões para torcer o nariz e ficar enjoado cada vez que o PS se auto denomina um partido de esquerda.
    Há deputados e filiados de esquerda no PS, disso não há dúvidas. Mas como um todo, o PS actual é tanto de esquerda como o CDS. Por cada verdadeiro elemento de esquerda que ainda mantém o partido acima da linha de água do socialmente aceitável, há sempre pelo menos meia dúzia de chupistas que foram parar ao PS com igual probabilidade de acabarem no PSD, CDS ou MRPP.
    O que vale é que temos o BE e o PCP para o meter na linha. Já o fizeram com a questão da TSU/ordenado mínimo e espero que se mantenham atentos a estes desvaires de direita que de vez em quando ainda acontecem.
    Enquanto o PS insistir em se manter no cinzento do espectro político e a perpétuar estas atitudes desprezíveis, não contarão certamente com votos meus.

  7. O DIREITO AO CONTRADITÓRIO

    Em 1690, já Tobias Peucer, abordava a credibilidade e variedade de fontes, alertando para a necessidade de ouvir várias pessoas para confirmar a veracidade dos fatos.

    Não temos por habito, comentar os comentários dos comentários de notícias “plantadas” para beneficio de quem objetivamente delas beneficia.

    A este respeito diremos tão só que basta ler atentamente a notícia e conhecer a “Retificação” introduzida pela DGAE para rapidamente se perceber que a estória estava mal contada.
    bastava (aventar) para logo chegar à conclusão que afinal o beneficiado era outro o “Colégio” e não a “Escola”

    Para quem entenda que a “Retificação” efetuada foi um favor à Escola Internacional de Torres Vedras, saiba que a recusamos, não a procurámos nem a queremos.

    As falsidades publicadas, em diversos órgãos de comunicação social – nos periódicos “Jornais Sol”, “Jornal i”, e por citação no canal de televisão “Correio da Manhã TV”, “Blogs” e outros meios de difusão, que apesar de imediatamente desmentidas, por serem infames, injuriosas, difamatórias e, antes de tudo, falsas se mantiveram sem que que nos fosse proporcionado qualquer contraditório.

    Não é, todavia, esta a sede própria para as dirimir, sendo indisputável, que elas são absolutamente falsas e apartadas do mais ténue contato com a realidade, contudo e apesar de desmentidas, perduram, sem a mais ténue reparação.

    O mais aviltante é que, tanto o “Jornal Sol” como o “Jornal i” durante horas e horas apagaram dos comentários da sua página “on-line” não só as explicações, que face a essa notícia os visados prestaram, como os comentários que lhe eram favoráveis, mantendo única e exclusivamente o lixo mediático que semelhante noticia tinha provocado.

    Bem sabemos que muitos jornais estão hoje a soldo de inconfessáveis interesses, mas ter publicado tal noticia baseada em fonte anónima, supostamente credibilizada por um Jornal regional, com profundas ligações ao dito Colégio, que é de facto o principal beneficiado, fica para a história do pior que o jornalismo tem.

    Quando um blooger, Diretor de Curso do mesmo Colégio, cobardemente lança um anátema, para lançar uma “cortina de fumo”, sobre um intrincado esquema de favorecimento, e depois do “fogo” acesso apaga tudo, para não deixar rasto. Estamos conversados sobre a credibilidade das fontes.

    Que “jornais” o façam, ainda se pode tentar compreender, mas que reputad@s deputad@s, partidos políticos, e responsáveis políticos se deixem levar pela “espuma” da infâmia e das notícias, sem contraditório nem direito de defesa é no mínimo preocupante.

    “Politica sem princípios” diria Gandhi. Não vamos a tanto, mas o facto de se aproximarem eleições, não justifica que se “cavalguem” todas as ondas populistas, pois como é sabido normalmente as “quedas de cavalo” são bastante perigosas.

    Para que não restem dúvidas, os visados solicitaram já a respetiva intervenção da Inspeção Geral de Educação e Ciência, pois confiam, na Justiça, bem como num Estado Democrático e Laico como defende a Constituição Portuguesa.

    A justiça não tem a velocidade dos jornais, dos blogs ou de outros instrumentos de difamação, mas faz-se.

    Um dia, devagar, devagarinho chegará.

    A Direção da EITV

  8. Rui Jorge says:

    Porque a memória é por vezes curta (ou selectiva), deixo aqui uma outra publicação vossa de 2011:

    https://aventar.eu/?s=penafirme

    Aqui não se falava da Escola Internacional mas o ponto de partida era o mesmo: a possibilidade de o Externato de Penafirme perder turmas.

    Quando não se olha a meios para se atingir os fins…

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