O amigo de António Costa, os 13 ajustes directos da sua sociedade de advogados e os «velhos hábitos» do PS

Há alguns anos, António Guterres celebrizou a expressão «no jobs for the boys».
Não passava, como vimos, de um daqueles lugares-comuns que os políticos gostam de cuspir em véspera de eleições. A verdade é que, nos primeiros 6 meses, a picareta falante nomeou quase 5600 pessoas (quase metade para os gabinetes ministeriais) e chegou ao fim do mandato com um número de nomeações que nem José Sócrates nem Passos Coelho conseguiram atingir.
São os tais «velhos hábitos» do PS de que Catarina Martins falou ontem. «Velhos hábitos» que, como lembrou, são extensíveis ao PSD. Aliás, a reacção do anterior primeiro-ministro ao falar de Diogo Lacerda Machado é de uma hipocrisia notável, como se ele não tivesse feito igual ou pior. Mas o pessoal da Geringonça não é melhor. Vir criticar as declarações de Passos Coelho sem uma palavra que seja para criticar o PS nesta questão é ainda mais notável.
Quanto ao amigo do primeiro-ministro, é mais do mesmo. Primeiro, começou por representar o Estado sem qualquer vínculo nem retribuição e apenas pelo facto de ser… amigo do primeiro-ministro. Depois, lá vieram os tais dois contratos no valor de cerca de 30 mil euros. E agora, prepara-se para ser nomeado administrador da TAP depois de ter participado na solução negocial que está em vigor.
Pelo meio, vemos que a sociedade de advogados de que faz parte, a BAS, já recebeu quase 876 mil euros + IVA em 13 contratos de ajuste directo com o Estado desde que António Costa tomou posse como primeiro-ministro. Lá está, os amigos são para as ocasiões. [Read more…]

Então, não estavam a reverter tudo?

Passos Coelho acusa Governo de viver da “herança”. Em vez de fazer oposição e apresentar alternativas, Passos opta por ocultar o seu verdadeiro programa: cortes.

Era uma vez a Europa

Numa história bem escrita, Paulo Pena relata no PÚBLICO os bastidores de uma certa Europa, trazendo à luz a realidade de poder, e não de economia, que reina no Eurogrupo.

Continua Varoufakis: “Em todas as reuniões do Eurogrupo, logo que se abria o período de intervenções dos ministros, ocorria o mesmo ritual. Primeiro, a claque de apoio do dr. Schäuble, constituída por ministros das Finanças dos países do Leste, competiria entre si para ver que é mais pro-Schäuble que o próprio Schäuble. Depois, os ministros dos países submetidos a resgates como a Irlanda, a Espanha, Portugal e Chipre – os prisioneiros-modelo de Schäuble – acrescentariam a sua bagatela Schäuble-compatível imediatamente antes de, por fim, Wolfgang, o próprio, vir a terreiro para finalizar com alguns retoques a narrativa que controlava desde o início.” [P]

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De poucas-vergonhas está o centrão cheio, Dr. Passos Coelho

Foto via Sábado

Passos Coelho está indignado e tem bons motivos para isso. Esta história do amigo do primeiro-ministro, contratado pelo exorbitante valor mensal de 2.000,00€ para “consultadoria estratégica e jurídica, na modalidade de avença, em assuntos de elevada complexidade e especialização, na área de competência do primeiro-ministro, é uma grandessíssima pouca-vergonha. E não, não é pelo valor da avença. O que não faltava no anterior governo eram especialistas-boys das jotas, sem experiência nenhuma, a levar bem mais que isso para casa. [Read more…]