Subitamente, donde menos se esperava, os independentes são alvo de ataque sistemático, pois passaram a ser um enorme perigo para certas organizações políticas estáticas, retrógradas, paradas no tempo, incapazes de pensar o mundo e contribuir para aquilo que é mais nobre na política que é mudar o mundo.
Os independentes passaram a ser um enorme problema, algo a combater, mesmo por aqueles que em tempos afirmavam a sua independência e respetivas virtudes. Esquecem que ser independente é uma forma de estar na vida, com convicções, claro, com opinião assertiva, claro, com ideias políticas e alinhamentos políticos, claro, sabendo bem onde se está e o que se é, claro, mas sendo livre na forma de pensar e na capacidade de o fazer.
Os independentes são um enorme perigo porque não há nada mais revolucionário do que pensar de forma livre. Francisco Sá Carneiro, um homem que tinha a vertigem do risco e viveu antes do tempo, tinha uma definição fantástica de independência. Dizia ele: “Saber estar e romper a tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia, eis a política que vale a pena”. É sintomático que muitos, demasiados, daqueles que agora descobriram que não gostam de independentes, que têm nojo dessa forma de estar, sejam de esquerda. É sintomático, muito revelador e muito triste.
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