É curioso o modo como alguns amigos vêem as apreciações que aqui se fazem dirigidas a governantes – ex, actuais e futuros – quando estas tocam questões de carácter. Que não, que não pode ser, deve apenas divergir-se no pensamento e práticas políticas, nunca tocando aspectos de carácter. Não estou de acordo. Tais distinções podem fazer-se no desporto, na arte em múltiplas práticas sociais relevantes. Mas não neste domínio.
O que exigimos a um político, a um governante? Propostas, um quadro conceptual razoavelmente coerente – dos quais podemos, naturalmente, discordar -, ele próprio enformando coerentemente práticas justas, sim, mas também que seja íntegro, impoluto e eticamente invulnerável. E mais uma qualidade é imperiosa: capacidade de empatia, a qual, como se sabe, consiste no dom de sentir, emotiva, mas também objectiva e racionalmente, os sentimentos e emoções dos outros, pois só assim desperta a vontade de ser útil, de ajudar, de ser solidário.
Então o carácter não está em jogo? Que ideia.
Absolutamente de acordo. Os políticos como candidatos a governantes de autarquias ou do País, dirigentes de massas diversas da sociedade ou possíveis legisladores no Parlamento devem ser o EXEMPLO de uma comunidade que se pretende íntegra, digna, cujos direitos pressupõem deveres, equilibrada e que tem como único objectivo o BEM do cidadão comum.
Desde que se deixe de exigir seres perfeitos e sem contradições, tudo bem.
Se não, só nos resta eleger desertos intelectuais como Rangel Assis ou Marcelo (ou pior, Morais ou Marinho Pinto), e já não andamos assim tão longe.
O caminho da política é uma das muitas formas de ascensão social que se conhece. Padece das virtualidades e vicissitudes de todas as outras. Pensar que a mesma se resume ao debate de ideias, e ao exercício democrático do Poder, cuja única finalidade é o bem comum, só mostra ignorância.
Cada um defende o que lhe convém.
Os treteiros dizem-se de carácter.
Os oportunistas e coitadinhos mamam em defesa da dignidade.
A comunada diz-se justiceira em vez de ladra.
E o mais certo é todos serem vítimas do capitalismo!
Cada um defende o que lhe convém.
Os diretrolhas treteiros dizem-se de carácter.
Os oportunistas liberaleiros mamam em defesa da empresarialidade..
A direitada diz-se justiceira em vez de ladra.
E o mais certo é todos serem vítimas da geringonça!
Gostou, ó Menos? Fui eu que inventei!