O que fazer com tanto dinheiro, caso acabemos com a corrupção – um abecedário de sugestões que podem mudar Portugal

CP

Entre resgates, nacionalizações e outras piratarias, as aventuras dos mercenários da banca portuguesa custaram, nos últimos 10 anos, perto de 17 mil milhões de euros aos cofres públicos. Leu bem, caro leitor: 17 mil milhões de euros. Pagos por todos nós sob a forma de impostos, cortes nas funções sociais do Estado, privatizações low cost e incrementos sucessivos de dívida pública, da qual dificilmente nos livraremos, porque ela é pura e simplesmente impagável.

E se o caro leitor ficou perturbado com estes números, que são, efectivamente, perturbadores, vou então contar-lhe um segredo mal guardado: este valor, que, sublinhe-se, diz respeito a 10 anos de ajudas à banca, não chega para pagar um ano de corrupção em Portugal. Sim, um ano. Segundo um relatório apresentado recentemente no Parlamento Europeu pela Aliança Livre Europeia, o fenómeno da corrupção em Portugal tem um custo anual de qualquer coisa como 18,2 mil milhões de euros, custo esse que, como qualquer prejuízo de monta, acaba socializado por todos os contribuintes. Deve ser a isto que a direita do século passado se refere, quando afirma que o socialismo lhe vai ao bolso. [Read more…]

Vetar ou não vetar

Marcelo parece então ameaçar vetar o projecto de Lei de Bases da Saúde caso esta seja aprovada pela esquerda. Está no seu direito e não surpreende ninguém. Perante a situação, há três respostas possíveis:

1 – A tal possível maioria recebe o veto, tira educadamente o chapéu ao Presidente, confirma o voto anterior e aprova a Lei, sendo o PR obrigado, então, a promulgá-la.

2 – O Governo e o PS arreceiam-se perante a situação, dizem “vamos fazer a vontade ao sr. presidente” e alteram a proposta fazendo vénia à direita e aos grupos privados.

3 – O PS procede segundo conhecidas práticas de procrastinação e, empurrando com a barriga, adia a questão para qualquer dia, lá longe, não se sabe bem quando, mas com uma certeza tão implacável como a garantia de um daqueles “rigorosos inquéritos” com que se fintam os embaraços políticos.

§. Há a possibilidade de o PR recorrer ao Tribunal Constitucional, mas isso não é problema. Lei inconstitucional é com a direita.

A hipocrisia de Davos e a importância de taxar as grandes fortunas

E agora vou ali arder no fogo do Inferno liberal e já venho.