Em declarações ao Observador, Rui Rio afirmou que a função de deputado não o entusiasma completamente. Rui Rio quer ser primeiro-ministro, não deputado, independentemente das sondagens, que valem o que valem mas que teimam em atribuir valores historicamente baixos ao PSD.
O estudo de opinião da Eurosondagem, publicado nos últimos dias, coloca o partido liderado por Rio a 15 pontos do PS, com apenas 23,3% das intenções de voto. É maior a diferença entre os dois partidos do que entre o PSD e o Bloco, ao qual o mesmo estudo atribui 9%. E isto diz-nos muito sobre o actual momento do PSD.
É certo que existem inúmeros factores que ajudam a explicar as projecções pouco animadoras de um (ainda) hipotético descalabro eleitoral do PSD. Factores que vão da feroz oposição interna que enfrenta, desde o primeiro dia, até alguma frouxidão de que acusam Rui Rio enquanto líder da oposição, função particularmente difícil para alguém que não se senta no hemiciclo. E que, aparentemente, não se quer sentar.
Mas Rio teima em ser vítima de si próprio. Dizer que a função para a qual agora se candidata não o entusiasma é dar um tiro no pé. Como é que o líder de um dos maiores partidos portugueses explica uma declaração destas aos seus militantes e eleitorado? Como é que alguém que concorre com o slogan “Portugal Precisa”, admite não estar completamente entusiasmado com a possibilidade de ocupar o lugar para o qual se candidata? Será que Portugal precisa de deputados sem motivação para o ser? Para isso já lá temos umas quantas carcaças inúteis a arrastar-se pelos corredores. Se não está entusiasmado, mais vale ceder o seu lugar a quem esteja. Não devem faltar candidatos.
Rui Rio passou a imagem do durão inflexível dotado de uma honestidade única (reconheço esta sua faceta no panorama corrupto da nossa política), mas demonstra claramente, uma enorme falta de competência nos temas de gestão, seja do partido, seja da política nacional.
Se o ser honesto é muito positivo, no meio de tanta desonestidade, a falta de competência é, politicamente, mortal.
Mas Rui Rio tem duas facetas que interessa abordar, como social democrata que diz ser.
A primeira é a obsessão pelo orçamento e as folhas Excell. Rui Rio faz parte daquele grupo de economistas que faz contas de somar e lê, marimbando-se completamente no interesse público.
Foi esta sua faceta que conduziu à destruição, na prática, da praça central de Porto e do jardim da Cordoaria da mesma cidade, numa requalificação pouco menos que criminosa.
A segunda característica do senhor é que lhe falta no currículo o grau de primeiro ministro. Deputado já ele foi e agora, decide pôr a nu uma outra faceta que é a da aquisição do poder.
E é assim… E o nosso povo é bem claro quando diz que “Pela boca morre o peixe” …
Dê exemplos da desonestidade grassante que aponta.
Atirar ao vulto raramente mata o bicho,só espanta a caça!
Nomes,locais,números, Vamos lá, encore un effort !
Não sei a quem se refere ou a que se refere. Eu referi a honestidade de Rui Rio ou seja, refiro exactamente o oposto daquilo que aponta. Falo em honestidade e se quiser, confirme o que escrevi.
Ler, faz bem e ler bem ainda faz melhor…
Abraham Chevrolet
“Dê exemplos da desonestidade grassante que aponta.
Atirar ao vulto raramente mata o bicho,só espanta a caça !”
Então, vamos lá ! Ainda mais um esforço :
“Talvez por isso as palavras de Salaviza, que não é do Porto mas esteve pelo Aleixo para fazer o seu novo filme, sejam tão contundentes: “Rui Rio é uma espécie de papão, de pesadelo que assombra a memória dos moradores do Aleixo.Trata-se de um tipo tenebroso e sinistro que decidiu brincar com a vida de centenas de pessoas para ceder aos interesses da especulação imobiliária. Há uma imagem dele muito paradigmática quando, na demolição da torre, o vemos no Douro, num barco de luxo a fazer uma pequena celebração com champanhe e a brindar à demolição. Ele transforma aquele momento de aniquilação de uma comunidade numa celebração. E é este tipo que tem esta forma de estar na política e de jogar com a vida das pessoas que quer ser primeiro-ministro de Portugal…”
17-Fevereiro-2018
https://www.esquerda.net/opiniao/como-se-faz-um-canalha/53323
Caro José Peralta.
Desconhecia este texto e este triste episódio ligado à minha cidade.
É muito forte, sem dúvida e faz-me deslocar a imagem desse senhor ainda mais no sentido do anti-social.
Obrigado.
«aniquilação de uma comunidade…» que convivia sem sobressalto com um enorme mercado de droga e delinquência, «… numa celebração» da sanidade e moralidade pública.
E pelo caminho fez dinheiro para os poder manter abrigados…
O Peralta e a p* da treta abrilesca, serventuária da doutrina dos coitadinhos.
Ó “menos”, já que falas de serventuários, qual é a PUTARIA a quem serves ? (Não precisas responder…toda a gente. no AVENTAR sabe, mesmo que alguns, que finjam não saber) …
Tu, ò “menos”, quanto ao Aleixo…limitas-te a um estrebucho, a um relincho cavalar, de dôr de pata partida…
“O mais recente filme de João Salaviza, um dos mais reconhecidos e brilhantes realizadores portugueses da nova geração, chama-se “Russa” e acontece no bairro do Aleixo, no Porto. Ao mesmo tempo que o filme estará em competição em Berlim, bem acompanhado por outras obras portuguesas, 948 delegados e delegadas juntam-se no Congresso do PSD que consagrará Rui Rio como novo líder do partido.
Há imagens que não se esquecem e que definem as pessoas. Uma delas é a de Rui Rio num barco, no Rio Douro, a abrir uma garrafa de champanhe com os seus convivas enquanto assiste à demolição de uma das torres do Bairro do Aleixo. No bairro – sei-o porque estava lá – o clima era de desespero, com um enorme aparato policial montado, mulheres que gritavam de raiva ao ver a sua casa ser implodida, homens a chorar junto ao gradeado enquanto o pó dos destroços se espalhava, crianças atónitas junto ao lugar onde até há poucos dias brincavam e que parecia, agora, um cenário de guerra. Se acaso a demolição daquelas torres tivesse sido negociada com a população, talvez um Presidente da Câmara estivesse junto aos moradores naquele momento, de consciência tranquila por ter cumprido o seu dever e garantido uma alternativa para a vida daquela gente. Se não fosse esse o caso, uma pessoa normal que tivesse tomado convictamente aquela decisão teria ao menos o pudor de se remeter ao silêncio perante o sofrimento dos outros. Rui Rio não fez uma coisa nem outra. Foi para a frente do bairro, no aconchego de um barco no meio do rio, juntou os amigos e celebrou, frente aos cidadãos desesperados da sua cidade, o momento em que as suas casas vinham a baixo. Perante o sofrimento dos outros, Rui Rio sorriu e brindou. Independentemente do que cada um possa pensar sobre as soluções para o Aleixo – e há muitas opiniões – uma coisa parece-me estar para além das discordâncias políticas: quem faz isto é um canalha. E eu, como muitos outros, não esqueço.
Talvez por isso as palavras de Salaviza, que não é do Porto mas esteve pelo Aleixo para fazer o seu novo filme, sejam tão contundentes: “Rui Rio é uma espécie de papão, de pesadelo que assombra a memória dos moradores do Aleixo.Trata-se de um tipo tenebroso e sinistro que decidiu brincar com a vida de centenas de pessoas para ceder aos interesses da especulação imobiliária. Há uma imagem dele muito paradigmática quando, na demolição da torre, o vemos no Douro, num barco de luxo a fazer uma pequena celebração com champanhe e abrindar à demolição. Ele transforma aquele momento de aniquilação de uma comunidade numa celebração. E é este tipo que tem esta forma de estar na política e de jogar com a vida das pessoas que quer ser primeiro-ministro de Portugal…”.
Não é a primeira vez, aliás, que o caso é tratado por um filme. Quem quiser perceber o processo do Aleixo deve ver “Ruído ou As Troianas, do realizador portuense Tiago Afonso. Está lá tudo: a origem do bairro e de quem foi para lá, a explicação cristalina – através de uma imagem da marginal do Porto – para o apetite imobiliário por aqueles terrenos, a revolta contra o modo como o poder autárquico tratou aquelas pessoas, a dignidade das mulheres que resistem, o modo como as crianças representam aquele espaço, o ambiente vivido no dia da demolição, a relação de tudo isso com a cidade. Num registo diferente, é também no Aleixo que se passa Bicicleta, um filme de Luís Vieira Campos, com argumento de valter hugo mãe, do qual guardo a imagem de umas intermináveis escadas, num bairro em que, propositadamente, a Câmara deixou de consertar o elevador, condenando as pessoas a terem de viver como um sacrifício as mais singelas necessidades do dia-a-dia.
Sobre o mal que Rui Rio fez ao Porto e sobre os mitos acerca da sua governação no Porto, não repetirei o eloquente resumo feito por Adriano Campos. Também não tenho grande esperança que Rui Rio vá alguma vez ver algum destes filmes – ou que se deixasse transformar por eles, caso os visse. Direi apenas isto: ninguém deve querer para o seu país aquilo que Rui Rio fez com quem mais sofria no Porto. E este é um bom fim-de-semana para o lembrar”.
Artigo publicado em expresso.sapo. a 16 de fevereiro de 2018
«um dos mais reconhecidos e brilhantes realizadores portugueses da nova geração» – há-de ser esquerdalho e muito correcto para ter subsídios.
Quanto ao desespero, não só é de uso nas circunstâncias como, para quem viu o seu negócio de droga ameaçado , muito justificado.
E o champanhe, senhores? Não seria espumante a 8 euros, o de boa qualidade?
Que chatice! Estaga a parte do luxo.
Aponto-lhe uma fresquinha. Ainda ontem voltou a insistir que o programa da Troika foi imposto ao PSD, que nada tinha a ver com isso, apesar de terem nomeado o sr. pintelhos para que pudessem destruir as relações laborais com o efeito de, parafraseando o FMI, o resultado fosse uma significativa maior destruição da economia do que o planeado.
Diz-se que a qualidade de uma pessoa se avalia pela qualidade dos seus inimigos.
A ser verdade este dizer, olhando para os inimigos do Rui Rio, ele é um homem de enorme qualidade.
E se o PSD perder as eleições a responsabilidade dessa derrota deve ser apontada em grande parte a esta “oposição interna rasca” que confunde política com intriga.
E como temos visto ao longo destes anos os intriguistas sempre ganharam aos políticos que têm o ideal de trabalhar para o bem comum e não para os facilitadores.
Sobre os intriguistas, estamos de acordo.
Para mim, intriguista e político é quase uma e a mesma coisa.
Contudo deixe-me fazer-lhe notar uma incongruência da sua parte. Se a qualidade de Rui Rio se avalia pela qualidade dos seus inimigos – que classifica de “oposição interna rasca” e intriguistas – a qualidade de Rui Rio também assim fica definida ou então, a letra não diz com a careta….
O problema é que a visão do “bem comum” assume que está a tratar de uma mercearia, e depois fica chocado que preferem ir trabalhar para outra e que quem investiu nela queira maximizar o lucro a todo o custo. E que, enquanto continua a cortar, lá vão aparecendo os buracos nas paredes e no tecto, mas cada vez há menos orçamento para tapar os buracos e cada vez mais o edifício fica devoluto.
Mas ao menos há uns carrinhos às voltas para entreter a estranja.
O Rio é simplório.
Num mercado consumidor de lixo mediático, aldrabice política e chicana partidária, quer vender análise desapaixonada e prioridade ao fundamental, sem sair do cenário abrilesco ocupado por toda a restante matilha.
Dizendo-se centro-esquerda, tem o bom senso de atribuir ao crescimento da economia capitalista o sucesso das políticas sociais, sem se convencer que esse crescimento só poderá ser alcançado denunciando a lengalenga e a acção da matilha esquerdalha.
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A trallha socrática em acção,
O Câmara Corporativa e apêndices continuam vivos.
Aliás, outra coisa não seria de esperar desta fraude SúciaLista.
Touatopalos
What ?
Rui Rio quer correr com os notáveis que se apoderaram do aparelho do partido quase desde a sua fundação e não tem sido fácil porque ainda continuam a ter algum peso politico e ninguém esta disposto a perder privilégio. Não sou fã do PSD mas compreendo Rui Rio.
Propaganda metida de contrabando, não PF
Falo do Abril de Novo Magazine