O Liverpool sagrou-se campeão inglês. Mesmo depois de ter sofrido 11 golos em dois anos contra essa equipa, tentarei abordar o assunto sem roer as unhas.
Já todos falaram de Klopp, de Mo Salah e muitos outros. Eu vou falar dos 96. Dos 96 adeptos dos Reds que perderam a vida em 1989 na famosa Tragédia de Hillsborough. O Estádio degradado e a falta de organização contribuiu para o desastre. O Governo inglês fez acreditar que a culpa era dos adeptos, alegando que estes se encontravam alterados devido ao álcool. No entanto, as famílias das vítimas não desistiram e lutaram por que se fizesse justiça.
Foram necessários 27 anos para se fazer justiça. Em 2016, os adeptos foram considerados inocentes e a polícia culpada por homicídio. Demorou, mas ficou reposta a verdade por aqueles que perderam a vida num momento que apenas ia ser mais um bom bocado com o clube que gostam.
No vídeo que aqui coloco, temos as famílias das vítimas a cantar o famoso You’ll Never Walk Alone. Estas vozes nunca conquistariam uma editora, mas facilmente conquistam os nossos corações. Por vezes, a voz mais bonita não vem da garganta, mas sim da alma. Porque ser campeão nacional, europeu e mundial não é nada comparado com o amor a um clube. Esse amor é o maior título de todos.
Parabéns, Liverpool. Que daqui a umas semanas seja a minha vez.
Francisco Boa noite
No seu texto afirma que a polícia foi considerada culpada. No Wikipedia é afirmado:
«As causas foram a sobrelotação do estádio, bem como o seu péssimo estado de conservação. Além disso, o local não cumpria as normas mínimas de segurança.»
Mas eu não sou polícia, para estar a dizer que não foram culpados… 🙂 🙂
Bom fds
https://observador.pt/2016/04/26/hillsborough-policia-culpada-um-dos-maiores-desastres-sempre-estadios-futebol/
Caro Francisco,
http://videos.sapo.pt/WpUcv32lRe5p4AGmaKRs
Quanto a Hillsborough, quando aconteceu, ainda estava presente a tragédia de Heysel, da qual não resultou a punição do Liverpool, mas de todas as equipas inglesas. Porque sem excepção, todas elas se faziam acompanhar de desordeiros, os famosos hoolligans, algo que as vítimas de Hillsbourough não seriam.
Margaret Tatcher limpou o futebol inglês dos desordeiros, transformando-o para melhor, hoje é o campeonato mais bonito do planeta. Sem adeptos selvagens, sem deprimentes espectáculos de piro-javardice, sem gangs organizados de adeptos, liderados por criminosos cadastrados que parasitam em órbita dos clubes e vivem de negócios ilícitos, explorando os jovens adeptos. Quando a principal claque do meu clube é liderada por Mustafá, cliente habitual da Justiça e teve a liderança disputada por Mário Machado, estamos conversados. No clube rival, esta semana foram vários a ficar em prisão preventiva e alguns respondem em Tribunal pelo crime de homicídio, coisa pouca… E também sei que mais a Norte, no seu clube, não se conhecem a determinadas pessoas rendimentos que justifiquem os bens.
Os portugueses que tanto gostam de seguir exemplos alheios, poderiam copiar o futebol inglês, banindo os hoolligans, por cá pomposamente chamados de grupos organizados de adeptos, ou claques. Mas terá que partir do poder político, à semelhança do que aconteceu em Inglaterra, porque os dirigentes desportivos lusos usam tais grunhos como guarda pretoriana, fechando os olhos às suas práticas…
Caro, António Almeida
Gostei de seu texto. Sem curtinho, não deixa de ser esclarecedor.
Apenas um reparo, no que se refere ao último parágrafo.
Em Portugal, tal como em Espanha, mas no caso do país vizinho, menos, só e apenas por causa do Barcelona e dos clubes Bascos, jamais o futebol poderá ser comparado ao de Inglaterra, ou mesmo, se quiser, ao do Reino Unido.
O futebol inglês não é para mim o mais bonito. Nem o que tem mais magia. Mas é de certeza o mais espetacular, pela entrega dos jogadores, pela incerteza dos resultados, pela velocidade estonteante a que jogam, pela eficácia, pelo equilíbrio entre os contendores, e acima de tudo, porque ficamos com a sensação, ao ver um jogo, de que este é o futebol que se aproxima mais da verdade desportiva. Ora, isso é o mais importante num jogo. Seja ele qual fôr.
O futebol em Inglaterra é dos aficionados. Aficionados esses que se multiplicam por bairros, cidades, regiões e mesmo autonomias. Toda a estrutura desportiva em Inglaterra está repartida por uma variedade de clubes, não permitindo o domínio desta estrutura, apenas por um ou dois clubes. No caso inglês evita-se o lobismo, o toupeirismo, ou a furtaria, como lhe quiserem chamar, disseminando o poder por vários clubes.
É ver o número de campeões em Inglaterra e em Portugal.
Em Portugal o futebol é Benfica, Porto e Sporting, este último, cada vez mais longe de outros tempos. Numa lógica de poder, os casos que se têm passado em Portugal, nas últimas duas décadas, dificilmente teriam a repercussão que tiveram em Inglaterra.
Ha uns anos, um antigo colega de trabalho, dizia-me.
Em Portugal só há três tipos de aficionados. Os do Benfica, os do Porto e os do Sporting. Todos os outros que se dizem simpatizantes de outras agremiações, não passam de sucedâneos ou derivações envergonhadas dos três primeiros.
Pois não sabia!
Que a Margarete também foi presidente da Federação Inglesa de Futebol! Realmente só podia ser! Nunca poderiam ter sido os presidentes dos clubes, esses selvagens, a livrar-se dos energúmenos das claques.
Descobri que, terminada a tarefa, a Margarete demitiu-se e alistou-se no exército para comandar a guerra ao IRA na Irlanda do Norte. Graduada em Almirante General de 5 estrelas conseguiu acabar com os gajos em apenas uma semana. Como ainda lhe restavam uns dias de contrato, e não querendo que dissessem que estava à conta do Estado sem fazer nada, agarrou nas tropas e rumou às Malvinas onde travou uma guerra triunfal e foi recebida pelo próprio Raul Solnado, que se encontrava no local por razões desconhecidas..
Quarto parágrafo a desfazer o mito inglês. https://aventar.eu/2020/05/07/a-burocratizacao-dos-adeptos/
Caro Francisco,
Não pretendo rebater o 4º parágrafo do post anterior, mas é um facto que muitas pessoas passam a hora dos jogos da sua equipa na esquadra policial mais próxima. Têm ordem judicial para se apresentarem e estão efectivamente proibidos de frequentarem estádios de futebol.
Concordo que nunca existiu semelhança entre os adeptos ingleses e portugueses. E que muitos desordeiros ingleses, basta frequentar Albufeira o sul de Espanha para o perceber, não precisam do manto de qualquer organização para provocarem desacatos.
Aqui ao lado, o Real Madrid baniu das bancadas os “Ultra Sur”. O Barcelona fez o mesmo com os “Boixos Noi”.
Em Portugal existe o direito à livre associação, pelo que os adeptos que se quiserem, têm direito a organizar-se, onde, quando e como entenderem. É problema deles e nada a opor.
Na qualidade de sócio do SCP, bato-me pela erradicação da piro-javardice das bancadas de Alvalade. Do retorno imediato à posse do clube e fim da concessão de facilidades de acesso a qualquer parte do estádio ou pavilhão às claques. Da proibição de venda de bilhetes em grupo, os bilhetes devem ser vendidos a pessoas perfeitamente identificadas, com limite máximo de bilhetes por pessoas. Forçando à dispersão pelo estádio destes grupos. Da monitorização permanente de imagens, com retirada forçada dos infractores, porque prejudicam os demais. E se necessário, que se encerre totalmente a bancada Sul A durante alguns jogos. Obviamente que não podem existir protocolos para subsidiar deslocações a este tipo de adeptos, nem a qualquer outros. Nem tão pouco bilhetes cedidos como acontecia, que eram depois revendidos pelos cabecilhas dos gangs em benefício próprio. Sim, é assim que se financiam, o clube oferece mil bilhetes, no valor de de 10 euros cada, os rufias vão vender aos jovens e ainda forçar a compra de merchandising para financiar o gang. Nada contra esta última parte, é um problema de cada um. Tudo contra a oferta dos bilhetes por parte do clube, quem quer assistir ao jogo, pague o bilhete.
Referi acima à prisão preventiva de seis membros da claque do SLB. Que estão na posse de moradas, matrículas de comentadores, jornalistas e pessoas ligadas ao futebol. Como as terão conseguido? Não é trabalho feito por jovens problemáticos de qualquer bairro social. Teve que existir alguém, que algures com acesso, obteve e forneceu tais dados aos delinquentes. O cabecilha do gang da bancada Sul no meu clube, também foi preso e condenado por assalto a residências, com a conivência de determinado ex-dirigente que pertencia à PJ. Tudo boa gente…
Sou sensível aos direitos individuais, mas não aceito ficar refém de gangs. Nos estádios portugueses, é difícil pessoas decentes irem ver um jogo fora da sua equipa. E mesmo em casa, tem que se lhe diga…
Exacto, como qualquer mercado eficiente, ganha quem mais capital atrai.
Mas sim, o desastre foi uma total falta de competência e preocupação por parte da polícia. Afinal, eram só reles adeptos de futebol, ainda por cima associados aos comunas.
Nojento ver retardados defenderem holingans criminosos apenas porque foi uma direitalha Margareth Tacher que tomou medidas contra os deliquentes.
“Ser campeão nacional, europeu e mundial não é nada comparado com o amor a um clube. Esse amor é o maior título de todos.”
O Francisco Figueiredo deve ser jovem: praí 23, 24 anos?
Espero que com a idade lhe passe a febre da bola, Francisco, e que veja que o “amor” a pseudo-desportos alienantes, clubes mafiosos, e broncos que mamam numa semana ao pontapé o que o resto da Humanidade não ganha numa vida a trabalhar, é mera treta para embalar carneiros e pobres de espírito.
Claro que é humano querer pertencer a um grupo, querer sentir-se parte de algo, mesmo algo tão rasca e acarneirado. Mas com a idade isso passa. Basta ter dois dedos de testa e pensar por si.
Amar um clube não é ser carneiro. Ser carneiro seria não olhar aos meus princípios em prol de algo.
Adepto do Futebol Clube do Porto, Liberal, Portuense, Português e um jovem de 20 anos. Tudo o que precisa de saber de mim.
Cumprimentos!
Vinte aninhos. É normal pensar assim.
Nessa idade sabe bem ver jogos com amigos, no seu caso gozar com os benfas e os lagartos, celebrar as vitórias como se fossem suas. Até vê a pertença ao FCP, esse antro de podridão, de gangsters e corruptos, como parte da sua identidade.
Dê-lhe alguns anos. Verá que nada daquilo é seu; nada tem nada a ver consigo; tudo não passa de circo e alienação para as massas. E que sim, ser carneiro é exactamente isso.