Não podemos branquear o comunismo

Pessoalmente, nada tenho contra a realização da “festa do avante”. O evento em si e por si, dá-me igual.

Chocam-me, e muito, dois aspectos que lhe estão associados: a evidente perversão de critérios e a normalidade com que se encara o partido comunista.

Desde o início da pandemia, os protocolos de prevenção da pandemia tiveram duas vertentes: a científica para as regras (tantas e tantas vezes tão incompetente que até doeu) e a agenda política (exclusivamente de esquerda) para as excepções. Este é o primeiro aspecto que me enoja, mas cujo zénite repulsivo se manifesta, a confiar nas sondagens que, entretanto, são publicadas, na normalidade com que este povo de mansos valida esta asquerosa batota.

Em segundo lugar, fico perplexo com a banalidade com que se branqueia a actividade do partido comunista. Desengane-se quem acha que estamos perante um partido democrático. Porra, são comunistas. O comunismo é, por definição um sistema anti-democrático e ditatorial que conduz, invariavelmente à mais tenebrosa miséria e, historicamente, responsável por milhões e milhões de mortes. Responsável por episódios avassaladoramente desumanos e de colossal maldade como, por exemplo, o Holodomor ou o Terror Vermelho. Não tenham dúvidas, se atingimos o patamar zero da humanidade com o nazismo, com o comunismo estamos em valores muito abaixo de zero.

Em Portugal, temos um partido que apesar de se dizer de direita, é muito mais populista que outra coisa qualquer. Oficialmente e com excepção de algumas situações, nem tem defendido nada de muito radical. O que não quer dizer que não tenha já e em si, todas as condições para, se um dia fosse poder, executar uma agenda autoritária. Estou à vontade para falar do “chega” porque desprezo profunda e convictamente quer o partido pela sua vacuidade quer o seu líder pela sua evidente falta de carácter e dignidade (definida pela capacidade que teve de ser “cartilheiro” do benf…os coisos).

Mas o pensamento dominante acarinha tudo o que for contra o “chega” e evidencia um manifesto “double standard” sempre que é noticiado. Sob o pretexto alegado, mas não provado, que se trata de um partido fascista. Já com o pc, em que o comunismo não precisa de ser indiciado porque mais assumido não podia ser, é tudo normal e aceitável. Pior, dada a enorme infiltração de agentes comunistas na comunicação social, a actividade do pc é até protegida e exponenciada.

Já nem devia ser preciso repetir isto, mas aqui vai: o comunismo é igual ou pior ao fascismo. IGUAL OU PIOR.

Comments

  1. esteves ayres says:

    Nos últimos meses, perto de uma dezena de idosos com demência foram proibidos de entrar com acompanhante nos hospitais por causa das medidas de contenção da Covid-19 e acabaram mais tarde por ser dados como desaparecidos, depois de receberem alta hospitalar sem que os familiares tivessem conhecimento.
    Qual é a posição do PCP?
    Quanto ao resto já estou farto de ouvir tanta propaganda à “festa”, façam lá a festa e deixem-se de merdas…

  2. Rui Naldinho says:

    Falar na actualidade da Festa do Avante, evento cultural e político, organizado anualmente no primeiro fim de semana de Setembro, pelo PCP, é prestar-lhes um grande favor e uma espécie de publicidade gratuita.
    Esta conversa já vem desde Maio, aquando das celebrações das peregrinações a Fátima.
    Eu ainda acredito que os comunistas com todos os defeitos e virtudes que se lhes reconhecem, devem ponderar nos riscos que estão a correr, incluindo os políticos, com a realização do seu evento maior. Contudo insistem em fazê-lo, mais como prova de vida, do que com a certeza de um sucesso de bilheteira, entradas pagas, ou até na perspectiva de uma excelente receita.
    João Soares, pessoa por quem não tenho qualquer simpatia política, mas que tem assento no comentário nacional, disse ontem, “não acreditar que o PCP não cumpra as normas da DGS” e não tenha avaliado bem os danos eleitorais que um alastrar da crise pandémica, com especial incidência no seu eleitorado tradicional, lhes possa causar, por causa da realização da Festa do Avante. Também penso o mesmo. Eles não são loucos.
    O PCP está de eleição para eleição a definhar. E contrariamente aos politólogos da treta, que por aí pairam, não foi a sua participação na Geringonça que os fez recuar no número de autarquias e no número de deputados. Isso é paleio para enganar incautos. O PCP está a definhar porque mantém um registo narrativo igual ao de seu passado histórico, sem perceber que a Bielorússia, a China, a Coreia do Norte, etc, são mesmo ditaduras do tipo estalinista, demarcando-se delas. Sem perceber que o movimento sindical necessita de uma renovação, e que as profissões, hoje, são cada vez mais de base tecnológica.
    Quando o PCP perceber algumas destas coisas, talvez já seja tarde, o PCP vai ter no mínimo, a mesma expressão eleitoral que o BE tem hoje. Até porque em matéria de ziguezagues, o PCP é mais estável do que o BE.

  3. Manuel Lopes says:

    Uma doutrina, politica, filosófica ou religiosa, pode ter a melhor das intenções e ser aplicada da pior maneira com atroz desumanidade.
    A difusão do cristianismo é bem prova disso.

  4. Igual ou pior?
    As comparações devem fazer.se a partir da base, e a base é o comunismo.
    O fascismo é uma variante; parte dos inventores e guias do caminho para pôr fim à luta de classes, para os que que se dizem pacificar a luta pelo seu mando e guia.
    Tem a vantagem de haver ‘bolsas’ de liberdade individual, desde que a dimensão não atraia a cobiça ou o alarme dos mandantes.

    O PC conforma-se a esse modelo mitigado à falta de força para tomar todo o poder; com as vísceras retorcidas lá vai articulando a defesa das micro, pequenas e médias (…zinhas) ‘bolsas’.

    A liberdade sempre é luta, que dispensa a paz mas requer valores vertidos em leis, com justiça e autoridade que as tornem efectivas.

    • dragartomaspouco says:

      Falou um salazarista

    • Paulo Marques says:

      O fascismo quer acabar com a luta de classes declarando a ordem hierárquica existente como natural como forma de manter a luta permanente contra quem discorda.
      O resto, vai estudar, pá.

    • abaixoapadralhada says:

      E mesmo conversa de padreca, sacrista Sa Lazarento

      Os teus vizinhos Jesuitas, são uma inspiração, não é repugnante nazi

    • José Peralta says:

      Ó “menos”

      “As comparações devem fazer.se a partir da base, e a base é o comunismo”…

      Pois ! Mas a mim “apetece-me” que a base de comparação, seja…a religião.

      Podemos falar da Santa Inquisição ?

      Só para “branquear” as “bolsas de liberdade” dessa prestimosa agremiação de bufos e torturadores…..

      • És um trengo.
        A religião é base para a assistência psicológica que não falta muito será escalada para acompanhar funerais, à conta do contribuinte, naturalmente.

  5. O princípio do post é um clássico da cultura Tuga… é-me indiferente, não tenho nada contra, mas… porra, assumam-se, sejam homens, não cornos mansos.

    • para concluir o post anterior, declaração de interesses, não sou comunista, e sou contra a realização da festa do Avante nas condições actuais, acho que estão a usar buracos e detalhes nas leis para fazer a festa, estão a ser chico espertos, e eu acho que os únicos chico espertos bons são os mortos, e isto transversal a todo o espectro político.

  6. POIS! says:

    Pois não seja mal agradecido!

    Não despreze tanto o “chega”. Seja bonzinho. O Professor Passos já federou tudo uma vez e parece que vai federar outra.

    Ora para acabar de federar isto tudo tem de ter alguma coisa para a federança e, no caso, o federastado já é conhecido.

    É caso para dizer, federa-se! Estamos federados!

  7. Paulo Marques says:

    Não podemos branquear o comunismo… falando de tudo, menos de comunismo. Siga.
    Entretanto, mesmo com a deturpada definição, onde se morre da pandemia mesmo é nos comunistas EUA e Brasil, e não nos libertários China ou Vietname. Azarito.

    (mas a Venezuela, pá! é indiferente, a realidade é complexa e nada tem a ver com definições deturpadas de “comunismo” e “liberdade”)

  8. João Paz says:

    Mais um arroto a defender o nazismo! Nada de novo não é Carlos Osório?

    • Este vem falar do regime que partilhou a Polónia com os comunas.

      • POIS! says:

        Pois mas…

        Houve mais casos de “partilha”. No fim da Primeira Guerra, então, foi uma festança de “partilhas”. E em África? E na Ásia? Era cá um respeitinho pelos “partilhados”!

        Já agora: quais “comunas”?

  9. Mas o capitalismo pandémico, esse leva sempre com grandes brancas!

    https://youtu.be/kB0MEjHgkfM

  10. Albino Manuel says:

    Diz o Pois que não, diz o Marques nem me lembro, diz o JgMenos que sim. No final devem ser todos os mesmos a fingir que o blog é coisa viva. Podem aproveitar os sobejos do Insurgente,”que até são malta daí. Menos o Amorim Lopes; esse, fiel ao parente do PSD dos bancos, já está noutra.

    • Albino manuel says:

      Faria de oliveira, o nome materno do Mário. O titi começou com 40 mil ao ano, acabou com 400 mil ou parecido. O sobrinho quer lá chegar.

    • POIS! says:

      Pois tá bem!

      V. Exa., por modéstia, também não existe. Só que ainda não sabe, porque não lhe disseram. É indecente!

    • Paulo Marques says:

      Pode sempre ir fazer companhia à sua progenitora se o faz mais feliz.

  11. fmart@sapo.pt says:
  12. Mário Reis says:

    A cachola do Osório está nos anos 30 do século passado, praticas e espirito que o “comunismo” o povo da URSS esmagou. Insere-se num esforço coordenado pelas fundação Ford, Rockfeller, FMI, CIA e outras agências e instituições que difundem uma certa compreensão do mundo em detrimento de outro, na construção da hegemonia, na reescrita e apagamento da história. A treta do Osório, apesar de ridícula e mentirosa até nem é a mais perigosa; pior são outras linguagens… assimiladas via consumo, via cultura e informação que esteriliza as potencialidades transformadoras dos grupos que simulam revolta mas nunca para pôr em causa a raiz e a matriz das opressões ou a superação do sistema capitalista. Porra, por muito que custe, os comunistas tem história. Deram contribuições únicas para o avanço do processo politico dominado pela grande burguesia (que se serviu do povo para derrubar a propriedade feudal e a nobreza em nome da liberdade, fraternidade e igualdade mas logo de seguida se apropriar e aprofundar a exploração e a opressão), instruiu e organizou os trabalhadores, esteve na vanguarda da conquista direitos que se “universalizaram” (agora abertamente ameaçados), contribuiu decisivamente para a libertação de centenas de milhões de povos do colonialismo, escravismo e exploração, Os comunistas são a força de progresso ao contrário da burguesia que em bloco suga o sangue, suor e lágrimas, esmaga os que pretendem seguir outros caminhos e inexoravelmente destrói os recursos naturais e o planeta. O mundo está ruim, mas estaria bem pior se não fossem as ideias de emancipação e de justiça do ideal comunista. Como se vê por todo o lado, a democracia é uma fraude, um valor da classe dominante, não um valor universal.
    A burguesia, o patronato, a direita, sonham com o calar das noções e das forças que falam da luta de classes, do imperialismo e da exploração, do poder popular, do anti-racismo e anti-colonialismo.
    Patético este Osório. Um lixo.

    • João Paz says:

      Tem, no essencial, razão Mário Reis. De facto o esforço titânico de Karl Marx para dissecar os podres do capitalismo continua hoje não só válido como também imprescindível para a libertação dos povos e nações oprimidas e exploradas. Mas dizer isso aos Osórios é chover no molhado. Essa “gente nunca o reconhecerá, está muito para além das suas capacidades.

    • Este diz que o comunismo tem história e fala de tudo menos da história passada e presente do comunismo.
      A história não é feita de ideias mas dos actos e factos que decorrem dessas ideias.

      Só falta vir dizer que estavam e estão ‘a caminho’ de realizar as ideias, reprimindo, encarcerando, matando, e promovendo as mais execráveis ditaduras de que há notícia no passado e no presente.

      Mais um treteiro em cena canalha!

      • POIS! says:

        Pois, realmente.

        O comunismo é a única coisa que tem história. O resto foi tudo filmes. Os que morreram em Hiroshima, Nagasáqui e Dresden foram incompetentes. Podiam ter ido passar férias para um destino exótico e nada daquilo teria acontecido. Foi azar.

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