COVID 19 – Singapura e Países Baixos na nova vaga

Não é já surpresa para ninguém que estamos a entrar numa nova vaga de infecções pelo SARS COV 2 e que se prevê que não seja de intensidade inferior às mais ferozes que já sofremos. O número de infectados aumenta assustadoramente na Rússia, na China, na Bulgária e Roménia, mas também na Alemanha e Países Baixos e, inesperadamente, em Singapura, um dos países com maior taxa de vacinação – 80%.
O que está a acontecer em Singapura é explicado pelos costumeiros especialistas que tal se deve aos que não tomaram vacinas, mas tal não é verdade à luz dos factos revelados pelos números. Com efeito, a COVID 19 está a instalar-se indiscriminadamente entre vacinados e não vacinados, sendo que, tendo a verdade factual sempre como Norte, os vacinados estão a escapar com muito mais facilidade à severidade da doença, nomeadamente em internamentos, em cuidados intensivos e decessos.
Como irão ou como estão já a reagir os países a este fenómeno?

Os Países Baixos acabam de anunciar o regresso a um novo confinamento parcial, prevendo-se que outros países possam, mais cedo que tarde, seguir o exemplo, para travar o número de infecções.
Curiosamente, Singapura, repito, com mais de 80% da população vacinada, segue caminho diverso: assumiu que a doença é agora endémica e não pandémica, deixando circular livremente o vírus pela população para, assim, reforçar a imunidade, uma vez que está já provado que a contracção da doença dá uma imunidade muito superior àquela que as chamadas vacinas proporcionam, mesmo sabendo que os não vacinados voltarão a ocupar cuidados intensivos nos hospitais e a perecer.

A ver vamos qual destas medidas melhor responde aos interesses sanitários das populações, mas o que é certo é que, económica e financeiramente, há já muito poucos países que se possam dar ao luxo de encerrar economias mesmo com “lockdowns” parciais, sendo Portugal um deles.

Será desta vez que os chamados especialistas que recebem luvas das empresas farmacêuticas nos esclarecerão sobre a imunidade de grupo que nos garantiram no passado quando atingido 85% de vacinados? Será desta que terão vergonha de chamar vacinas a preparados que apenas reduzem, o que não é nada desprezível, a severidade da doença? É que ciência é uma coisa demasiadamente séria e respeitável, contrariamente a pessoas que trabalham em ciência, mas emitem opiniões que querem impor sem estarem sustentados por ciência alguma.
É que parece estar provado, por evidência científica, que os preparados com que fomos inoculados não nos dão nenhuma protecção contra contágio, por outro lado, provado também já está, que a contracção de COVID 19 proporciona maior, mais eficaz e mais duradoura imunidade, sem esquecer que já não há qualquer dúvida científica de que a capacidade de contagiar outrem é exactamente igual entre vacinados e não vacinados.
O facto de as empresas farmacêuticas estarem já, felizmente, a trabalhar intensamente em tratamentos para a doença é sinal, mais do que evidente, que já nem eles acreditam nos produtos a que chamaram de vacinas.

Por último, embora apenas de relance, caso venhamos a sofrer a nova vaga com severidade, será curioso seguir como irá o Presidente da República reagir, uma vez que estará impedido de declarar o Estado de Emergência por ter dissolvido a Assembleia da República.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Lol. Deixa a ideologia, faz-te mal à cabeça.
    https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/70/wr/mm7044e1.htm

    • Filipe Bastos says:

      De si espera-se arrazoados abstrusos ou postas esfíngicas; neste caso ficou-se pelo 2º tipo.

      O Carlos Araújo Alves afirma que as ditas vacinas são “preparados que apenas reduzem, o que não é nada desprezível, a severidade da doença”. Em que é que o seu link contradiz isto? Qual ideologia?

      • Paulo Marques says:

        Como esperado, o obtuso nem lê:
        «In this U.S.-based epidemiologic analysis of patients hospitalized with COVID-19–like illness whose previous infection or vaccination occurred 90–179 days earlier, vaccine-induced immunity was more protective than infection-induced immunity against laboratory-confirmed COVID-19, including during a period of Delta variant predominance. All eligible persons should be vaccinated against COVID-19 as soon as possible, including unvaccinated persons previously infected with SARS-CoV-2.»
        (já agora, https://imgur.com/a/6nltjHJ)

        nem pensa: todo o arrozoado é baseado no que se sabe falso, a bem da ideologia de cada um por si, e se tiver azar, paciência, que o importante é pô-lo a render.

        • Filipe Bastos says:

          Isso não contradiz a afirmação do Araújo: a vacina reduz a severidade da doença.

          Quanto à imunidade, o nº de infectados – mesmo em países com tantas vacinas, como Singapura – lança dúvidas sobre o estudo que lhe agrada.

          É possível que esteja certo, mas falar em ideologia e negar que os mamões farmacêuticos podem pagar os estudos que quiserem, e chegar às conclusões que quiserem, é ser bem mais ideólogo – ou tanso – que o Araújo.

          • Paulo Marques says:

            Se a vacina reduz a severidade a sintomas menores, não é doença. Como practicamente todas as vacinas. Nem todas são iguais.
            Estamos a ver como corria o plano de confiar em peritos, confia-se no que se quer na mesma, nem que se acabe a defender a política que fique tudo igualzinho. Afinal, já temos o nosso graças a isso, o resto que se lixe.
            Aliás, a culpa até é de os governos não fazerem mais e levarem a vacina a casa, já que não podem baixar o ISP para satisfazer o anti-capitalismo do Filipe.

    • Elvimonte says:

      Do link apresentado, mas cujo relatório não terá lido na totalidade e do qual apresenta conclusões para tótós (vd. 3 últimos parágrafos).

      «During January 1–September 2, 2021, a total of 201,269 hospitalizations for COVID-19–like illness were identified; 139,655 (69.4%) patients were hospitalized after COVID-19 vaccines were generally available ….»

      Gosto particularmente de “COVID-19–like illness”. Quando se usa esta terminologia em vez de “pneumonia–like illness” ou “influenza-like illness” fica-se a saber imediatamente que ali “há gato escondido com o rabo de fora”, o que é confirmado mais à frente. Continuando a leitura do relatório.

      «Molecular testing for SARS-CoV-2 was performed for 94,264 (67.5%) patients with COVID-19–like illness hospitalizations. Among these patients, 7,348 (7.8%) had at least one other SARS-CoV-2 test result ≥14 days before hospitalization and met criteria for either of the two exposure categories: 1,020 hospitalizations were among previously infected and unvaccinated persons, and 6,328 were among fully vaccinated and previously uninfected patients (Table 1).»

      Portanto:
      i) em 7348, 1020 doentes previamente infectados e não-vacinados foram hospitalizados (14%);
      ii) em 7348, 6328 completamente vacinados e não infectados previamente foram hospitalizados (86%).

      Conclusão imediata: a probalidade de hospitalização devido a uma “COVID-19–like illness” é 6 vezes maior – repito: 6 vezes maior – entre os completamente vacinados e não infectados previamente em comparação com os previamente infectados e não-vacinados. Como contexto, convém aqui relembrar o artigo científico

      “The BNT162b2 mRNA vaccine against SARS-CoV-2 reprograms both adaptive and innate immune responses”.

      Conclusão mais importante: do universo inicial de 139655 hospitalizações devidas a “COVID-19–like illness” depois das vacinas estarem disponíveis, só se realizaram testes em 94264 dessas hospitalizações. Destas, só 7348 verifam os critérios para inclusão no estudo («7,348 (7.8%) (…) met criteria for either of the two exposure categories», vd. citação completa acima). Esta redução drástica da amostra é muito estranha e coloca em causa, desde logo, a significância estatística e a honestidade do estudo. Fica no ar a suspeita de que se pretendia chegar a uma determinada conclusão e se andaram a arranjar critérios que permitissem essa conclusão.

      Continuando a leitura do relatório.

      «Laboratory-confirmed SARS-CoV-2 infection was identified among 324 (5.1%) of 6,328 fully vaccinated persons and among 89 of 1,020 (8.7%) unvaccinated, previously infected persons.»

      Desde logo, na amostra reduzida (porquê?) a 7348 hospitalizações por “COVID-19–like illness” só 413 (5,6%) se revelaram infecções por COVID-19. E aqui está o “gato escondido com o rabo de fora”: o que faria sentido era “pneumonia–like illness” ou “influenza-like illness”, que representam 94,4% da amostra.

      Resta a questão mais importante: será a diferença entre 8,7% e 5,1% estatisticamente significativa, podendo afirmar-se que não é fruto do acaso e confiar-se na validade do estudo?

      A essa questão o relatório não responde uma vez que não é fornecido o valor do parâmetro p do estudo e apenas é referido «adjusted odds ratio [aOR] = 5.49; 95% confidence interval [CI] = 2.75–10.99». E quando num estudo estatístico é omitido o valor de p mandam as regras científicas classificar imediatamente o estudo como não confiável.

      Nota: “Most authors refer to statistically significant as P < 0.05 and statistically highly significant as P < 0.001 (less than one in a thousand chance of being wrong).»

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