Vacinar crianças e adolescentes??

[Olavo Gonçalves, Médico Pediatra, Novembro de 2021]

Face à publicidade intensiva dedicada às vacinas para o SARS-CoV-2 nos media dos últimos dias, tenho afixado no meu consultório o documento que tomo a liberdade de enviar-vos em anexo [copiado em baixo], em resposta à questão específica colocada por vocês sobre os vossos filhos.

Agradeço que leiam e vejam que para uma doença que afecta gravemente em especial as pessoas de mais de 60 anos, que representam desde sempre cerca de 96% dos óbitos (98,6% com mais de 50 anos), em vez de mais atitudes para melhorar seu atendimento e sobrevida (não basta vacinar), decidiram vacinar: crianças e adolescentes, que praticamente não têm hipótese de ficar gravemente doentes ou morrer, os poucos que ficam doentes a Pediatria trata sem dificuldade, sem que nenhum estudo tenha sido publicado de eficiência das vacinas ( só dizer que produzem anticorpos poucas semanas depois, não é suficiente), não evitam que transmitam a doença e que afinal as vacinas são do tempo que dominavam as variantes que já não existem no país há muitos meses.

Entretanto, continuam os óbitos dos mais velhos, com quem a Sociedade pouco se preocupa excepto se afetar familiares.

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Omícron – uma boa prenda de Natal?

A manipulação mediática através do medo tem conseguido atingir o seu objectivo, mas uma análise mais ponderada, não obstante o crescimento exponencial de novos infectados, mostra-nos que esta variante induz doença ligeira e, não menos importante, oferece imunidade à variante “delta”.
Lendo o quadro comparativo produzido pela CNN com dados da DGS da semana entre 20 e 27 de Dezembro de 2020 e 2021, concluímos que a “Omícron” não está a obrigar à hospitalização de muitos infectados, 9,5%, nem de internados em UCI’s, 1,6%.

Quadro comparativo 2020/2021 de 20 a 27 de Dezembro da CNN com dados da DGS

Com estes dados e depois de ouvir alguns especialistas como há pouco Manuel Carmo Gomes na SIC, será de todo aconselhável seguir a estratégia iniciada por Singapura, a de deixar esta variante correr pela comunidade, uma vez que produz doença ligeira, menos internamentos, gerais ou intensivos, internamentos menos prolongados, de modo a reforçar a imunidade da população.
Dito por outras palavras, talvez esta “omícron” tenha sido um belo presente de Natal.

No entanto, há problemas ainda a resolver e a tratar com urgência:
1 – colocar a linha SNS24 operacional JÁ, [Read more…]

Apelo ao rigor nas prioridades de vacinação

A DGS anuncia a recomendação de vacinar contra SARS-CoV-2 crianças dos 5 anos aos 11 ano. Não tenho opinião, nem conhecimento científico para a formar, nem filhos dessa idade, mas sei que os especialistas se encontram muito divididos.

Imagem site da DGS

A DGS, em comunicado, assenta a sua recomendação na posição da “Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 (CTVC), segundo a qual, a partir dos dados disponíveis, a avaliação risco-benefício é favorável”.
Ora, segundo Cristina Camilo, presidente da Sociedade de Cuidados Intensivos Pediátricos, “apenas 4 crianças dos 5 aos 11 anos estiveram internadas com doença Covid aguda, das quais três tinham comorbilidades importantes”.
Não será por acaso, mas talvez pela mesma razão que Cristina Camilo indicou, que o Centro Europeu de Doenças (ECDC) considerou que [Read more…]

Testes Antigénio – casos que exigem gratuitidade sem limite

Em vigor desde ontem as novas medidas de combate ao contágio pelo SARS-COV-2, impõe a realidade que em certas casos a gratuitidade dos testes antigénio não esteja limitada a 4 por mês.

É muito diferente realizar um teste para ter acesso a eventos culturais, desportivos e outros e quem tem de visitar familiares internados em hospitais, quem presta cuidados em lares e/ou instituições similares e quem tem por profissão cuidar de idosos sediados no seu domicílio.
Como julgo tratar-se de casos específicos que escaparam a quem elaborou as referidas medidas, peço que revejam a gratuitidade dos testes para estes mais que justificados casos e outros que, eventualmente, venham a ser detectados.

COVID 19 – Singapura e Países Baixos na nova vaga

Não é já surpresa para ninguém que estamos a entrar numa nova vaga de infecções pelo SARS COV 2 e que se prevê que não seja de intensidade inferior às mais ferozes que já sofremos. O número de infectados aumenta assustadoramente na Rússia, na China, na Bulgária e Roménia, mas também na Alemanha e Países Baixos e, inesperadamente, em Singapura, um dos países com maior taxa de vacinação – 80%.
O que está a acontecer em Singapura é explicado pelos costumeiros especialistas que tal se deve aos que não tomaram vacinas, mas tal não é verdade à luz dos factos revelados pelos números. Com efeito, a COVID 19 está a instalar-se indiscriminadamente entre vacinados e não vacinados, sendo que, tendo a verdade factual sempre como Norte, os vacinados estão a escapar com muito mais facilidade à severidade da doença, nomeadamente em internamentos, em cuidados intensivos e decessos.
Como irão ou como estão já a reagir os países a este fenómeno?

Os Países Baixos acabam de anunciar o regresso a um novo confinamento parcial, [Read more…]