Arrende-se coercivamente o património do Estado, já!

Sobre o problema da Habitação, e antes de me pronunciar sobre o powerpoint apresentado pelo governo (não confundir com medidas ou leis, essas ainda não existem e estão em discussão pública até meados de Março) e sobre o histerismo que isso gerou, a ponto de haver quem tenha chegado ao ponto hilariante de fazer comparações com o PREC, existe um ponto nesta discussão que me parece fundamental debater:

O património do Estado.

O Estado português tem centenas de imóveis devolutos ou em situação de abandono.

Que devem estar na linha da frente da política de Habitação do governo. Para estudantes, para funcionários públicos deslocados, como polícias e professores, e para quem não tem condições para pagar a renda, fruto – ou não – do aumento do custo de vida que resultou da invasão da Ucrânia e da ganância dos oportunistas.

Não pode haver desculpas ou se’s a este respeito. Aloque-se uma verba do PRR, desbloqueie-se a burocracia, chegue-se a acordo com empresas de construção civil e mãos à obra. Não é admissível que se considerem opções como o arrendamento coercivo sem que o Estado dê o exemplo e comece pelo seu próprio património.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Exactamente, está aqui mais uma belíssima oportunidade de enveredar por mais umas PPPs na construção com contas a pagar daqui a 10 anitos; tudo para que os senhorios não sintam obrigação de viver numa sociedade.

    • Paulo Marques says:

      Ou agora outra vez a sério, é evidente que sim, mas é preciso ter em conta que podem estar menos preparadas para resolver a crise imediata, até porque há vantagens em manter características de valor cultural ou histórico ou paisagístico.

  2. Anonimo says:

    Indispensável uma comissão de acompanhamento do pacote de habitação. Responsável máximo pode ser o Robles.

  3. Anonimo says:

    Há uns meses discutia-se apaixonadamente a pobreza energética das casas lusitanas. Veio o sismo na Turquia, debate nacional sobre a capacidade do imóvel em aguentar uns abalos. Afinal, não há é casas suficientes, isso sim é o desígnio.
    Ainda falta algum tempo para o Papa visitar o rectângulo, e começar a tenporada dos incêndios, quais serão os próximos tópicos?

    Ps: parabéns à SIC e restante comunicação social pelo grande trabalho de investigação, nunca pensei que houvesse propriedade imobiliária do Estado devoluta.

  4. Pimba! says:

    Concordo!

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