“União Europeia já não depende dos combustíveis russos, garante Bruxelas”, leio num rodapé na SIC Notícias.
Ora aqui está um pedaço de notícia interessante e pouco esmiuçado. Aparentemente, não vale mais do que uma nota de rodapé.
É bom que Bruxelas não dependa dos produtos petrolíferos de Moscovo, mas…será que já não consome?
Luciano Barbosa, o já falecido e saudoso vocalista dos Repórter Estrábico diria “consome, consome”. E teria razão.
O bloco europeu continuou a ser o segundo maior cliente de combustíveis fósseis russos no primeiro semestre de 2023, apenas atrás da China. Empresas como a Shell continuam a trabalhar com o Kremlin, de forma normal e sem restrições, sem que isso dê origem a uma sanção que seja contra a petrolífera holandesa. Sem que os regimentos de comentadores que pedem a extinção do PCP exigem também a expulsão da Shell de território nacional?
Claro que não. O Putin é um “cão muito mau “- viram? Outra referência a uma banda portuguesa que bateu há 20 anos. Estou muito inspirado – mas o mercado deve ser livre porque nem os lucros da Shell, nem o esforço de guerra russo se vão pagar sozinhos.
Antes comprar a Putin (e a Bin Salman, Azerbeijão, …), que é capitalista, que à Venezuela, ou lítio à Bolívia e vizinhos, que são do clube errado. E ainda é lavado com uma viagem pelo terceiro da lista para ficar verde.
Verdade, verdade, é que, mesmo que estivéssemos a reduzir a bom ritmo, continuava a não haver alternativa só na energia, fora o resto.
Não ter trocas comerciais com quem não gostamos é kumbaya, até porque não conheço nenhum país santo.
Isso é como os EUA imporem sanções comerciais às empresas chinesas, e depois protestarem com a China quando impõe restrições à exportação de matérias primas essenciais para os EUA.
São todos muito “bonzinhos” enquanto não lhes pisam os calos. Mas quando a coisa dói, lá se vão as boas intenções… para o lugar onde elas mais abundam: o Inferno.
Qual é a vantagem de a UE já não depender do petróleo russo? É para poder depender mais do petróleo americano?
Americano, Saudita, Venezuelano, Azerbaijanês e de outros países de democracias plenas. Ou isso ou morrer de fome, não sei muito bem.
O certo é que todos pensávamos que a esta hora, com as sanções e as toneladas de material bélico que enterr+amos na Ucrânia, o grito dos bandeiristas já ressoaria triunfante nas ruas de Moscovo pelo menos há um ano. Muita gente ouvi eu garantir que em menos de duas semanas tinha o Putin o destino do czar, leia-se, ele e quantos fossem da família dele todos mortos. Pode ser que tal ainda venha a acontecer, mas até lá já a América se reindustrializou á nossa conta e a Europa será a coutada onde os ricos americanos vêm de férias. Por mil não slavo nazis e sei muito bem a história do Slava Ukraini. Por mim Slava é o raio que parta quem disser que somos todos ucranianos. Se me identificar com algum é com quem já foi morto pelo SBU. E é até onde chega a minha solidariedade porque isto de delirar que somos descententes dos vikings e estamos a combater pretos da neve sub-humanos já devia ter passado à história em 9 de Maio de 1945. Infelizmente não passou e nós andamos a fazer figuras tristes e a comprar petróleo cinco vezes mais caro.a gente que já destruiu dezenas de países ao longo da história. Barata a feira.