António Costa, o bom aluno

Tenho aqui uma reflexão para partilhar convosco.

É o seguinte:

O governo anunciou um excedente orçamental de 0,8%. Qualquer coisa como 2.190.000.000€.

Há quem olhe para isto e veja o copo meio-cheio.

Eu vejo um governo que optou por andar mais rápido do que aquilo que se propôs, para mostrar a Bruxelas que é o “bom aluno”, prejudicando, para o efeito, o funcionamento dos serviços do Estado.

Prejudicando as condições dos profissionais da Educação, da Saúde, da Justiça e da generalidade da Administração Pública.
Com as consequências que se conhecem: greves, escolas disfuncionais, urgências encerradas e processos adiados e prescritos.

E porquê? [Read more…]

CDS em vias de extinção? Nuno Melo dá um empurrãozinho

Recorrendo ao populismo mais básico e demagogo, Nuno Melo, o último eurodeputado de um partido que caminha para a extinção, saiu-se com esta.

Segundo o líder do CDS, “a ganância de gente menor tomou conta da esquerda”, porque, no caso espanhol como no português, não será o partido mais votado a governar. Como de resto acontece em toda a Europa há muitos anos. Mas o que sabe Melo sobre a Europa, para lá dos restaurantes que frequenta em Bruxelas?

Claro que o lado mais risível desta intervenção patética reside no desfecho das regionais dos Açores, quando o partido mais votado, o PS, foi afastado do poder por uma coligação parlamentar maioritária que inclui PSD, IL, CH e…o CDS.

Será que Nuno Melo considera que o seu partido não sabe perder com honra?

Será que considera os militantes açorianos do CDS gente menor tomada pela ganância?

Deve ser isso.

RIP, CDS.

Slava Ukraini, mas só às vezes

“União Europeia já não depende dos combustíveis russos, garante Bruxelas”, leio num rodapé na SIC Notícias.

Ora aqui está um pedaço de notícia interessante e pouco esmiuçado. Aparentemente, não vale mais do que uma nota de rodapé.

É bom que Bruxelas não dependa dos produtos petrolíferos de Moscovo, mas…será que já não consome?

Luciano Barbosa, o já falecido e saudoso vocalista dos Repórter Estrábico diria “consome, consome”. E teria razão. [Read more…]

Carlos Moedas e a imigração sem noção

Carlos Moedas fez um número de circo político como há muito não se via. Visivelmente incomodado com as críticas certeiras de Marcelo Rebelo de Sousa, que alertou a cúpula do PSD para os perigos de se remeter ao papel de cópia de um perigoso original, a propósito das intervenções infelizes de Moedas e Montenegro sobre os problemas da imigração, o edil de Lisboa saiu-se com esta:

Eu fui emigrante, sou casado com uma imigrante, não aceito lições de ninguém nesta matéria.

Imagino as dificuldades que atravessou o emigrante Moedas, numa frágil jangada de madeira a caminho do Goldman Sachs. Ou a arriscada travessia do deserto que fez, a pé e sem comida, de Portugal até Bruxelas. Que importantes lições terá aprendido, nessas jornadas onde a morte está sempre à espreita? A da noção não foi de certeza.

Transparência só atrapalha o negócio

Sempre fiel à linha da promoção e protecção de negociatas, Portugal falha na transposição de regras sobre branqueamento de capitais, tendo declarado que o fez.

Portugal tem dois meses para notificar Bruxelas sobre a completa adoção das normas sobre branqueamento de capitais, sob pena de o caso ser levado perante o Tribunal de Justiça da União Europeia (UE). Concretamente, Bruxelas refere-se às obrigações das instituições de crédito e financeiras no que respeita aos cartões pré-pagos anónimos emitidos em países terceiros, às informações a obter sobre relações de negócio ou transações que envolvam países terceiros de risco elevado e à acessibilidade das informações sobre os beneficiários efetivos de um fundo fiduciário ou de um centro de interesses coletivos sem personalidade jurídica semelhante.

O modelo de negócio português continua a ocorrer preferencialmente debaixo dos panos. É uma mentalidade ranhosa e pegajosa, que se infiltra a todos os níveis.

Portugal, um paraíso para aldrabões e oportunistas.

O sistema de Ventura

Na passada Sexta-feira, no Parlamento, a criminalização da riqueza injustificada de titulares de cargos públicos e um conjunto de medidas anticorrupção foram aprovados, por unanimidade, por todos os partidos e deputados não-inscritos com assento parlamentar.

Todos?

Quase todos. Houve um deputado, o autoproclamado combatente anti-sistema, que faz da luta contra a corrupção uma bandeira, apesar do seu contributo parlamentar na matéria ser um redondo zero, que esteve ausente. Estava demasiadamente ocupado, com os seus amigos neofascistas, a passear por Bruxelas e a tirar boas fotografias, nomeadamente com Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita RN, que desviou 6,8 milhões de euros de fundos europeus para contratar assistentes para o seu partido, valor que se destinava a dar suporte aos representantes do partido no Parlamento Europeu. [Read more…]

Bruxelas, 3 de Junho de 2018

Foto: Francisco Miguel Valada

Les Bi-t-ches

Les Bi-t-ches

Cabaret

Photo Luc Vertige

A consciência do PS por mãos alheias

Já os partidos socialistas francês e belga se tinham pronunciado contra o Acordo de comércio e investimento entre a União Europeia e o Canadá (CETA); agora, foi a vez do PSOE declarar que vai retirar o seu apoio ao CETA, abstendo-se aquando da votação do Acordo no parlamento espanhol – lamentavelmente sem a coragem de assumir um tão urgente NÃO – o que não impedirá que o CETA seja ratificado pela Espanha, na próxima semana. Sánchez, o reeleito secretário-geral do PSOE, justificou a decisão de não alinhamento com a posição de Bruxelas pela “degradação dos direitos ambientais e laborais que o Acordo provoca”. Levou por isso um puxão de orelhas de Pierre Moscovici, comissário europeu dos assuntos económicos. E porque o PS português tem muito mais medo dos puxões de orelhas de Bruxelas do que de trair o nome que ostenta e além disso já sabe que pode contar com a indulgência do povo português, vai votar, enquanto não se poupa a esforços para fazer crer que o CETA é óptimo para o país, em favor desse Acordo em que os Estados têm obrigações e os investidores têm direitos; Acordo, cujas vantagens económicas até mesmo segundo os estudos da própria UE são residuais, mas que, como “acordo comercial de nova geração” vai, qual buldózer, interferir negativamente em quase todas as áreas da vida dos cidadãos e alargar mais as rédeas aos poderosos deste mundo. Senhores deputados do PS na Assembleia da República: ponham os olhos na vossa companheira Ana Gomes e rejeitem o CETA! Deveis lealdade é à vossa consciência e aos portugueses, não é a Bruxelas!

O fim (não) está próximo

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A Geringonça, qualquer pessoa de bem sabia, não chegaria a acordo para o primeiro orçamento de Estado. Não duraria um mês um ano. Nunca se entenderia para um segundo orçamento. A implosão era inevitável. O drama, a tragédia e o horror espreitavam ao virar da esquina.

Portugal, que até ia ser uma das 10 economias mais competitivas do mundo se seguisse o caminho traçado por Passos, não tinha outra alternativa que não fosse apostar nos baixos salários. Na reversão de direitos laborais. Porém, sem que ninguém o pudesse antecipar, os custos do trabalho subiram mas o desemprego desceu. E continua a descer. E o salário mínimo continuará a aumentar.  [Read more…]

Portugal, na liderança da segunda divisão europeia

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Profecias da desgraça e manipulações informativas à parte, o Orçamento de Estado para 2017 foi aprovado no Parlamento, pela tal geringonça que não duraria um mês, e recebeu posteriormente luz verde de Bruxelas, que até enfiou as sanções das quais já não nos livrávamos numa gaveta. E o Diabo que insiste em fazer a vida negra a Pedro Passos Coelho. [Read more…]

Ainda não é desta, Belzebu

belzebu

Nem vale a pena perder tempo com os profetas da desgraça, que, tal como haviam feito quando o alarme das sanções soou pela primeira vez, em resultado do não atingimento das metas do défice que o (des)governo Passos/Portas a todos proporcionou em 2015, voltaram a espetar-se violentamente contra uma parede de betão. Não só não vale a pena, como é muito divertido assistir aos números de circo com que alguns fanáticos da direita radical nos vão presenteando, dia após dia, enquanto as suas organizações partidárias predilectas se vão afundando em sucessivas sondagens. Depois de quatro anos e meio de governação danosa e doses industriais de propaganda, entreter-nos com exercícios de palermice e figuras tristes é o mínimo que podem fazer.  [Read more…]

Missão cumprida, cidadãos vendidos!

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Quando, amanhã, o CETA for assinado, não foi Bruxelas que nos vendeu ao capital internacional; foi cada um dos nossos eleitos governos, cada um deles podia ter dito NÃO, e tudo pararia.

E o champagne rolará nas altas esferas.

“É pena que a UE não exerça uma pressão igualmente intensa sobre aqueles que bloqueiam a luta contra a fraude fiscal” – Paul Magnette, 23.10.16

A traição de Carlos Moedas

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Foto: Rui Gaudêncio@Público

Longe vão os tempos em que, numa qualquer reunião de personagens sinistras, alguém sugeria “pôr o Moedas a funcionar”. Carlos Moedas continuará fiel aos princípios que sempre o nortearam política e ideologicamente, é certo, mas algo de muito estranho se passou para que, totalmente desalinhado com o discurso dos seus amigos e companheiros, outrora governantes falhados, hoje profetas da desgraça igualmente incompetentes, tenha protagonizado tamanha traição.  [Read more…]

Como uma tola em cima da ponte

ACristas

Convenhamos que, gostemos ou não do indivíduo, suceder a Paulo Portas-Engil no CDS-PP não será pêra doce. Até porque, por mais desprezível e reles que o possamos achar, Paulo Portas não é burro nenhum. Não é o típico produto martelado de uma jota, ainda que por lá tenha andado. Não é um dos tais quadros muito muito medíocres de que falava noutros tempos. Não, Portas é um tipo inteligente, sagaz. Não é qualquer palerma que tem habilidade suficiente para chegar a vice-primeiro-ministro com 650 mil votos.

Já Assunção Cristas é uma sombra mal-amanhada da sombra de Portas. Repete os mesmos chavões, usa os mesmos soundbites, mete frequentemente os pés pelas mãos, prima por um discurso no mínimo infantil e é muito, muito chata. O oposto de Portas, que nunca despiu a pele de entertainer. Uma tola em cima da ponte que não sabe o que quer ou para onde vai. [Read more…]

Festival Eurovisão da Sanção

100589474-Jeroen-Dijsselbloem-dumbfounded-gettyp.1910x1000Não faltará quem diga que o título é um trocadilho engraçadinho e que o autor tem a mania que tem piada. É tudo verdade e outras coisas piores que queiram pensar.

Contudo, a realidade também tem alguma culpa nesta facilidade em descobrir frases que parecem apenas louras burras, mas que, no fundo, são relativamente inteligentes e algumas nem sequer são louras, como se sabe.

Na distante Bruxelas, capital de um Árctico sentimental, há um coro que canta “sanções” e, pelo mundo fora, outros existem que vão na cantiga. Passos Coelho é, além de barítono de créditos firmados, autor (in)voluntário de sanções que ficam no ouvido dos mais distraídos. Curiosamente, ao contrário de outros compositores, Passos Coelho recusa a autoria, mesmo quando se sabe que foi ele que esteve sentado quatro anos a compor, ao lado de Maria Luís, grande artista do pimba financeiro (Maria Luís tem, aliás, uma versão do sucesso de Emanuel, em que o refrão é “E se eles querem um salário ou um direito, nós pimba, nós pimba!”). [Read more…]

Euro 2016

transferir (1)Não é bonito apontar para os erros dos outros, quando nos chamam a atenção para os nossos. Não há cantilena mais embirrante do que a lamúria do pois toda a gente faz o mesmo e eu é que sou condenado.

Em princípio, portanto, estaria pronto a criticar o facto de Portugal ser um desses queixinhas que apontam para os défices alheios com o fito de desculpar o próprio.

A verdade, no entanto, é que há números que dão que pensar e que podem facilmente transformar um queixinhas num queixoso com razão.

De acordo com o Institute for Economic Research, já houve 114 violações das metas estabelecidas e, neste momento, apenas Portugal e Espanha estão sujeitos a possíveis sanções. Essas 114 (por extenso: cento e catorze) violações não foram levadas a cabo apenas por Portugal e Espanha: o país que mais vezes falhou neste campeonato foi a França, mas Juncker já explicou por que razão a França não pode ser castigada.

Note-se, ainda, que as possíveis sanções são consequência do défice deixado por Passos Coelho e por Maria Luís Albuquerque. Relembre-se, também, que os vários falhanços das metas estabelecidas foram sempre considerados sucessos pelas mesmas instituições que hoje ameaçam um governo que ainda não falhou as previsões. Percebe-se: com Passos, o país continuaria a retirar direitos e dinheiro aos trabalhadores, que os PIIGS querem-se pobrezinhos e prontos a pegar nas bandejas com bebidas exóticas.

O verdadeiro Euro 2016 é este, o campeonato em que há jogadores que são árbitros e que, por isso, podem distribuir porrada à vontade, porque são os donos do apito. Todos sabem que as metas do défice não são alcançáveis, mas usam-nas como instrumento de pressão, para ajudar multinacionais e bancos, à espera do prémio.

Isto já está a dar maus resultados e a União Europeia não é união e nem sequer se pode dizer que seja europeia, porque a ideia de Europa deveria ser outra, especialmente depois de tanta História.

O (decadente) Estado da Nação

EdN

O Ministério da Propaganda deve andar possidónio. O take da Reuters cujo nome a imprensa afiliada à direita radical não pode mencionar passou mais um atestado de estupidez à propaganda do velho regime. Chega a dar dó.

Não há volta a dar: a responsabilidade pelos valores do défice alvo desta manobra terrorista dos engenheiros sociais ao serviço da decadente ruling elite que habita em Bruxelas é mesmo do anterior governo. Em tempos ficaria pasmado com o nível de absoluto patético a que aqueles que optam por negar a realidade em nome de ideologias fanáticas ou financiamentos para negócios mil se sujeitam. Até o mais recente escritório dirigido por David Dinis fez notícia sobre o esclarecimento que a Comissão Europeia fez ontem, por hora do início do debate no Parlamento. Passos nem piou. É o estado a que isto chegou.

Imagem via Uma Página Numa Rede Social

Crónicas do Rochedo VII – Europa

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Chovem pedras na vidraria

Estava aqui a olhar para esta vista e a pensar que ando a falhar ao treinos do Aventar. E a distância não é desculpa bastante. Entretanto um aventador casou e resmas de outros fizeram anos. E por estes dias o mundo, pelo menos aquele que nos é mais próximo, mudou e muito.

Em terras de Sua Majestade o povo falou. Escolheu seguir outro caminho. Tenho lido e ouvido muitas opiniões sobre este referendo. Que votaram sem saber bem o quê (tenho que tal até pode ser verdade no caso de uma pequena maioria mas não façam do povo estúpido), que a culpa é de Bruxelas e dos seus burocratas (lá ajudar, ajudou), e eu sei lá que mais culpados e razões encontraram. Uma coisa tenho como certa: independentemente do resultado, aplaudo o facto de terem feito um referendo. Assim ninguém vai ao engano.

O resultado só veio confirmar a enorme, gigantesca crise europeia. E não estou a falar de economia. Estou a falar de valores, de civilização. Em praticamente todos os países europeus cresce o extremismo. Tanto o de direita como o de esquerda. Fico espantado ao ver que até em Inglaterra se verifica uma clivagem perigosa entre gerações. Os mais novos dizem que foram os mais velhos que escolheram o caminho da saída. Os mais velhos afirmam que o problema é o desconhecimento e a falta de experiência dos mais novos. Vi, li e ouvi discursos inflamados de uns e outros, o mesmo género de palavreado que ouvi em Portugal sobre as reformas e a crise, a dívida e o futuro para as novas gerações. Cá como lá, uma divisão geracional destrutiva e estúpida. Estamos a assistir a um espectáculo dantesco: chovem pedras entre telhados de vidro.

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Portugal sob chantagem e ameaça da direita europeia. Com o alto patrocínio de Pedro Passos Coelho

PPE

Na metrópole, ontem foi dia de decidir sobre a aplicação de sanções à periferia. A indisciplina daqueles que decidiram mudar, ainda que de forma muito ligeira, a distribuição enviesada dos sacrifícios, esteve em vias de ser virtuosamente punida, isto apesar de ser dos seus antecessores, e não deles, a responsabilidade pelos indicadores negativos que poderiam levar às penalizações.

Na metrópole, representantes do PSD e CDS-PP, responsáveis por mais de quatro anos de metas sucessivamente falhadas, que em parte nos conduziram a este impasse, encontram-se refugiados num silêncio cúmplice enquanto o seu líder pede a cabeça dos portugueses, numa movimentação inédita que contrasta com os regimes de excepção aplicados no passado às exemplares potências do centro. [Read more…]

Tantos rottweilers e nem um que ladre a Mario Draghi

MD

Quando Mario Draghi foi convidado a participar no Conselho de Estado por Marcelo, a polémica instalou-se. A esquerda, quase em uníssono, criticou o convite. À direita, a satisfação era generalizada. Espera lá Costa, que já aprendes uma lição! E Draghi por cá passou, dando o ar da sua graça, espetou uns quantos alfinetes no governo e regressou à sua fortaleza, sobre a qual a conselheira económica de Angela Merkel, Isabel Schnabel, afirmou tratar-se de uma “quase instituição política“, “apesar de não responder a qualquer controlo parlamentar. Coisas da democracia moderna. [Read more…]

Quartel-general do PSD e CDS-PP exige tolerância zero para Portugal

epa04925037 Hungarian Prime Minister Viktor Orban (R) shakes hands with Chairman of the European People's Party (EPP) group of the European Parliament Manfred Weber during their meeting in the Parliament building in Budapest, Hungary, 11 September 2015.  EPA/SZILARD KOSZTICSAK HUNGARY OUT

A imprensa portuguesa deu conta de um suposto apelo de Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque a Bruxelas, com vista a que a Comissão Europeia não imponha sanções a Portugal devido ao défice de 4,4% em 2015, resultado da acção destrutiva do governo PSD/CDS-PP e de uma cereja em cima do bolo chamada Banif.

Em sentido contrário, o PPE, quartel-general europeu do PSD e CDS-PP, apelou à tolerância zero por parte da Comissão. Numa carta enviada ao presidente Juncker, Manfred Weber, líder do PPE, afirma que “Todos os instrumentos, incluindo os da vertente corretiva [do PEC], devem ser usados na sua força máxima“. Weber, que surge na foto em cima com o seu parceiro fascista Viktor Orbán, é o mesmo que em Novembro se juntou ao coro nacional de negação da democracia representativa, alinhado com o discurso da direita radical portuguesa. [Read more…]

Não percebes Cristas? A Cecília explica.

AC

Assunção Cristas aproveitou a boleia das críticas que chegam de Bruxelas às contas do governo para afirmar que as medidas tomadas pelo executivo de António Costa não batem certo e não correspondem às necessidades do país. À margem de um evento social onde participou, que isto de andar de eléctrico é coisa para assessor tirar fotografias, a líder do CDS-PP disse aos jornalistas que “Infelizmente não há uma semana que passe que não haja o alerta de uma entidade independente, seja nacional, seja internacional“. A fazer lembrar os tempos em que governava, tempos de metas em constante incumprimento e de permanentes alertas independentes, nacionais e internacionais.  [Read more…]

Mariana Mortágua e a arte da demolição

Chega a ser comovente, o semblante de Maria Luís Albuquerque no final da intervenção demolidora da Mariana Mortágua, que recordou a inicialmente sorridente ex-ministra que o governo que integrou falhou sucessivamente todas as metas a que se propôs. Que mais não fez do que um exercício de subserviência face ao poder quase-absoluto de Bruxelas. Que o pensamento político e económico do PSD não passa de um reflexo das exigências de Bruxelas. Porque não existe. O PSD obedece. 
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Atentados em Bruxelas: a forma encontrada por Deus para punir Obama

MB

É a leitura da fundamentalista cristã Michele Bachmann, militante da organização jihadista Tea Party, dos ataques de ontem em Bruxelas. Bachmann entende que os atentados em Bruxelas foram a forma encontrada por Deus para castigar Obama pela heresia que foi a sua visita a Cuba. Bíblia numa mão, M4A1 na outra. Allahu Akbar!

Em Bruxelas como em Bagdad, em Paris como em Cabul

TERRORISMO

Madrid, Londres, Burgas, Paris, Ancara, novamente Paris e agora Bruxelas. O terror em larga escala, com a assinatura dos fundamentalistas islâmicos, insiste fazer parte do quotidiano do Velho Continente.

Não existe desculpa possível para a barbárie. Argumentações exclusivamente baseadas no imperialismo norte-americano ou no apetite voraz do capitalismo selvagem não chegam para explicar o fenómeno, apesar de desempenharem o seu papel. Afinal de contas, por onde circulam os milhões que financiam o terrorismo? Quem vende as armas? Quem lhes compra o petróleo e as obras de arte que não são destruídas para a fotografia como vimos em Palmira? E onde estão os mecanismos para controlar os terroristas de fato e gravata? Existem? Serão eles tão eficientes como a paranóia securitária exportada pelos terroristas de Estado norte-americanos, que parece crescer na exacta mesma medida que o terror? [Read more…]

Carta de Bruxelas

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Marisa Matias*

Escrevo de Bruxelas, onde hoje ocorreram atentados terroristas hediondos. Perdoem-me a crueza das palavras, mas escrevo de Bruxelas como tenho escrito de tantos lugares onde todos os dias morrem pessoas vítimas do terrorismo. Sim, todos os dias morrem pessoas vítimas de terrorismo. E, sim, tenho estado e tenho escrito de muitos desses sítios.

Ainda no Domingo estava em Piréus, na Grécia, onde continuavam a chegar refugiados que fugiam do terrorismo e da guerra. Nesse Domingo morreram quatro crianças. Ainda há duas semanas outro destes hediondos atentados aconteceu em Bagdad, ninguém deu por isso.
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O longo epílogo capitalista

Abespinham-se quando as suas verdades são postas em causa pelas verdades dos outros mas borrifam-se para o modo como as suas são construídas, mesmo quando o são à custa do respeito pelos outros. Outros que não se reduzem aos que usam os ignorantes/desesperados que se fazem explodir. Não falo só de bombas, mas do capitalismo, que também directamente as alimenta, e da sorridente subjugação de tudo quanto é humano em que assenta a sua lógica. Também lhe podem chamar globalização financeira, terciarização, terceiromundização, precarização, colonização, parasitação, animalização, filhadaputização. Não há inocentes mortos, há indecentes vivos. E carne viva para canhão. Resta-nos evitar as manhãs, as aglomerações e as horas de ponta.

Atentado em Bruxelas: alguém ouviu o alerta da Central Geral Sindical de Serviços Públicos?

Brussels

A Europa vive um novo dia de pânico e sobressalto. O duplo atentado de hoje em Bruxelas choca, revolta, mas não surpreende. Pelo menos a mim e à Central Geral Sindical de Serviços Públicos belga, que tinha alertado recentemente para falhas detectadas nos protocolos de segurança do aeroporto de Zaventem. A fazer lembrar os múltiplos avisos que a administração Bush recebeu e ignorou no início da década passada, que alertavam para a possibilidade de um ataque terrorista de grande dimensão, que poderia envolver aviação civil. Resta-nos o luto e sentimento de impotência perante a cobardia do método e a falta de respostas dos nossos responsáveis políticos, incapazes de conter a fúria terrorista mas sempre atentos à ameaça imaginária de uma Rússia imperialista, que tudo o que queria era continuar jogar o jogo do capitalismo.

Atentados em Bruxelas

Cobertura no Público em actualização permanente.