António, 84 anos, barbeia há 60.
Quando cheguei, estava sentado junto à porta, à espera. Não de mim, tenho a certeza, mas de um amigo que lá iria fazer a barba.
Pedro apareceu naquele instante. Não é um cliente vulgar. Um cliente não se aguenta uma vida inteira… António corta o cabelo ao amigo “desde sempre”.
Não foi à escola – era preciso ajudar os pais. Nem à tropa, para «amparar» a mãe («amparo de mãe», foi essa a expressão que a filha usou). Sabe escrever apenas o seu nome – as filhas foram as professoras.
António Teixeira não é barbeiro de profissão. Começou a cortar barba e cabelo para ter melhor vida e fazer a sua casa e comprar um terreno. Na sua juventude ajudava o Barbeiro do lugar, que era também o sacristão. Muitas vezes António ia no seu lugar tocar o sino da igreja.
Anos mais tarde fez umas obritas na casinha onde nasceu. O anexo onde trabalha ainda hoje, o seu «salão» desde 1946, fora antes a sua cozinha e sala. Do lado de fora, na parede gravada pelo primeiro proprietário, sabemos da antiguidade deste espaço: 1838. [Read more…]
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