Quando o imperador Francisco José I, que esteve 68 anos a liderar o Império Austro-Húngaro, morreu, em 1916, um cidadão vienense chamado Maximilian quis que o seu filho Billie, então com 10 anos, aproveitasse a oportunidade de assistir a um momento histórico. Bom conhecedor de Viena, escolheu o café Edison, subiu à sala do segundo andar, e instalou o filho em cima de uma mesa junto à janela para que ele tivesse uma vista privilegiada do cortejo fúnebre.
– Vais lembrar-te deste dia toda a tua vida, Billie – profetizou.
O miúdo ficou a olhar a lentíssima peregrinação de gente vestida de negro. A carruagem com o caixão era puxada por cavalos negros. Os homens vestiam fatos negros e negros eram também os uniformes dos oficiais. Entre as mulheres, não havia vestidos de outra cor, e negros eram igualmente os chapéus, as luvas e os véus. O negrume e o silêncio absoluto impressionaram Billie.
Foi então que na procissão apareceu um rapaz, de quatro ou cinco anos, todo vestido de branco, com o uniforme dos Hussardos e um capacete branco e reluzente, encimado por uma pluma branca. [Read more…]
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