Viva o país do liberalismo

Quando dá jeito, claro.

Carros elécticos com energia gratuita

O ministro do ambiente diz que a energia será gratuita até ao final do ano. Na verdade, é gratuita há anos. O sistema de pagamento dos postos espalhados pela cidade nunca chegou a funcionar. Grande borla, paga por todos.

Manual sobre perda de competitividade

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Imagine que tem um nicho de mercado com ar modernaço. Seja, a título de exemplo, uma rede de carregamento de carros eléctricos. Suponha que essa rede foi construída sem que existissem clientes que a usassem, apesar de ter custado uma pequena fortuna. Como era algo modernaço, bastou-lhe o élan para justificar a sua concretização. Imagine, ainda, que passados 7 anos essa rede continua com uma utilização residual e que a adesão de novos clientes não passa, digamos, de 1% das vendas anuais desse mercado. Isto, apesar de os novos clientes terem um subsídio de adesão na casa dos 12%.

Ainda está a seguir este exercício criativo? Óptimo. Suponha, por fim, que o Estado decide dar, a fundo perdido, 4,2 milhões de euros para renovar e ampliar essa rede que não teve nem se antevê que tenha, em tempo útil, utilidade.

Imaginou tudo isto? Muito bem. Fique então sabendo que o cenário não é hipotético. É real. A sociedade Mobi.E gere de facto a rede descrita e vai receber os milhões indicados. Dizem que estes vêm de fundos comunitários, como se o dinheiro não fosse um lençol que se puxa para tapar de um lado, enquanto destapa do outro.

Para criar este “incentivo”, algo teve que ser desincentivado, seja por não ter recebido incentivo, seja porque foi contribuinte líquido para o incentivo. É tudo uma questão de competitividade.

Carro eléctrico e propaganda

Com o habitual sentido de humor acutilante, Carlos Medina Ribeiro ofereceu há algum tempo uma almoçarada de lagosta, e até dinheiro, a quem lhe indicasse onde encontrar um desses famosos quiosques InfoCid que estivesse em funcionamento. Vale a pena ler os relatos.

Ora, a avaliar por estas fotos hoje feitas perto do Ministério do Trabalho em Lisboa (lugar de reincidência nestas coisas), suspeito que o Carlos estará em breve a oferecer novos repastos de lagosta.

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Repare-se no detalhe do cadeado. Belo! Recentemente, foi notícia de grande manchete que com o famoso carro eléctrico já se podia fazer o país de lés a lés com o dito. Será que, com a chave do carro, vem uma chave do cadeado Made in China?

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O caixeiro viajante

sócrates vendedor de frigoríficos no pólo norte

José Sócrates foi vender carros eléctricos a um dos maiores produtores de petróleo. Imparável, soube de fonte segura, de seguida vai vender frigoríficos no Pólo Norte. Isto depois de vender as dívidas, que os anéis já se foram.

Perdemos a Nissan

Há uns anos, colocou-se a possibilidade de Portugal poder acolher a Disneyland Europa. As delongas na decisão, o desleixo, a falta de iniciativa do governo do então 1º-ministro Cavaco Silva e a ausência de incentivos, levaram as empresas Disney à escolha de Paris. Perdeu Portugal, perdeu a Disney – os custos – e perderam os utentes, dadas as evidentes vantagens climáticas que o nosso país apresenta, preços de estadia, proximidade de zonas balneares, segurança, etc.

Hoje recebemos a notícia da escolha feita pela Nissan. O seu automóvel eléctrico Leaf será produzido em Sunderland, no Reino Unido, onde já existe uma fábrica da marca. A televisão explicou a razão da escolha, com os incentivos e facilidades apresentadas pelas autoridades britânicas. Em conclusão, o Estado português parece não ter dado a devida importância ao assunto, contentando-se com a grandiosa cerimónia de inauguração da fábrica de baterias eléctricas – que equiparão o Leaf -, ocorrida há escassos meses. Uma vez mais, caem por terra os habituais argumentos do “preço da mão de obra e da produtividade” e nem sequer valerá o esforço, tentar convencer alguém acerca da privilegiada situação geográfica de Portugal.

Não existe qualquer plano coordenado para o desenvolvimento. Dão-se facilidades a entidades que não produzem, beneficia-se fiscalmente um sector pessimamente reputado – a banca – e deixam-se escapar oportunidades únicas para a aquisição de conhecimentos tecnológicos capazes de estimular a formação. Esta notícia consiste num desastre para Portugal, cujas autoridades diariamente exibem à moda de troféu, o plano da rede de fornecimento de electricidade para os automóveis do futuro. Estes veículos não serão produzidos no nosso território, nem pela nossa mão de obra. Incompetência, lentidão, desinteresse. Tudo como dantes.