PACC morreu

A PACC ou PAC ou simplesmente prova dos professores está morta. o Tribunal Constitucional acaba de declarar a sua inconstitucionalidade, fazendo mesmo referência à norma presente no Estatuto. Ou seja, não estão em casa procedimentos ou opções pela forma A ou B. É a própria PROVA. Eis o texto do Constitucional.

Pelo exposto, decide-se:

a) Julgar inconstitucionais, por violação do artigo 165.º, n.º 1, alínea b), da Constituição com referência ao direito de acesso à função pública previsto no artigo 47.º, n.º 2, do mesmo normativo, (i) a norma do artigo 2.º do Estatuto da Carreira Docente, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de abril, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 146/2013, de 22 de outubro, na parte em que exige como condição necessária da qualificação como pessoal docente a aprovação em prova de avaliação de conhecimentos e capacidades; (ii) a norma do artigo 22.º, n.º 1, alínea f), do mesmo Estatuto, na redação dada pelo citado Decreto-Lei n.º 146/2013, que estabelece como requisito de admissão dos candidatos a qualquer concurso de seleção e recrutamento de pessoal para exercício de funções docentes por ele disciplinadas, e que ainda não integrem a carreira docente aí regulada, a aprovação na mesma prova; e (iii) consequencialmente, as normas do Decreto Regulamentar n.º 3/2008, de 21 de janeiro, na redação dada pelo Decreto Regulamentar n.º 7/2013, de 23 de outubro; e, por isso,”

Dito isto, creio que estão de Parabéns TODOS os Professores que nunca desistiram de lutar.

Estão de parabéns os partidos que a seu devido tempo se juntaram à luta contra esta “coisa”.

E, claro, a FENPROF pela forma como SEMPRE se manteve firme contra a PACC.

Parece-me que será de bom tom lembrar Nuno Crato que, de mão dada com a FNE, sempre defenderam a prova. Hoje deve ser um dia triste para ambos.

A prova já era

Vamos lá ser pragmáticos: a prova para os professores contratados está morta e enterrada e com ela, Nuno Crato.

Vejamos:

– Maria de Lurdes abriu a porta;

– Nuno Crato meteu na cabeça que ia levar a cabo esta trapalhada. Segundo ele, a prova era o alfa e o omega da qualidade da Escola Pública;

– Depois, a prova era só para alguns, porque a FNE apareceu a fazer o jeito. A qualidade deixou de ser necessária aos professores com mais de 5 anos. Era coisa para os desgraçados, ou antes para parte deles, porque dos 13 mil implicados na palhaçada, só 500 estavam de facto a trabalhar.

– No dia da PROVA, milhares de Professores dos quadros fizeram GREVE. Terá sido, com os números hoje disponíveis, uma das maiores greves de sempre com taxas de adesão acima dos 90%. Será um dia histórico, até pelas confusões que Nuno Crato gerou um pouco por todo o país.

Acontece que estava ainda por fechar uma parte crucial de todo o processo: a frente jurídica. [Read more…]

A idade é um posto

cratinicesPor Henrique Monteiro

Acordo ortográfico: a propósito de uma carta aberta

NAO2cDuzentos cidadãos subscreveram uma Carta Aberta ao Ministro da Educação a propósito das incongruências detectadas em vários instrumentos (alguns oficiais) que, baseados no chamado acordo ortográfico (AO90), deveriam servir para auxiliar qualquer utente da língua a escrever sem erros. No entanto, a leviandade e a incompetência que têm presidido à aplicação do AO90 levaram a que diferentes dicionários baseados na mesma reforma ortográfica entrem em conflito, o que, do ponto de vista educativo, é gravíssimo. Num país em que a iliteracia já (des)governava, juntar ao caldo esta confusão corresponde a algo inclassificável, a não ser que se considere um luxo dispensável a existência de um sistema ortográfico o mais consistente possível.

A carta foi enviada, incluindo um quadro anexo. O autor deste esforço ingente, que seria desnecessário num país civilizado, foi o Rui Miguel Duarte, um dos mais prolíficos e rigorosos críticos do AO90. A republicação da carta no Aventar foi mal sucedida, porque houve alguns problemas com as notas de rodapé e com o quadro anexo. A fim de permitir uma consulta mais cómoda, aqui fica uma ligação para o texto da carta e outra para o quadro de lemas (a propósito, os menos familiarizados com o termo “lema” no âmbito da Linguística poderão consultar a definição constante do Priberam). [Read more…]