FNE: Negociar concursos às escondidas não é sério

O Ministério da Educação e os representantes dos Professores têm vindo a discutir as alterações à forma como se realizam os concursos de professores. Usando uma linguagem simplista, diria que esta em cima da mesa o “modelo de selecção de recursos humanos do maior empregador nacional, com mais de cem mil funcionários”.

Não vou, pelo menos neste texto, discutir as diferentes propostas. Procuro, antes, equacionar o comportamento político de cada um dos agentes no terreno. Os professores, até pela sua dimensão, têm um conjunto muito amplo de organizações sindicais, algumas das quais pouco mais representam do que os próprios dirigentes. Há sindicatos que abusivamente fazem uso desse nome, porque em boa verdade são outra coisa qualquer.

Sublinho, ainda, a campanha da direita que nos últimos tempos têm perguntado pelo Mário Nogueira e a sua (que é a minha!) FENPROF. Curiosamente, essa direita usa agora o argumento oposto ao que usavam antes – com os PAFientos no poder, a crítica era que a FENPROF escolhia a rua pela rua. Agora, criticam a ausência da FENPROF dessa mesma rua.

Mas, porque não se pergunta onde andam os outros? Porque ninguém pergunta onde andam os dirigentes maioritariamente social democratas da FNE? Porque não ocupam eles a rua que, supostamente, a FENPROF deixou vazia?

E, permitam-me que assinale uma diferença que mostra como a FENPROF é completamente diferente, para melhor (sublinho eu, naturalmente parcial na análise e na escrita) quando se compara com outros. [Read more…]

Raul Vaz mentiu

Quando se fala de sindicatos e de educação a FENPROF é a referência que todos têm e isso, num universo sindical completamente pulverizado, nomeadamente por quadros de direita (PSD) que, nos tempos do Cavaco Primeiro, se distribuíram por amostras de sindicatos. Ontem, ao fim da tarde, quando ouvia, no carro, o programa de debate da Antena 1, Contraditório, o Vaz dizia, ali pelo minuto doze, que o líder da FENPROF, Mário Nogueira, tem esse papel há décadas.

Ora, creio, poder escrever com toda a FORÇA que as palavras podem ter: Raul Vaz mentiu porque, Mário Nogueira não é o líder da FENPROF há décadas.  Poderá o senhor comentador visitar um texto escrito há uns tempos com algumas perguntas sobre o mundo sindical docente. Talvez aí encontre alguma informação que ignora. Ou não!

Repare, caro leitor, há um ano, a FNE (laranja) assinou um acordo com os patrões do privado que levou milhares de professores do privado ao desemprego e outros tantos ao desespero. Pois agora, junta-se ao coro dos patrões. Coerências! Mas, sobre isto, o Comentador não tem nada a dizer…

PACC morreu

A PACC ou PAC ou simplesmente prova dos professores está morta. o Tribunal Constitucional acaba de declarar a sua inconstitucionalidade, fazendo mesmo referência à norma presente no Estatuto. Ou seja, não estão em casa procedimentos ou opções pela forma A ou B. É a própria PROVA. Eis o texto do Constitucional.

Pelo exposto, decide-se:

a) Julgar inconstitucionais, por violação do artigo 165.º, n.º 1, alínea b), da Constituição com referência ao direito de acesso à função pública previsto no artigo 47.º, n.º 2, do mesmo normativo, (i) a norma do artigo 2.º do Estatuto da Carreira Docente, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de abril, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 146/2013, de 22 de outubro, na parte em que exige como condição necessária da qualificação como pessoal docente a aprovação em prova de avaliação de conhecimentos e capacidades; (ii) a norma do artigo 22.º, n.º 1, alínea f), do mesmo Estatuto, na redação dada pelo citado Decreto-Lei n.º 146/2013, que estabelece como requisito de admissão dos candidatos a qualquer concurso de seleção e recrutamento de pessoal para exercício de funções docentes por ele disciplinadas, e que ainda não integrem a carreira docente aí regulada, a aprovação na mesma prova; e (iii) consequencialmente, as normas do Decreto Regulamentar n.º 3/2008, de 21 de janeiro, na redação dada pelo Decreto Regulamentar n.º 7/2013, de 23 de outubro; e, por isso,”

Dito isto, creio que estão de Parabéns TODOS os Professores que nunca desistiram de lutar.

Estão de parabéns os partidos que a seu devido tempo se juntaram à luta contra esta “coisa”.

E, claro, a FENPROF pela forma como SEMPRE se manteve firme contra a PACC.

Parece-me que será de bom tom lembrar Nuno Crato que, de mão dada com a FNE, sempre defenderam a prova. Hoje deve ser um dia triste para ambos.

FNE e FENPROF

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Portugal tem um carácter profundamente bolorento e, o ódio do senso comum aos sindicatos, é uma das marcas desse material genético, que o ditador nos deixou. Qualquer conversa de café, rapidamente nos leva ao facto dos sindicatos serem sempre do contra, de nunca estarem de acordo com nada, de só pensarem nos seus sócios. E, nem é preciso, pensar no BES ou no BPN para explicar a diferença de carácter entre um Manuel Carvalho da Silva, um verdadeiro líder e qualquer dos ladrões Banqueiros que nos roubou. Mas, a culpa continua a ser dos sindicatos.

Poderia até fazer uma pergunta – qual foi o direito dos trabalhadores que foi conseguido sem a luta dos trabalhadores? Horário de trabalho? Férias?Etc…

Será que parte desta marca impressiva resulta do papel que os sindicatos da UGT têm tido, sempre disponíveis para dar a mão ao poder? [Read more…]

Ilegalidades de Nuno Crato e dos seus amigos

Confesso que, a cada curva da estrada, fico mais descansado. Estou, hoje, mais convencido que ontem: a prova não vai acontecer.cratinices

E são tantas as confusões que os tribunais só terão dificuldades em encontrar os mais evidentes. Reparem:

– o MEC (GOVERNO) altera o Estatuto da Carreira Docente para enquadrar legalmente a prova. Nesse Decreto não faz qualquer referência a dispensas (5 ou mais anos), ou seja, todos teriam que a fazer;

– numa sede de Lisboa, o sindicato do PSD da UGT, fala de um acordo (verbal?) com Nuno Crato. Segundo os camaradas companheiros, estarão dispensados da prova todos os docentes com mais de 5 anos de serviço.

Acontece que o tempo é o que é e a TROIKA, que consegue cortar feriados e férias, ainda não consegue mexer no andamento dos ponteiros e o dia 18 (dia previsto para a realização da prova) está aí ao virar da esquina. O GOVERNO não tinha condições formais para alterar o ECD em tempo útil. Foram pelo caminho mais fácil e hoje, no Parlamento os boys da maioria fizeram a sua parte e o aviso está publicado em D.R..

Só que, a LEI é uma realidade nada coerente com as práticas desta gentinha. O Aviso é muito claro: [Read more…]

FNE volta a tentar

Nuno Crato perdeu a cara com esta trapalhada do acordo com a FNE. E ao contrário do que a FNE esperava, os professores continuam muito mobilizados, o que tem uma explicação simples – os professores estão contra a prova, pela prova e não por ser um instrumento para aplicar aos professores mais novos ou aos mais velhos. É evidente um mobilização muito forte nas escolas e a derrota da prova de Nuno Crato era uma situação muito provável. Quer porque os tribunais irão dar razão à FENPROF, quer porque os professores irão faltar no dia 18.

O lema geral, por todo o lado é: não vigiamos, não corrigimos.

E Nuno Crato sabia isto.

Oficialmente, a FNE diz que em vez de ter 100 mortos, só terá 50 e por isso salva 50 vidas. É um argumento pouco consistente, porque tem dois problemas: retira o argumento fundamental contra a prova propriamente dita e deixa de fora os docentes mais frágeis.

Por outro lado, a FNE, numa aposta claramente partidária, opta pelo PSD, deixando de fora os outros sindicatos. A FNE estava desde a semana passada envolvida num processo de luta com outros sindicatos e, sem dar cavaco às tropas, avançou sozinha. Nem um telefonema, nem um simples sms. Os Dirigentes da FNE, tiveram, por isso, um comportamento deplorável e, quanto a isso, não há cosmética que resista.

 

A idade é um posto

cratinicesPor Henrique Monteiro

Crato e os Agarrem-nos Que Fazemos Greve

Nuno Crato é, consabidamente, um homem com severas limitações intelectuais. E morais. Do alto do seu vão saber, governa, servindo os interesses que lhe dão corda, com a competência de uma alforreca e a arrogância de um garnisé. No caminho, vai esgrimindo a sua esperteza saloia, mas não vai só.

Nas dificuldades tem, como é habitual, a mão amiga do costume. Embrulhado nas teias do seu absurdo exame de avaliação destinado a provocar e tentar humilhar os professores contratados (os medíocres têm esta necessidade patológica sempre que provam o poder -“se queres conhecer o vilão põe-lhe o cajado na mão…”), Crato, perante a disposição de luta dos professores, repetiu uma táctica já velha e bem nossa conhecida: disse ai-ai e logo acudiu, mansa e sonsa como de costume, a FNE (UGT), pronta para a habitual estratégia do salame e oferecendo-se, ao levantar a sua participação na greve à prova, para ser a fia fatia que sempre foi.

Em troca de umas festinhas e de uma concessão que, por completa ausência de sentido, torna tudo ainda mais absurdo. Quantas vezes já nos foi servido este prato requentado? Quantas vezes já vimos estes senhores e senhoras falar alto e grosso para logo amansar à ordem do dono? Desta vez, à ordem do Crato, prior desta desordem.

Foram Novamente Enganados

Já aqui escrevi quase tudo sobre a prova.b&w1 (2)

Na altura certa coloquei algumas reservas ao domínio laranja sobre a FNE. Sim, do PSD. Porque se a FENPROF é acusada de ser um braço do PCP, creio que as práticas sindicais da FNE não deixam muitas dúvidas sob o farol que a guia.

Entre os Professores, um pouco por todo o país, crescia a indignação contra a Prova. Sentia-se, em cada escola, um conjunto de sentimentos muito semelhantes aos que apareceram no tempo da Ministra Maria de Lurdes.

Parece-me que a palavra recuar estava escrita nas estrelas porque a Maioria (que nos rouba diariamente) não está em condições de aguentar uma guerra longa com a única classe que verdadeiramente luta contra os diferentes poderes.

A UGT e a FNE, como sempre, estavam ali à mão de semear e uma reunião entre militantes na São Caetano permitiu encontrar uma saída. A prova já não é para todos – é só para alguns, para os que não têm 5 anos de serviço. Confesso que não fiquei surpreendido porque não tenho qualquer tipo de expectativas sobre as práticas sindicais da área da UGT.

Não há meias lutas, nem tão pouco meias vitórias.  Na luta contra a prova só há uma vitória, que até pode chegar pela decisão de um tribunal. Com o acordo de hoje, entre os sociais democratas, até parece que o MEC sai bem na fotografia, que a FNE salva o seu governo, mas, caramba, quem se lixa são sempre os mesmos…

Agora a questão é simples: a prova era um erro ontem e é um erro hoje, seja para quem tem pouco tempo de serviço, ou para quem leva anos disto.

Logo, só nos resta continuar.

Como?

Indo a Lisboa, ao Parlamento, na próxima 5ª feira.

Nota: confesso que me apetecia escrever mais qualquer coisa, por exemplo, questionando o que estiveram a fazer nas ruas do Porto no sábado de manhã, quando à hora de almoço já se sabia que ia acontecer isto, mas…

Continua a 100%

Alguém viu por aí a FNE?

Ai agora

De baliza aberta é que o jogo ia parar…

A ditadura é isto: serviços mínimos e requisição civil

Até parece simples, não?IMG_4008

Se há quem lute, há sempre quem tente impedir essa luta. E há uma linha que separa os democratas dos ditadores.

Os democratas procuram perceber a raiz da luta e tentam caminhar no sentido da resolução dos problemas que levaram à sua marcação.

Os ditadores ignoram os motivos e procuram atacar a Greve.

Nuno Crato já escolheu de que lado quer ficar.

Fez chegar à FENPROF um texto em que se pode ler:

“Recebido o pré-aviso de convocação da greve nacional a ter lugar no dia 17 de junho durante o período de funcionamento dos estabelecimentos de educação ou ensino, solicita-se a V. Ex.ªs que até às 14h do dia 27 de maio, conforme o acórdão do Tribunal Constitucional n.º 572/2008, do processo n.º 944/2007, e nos termos do art. 400.º do RCTFP, alterado pela Lei n.º 66/2012, de 31 de dezembro, e 538.º do CT sejam indicados os serviços mínimos a garantir durante o referido período de greve.

A ausência de resposta até ao dia e hora acima indicados é tida, para os devidos efeitos, como a falta de indicação dos serviços mínimos da parte de V. Ex.ªs.”

Ora, como muito bem faz notar a organização sindical, tal intenção viola a legislação exigente. [Read more…]

Plataforma de Professores está de volta

A FNE decidiu juntar-se às restantes organizações sindicais de Professores – não estamos em tempo de procurar as vírgulas que nos afastam, mas de encontrar pontes e ligações que nos permitam reagir ao que aí vem. Nuno Crato acaba de entregar à FENPROF a sua proposta para aplicar a mobilidade, ainda que com outro nome, aos Professores, isto é, Nuno Crato desmente-se e abre a porta aos despedimentos: de acordo com a proposta, dia 1 de Setembro um Professor sem horário, entra em Mobilidade e perde uma boa parte do seu salário e o despedimento fica a um ano e meio de distância.

Só temos um caminho – a unidade na reacção e, claro, na acção! Não precisamos de caminhar para a Unicidade e fazer de conta que estamos todos pelas mesmas razões. Mas, conscientes das diferenças, vamos trabalhar para juntar as Federações de Pais à luta pela Escola Pública e, fundamental, procurar envolver os Directores no processo.

Subscrevo, também por isso, a ideia do Paulo: devemos juntar FORÇA à nossa luta e por isso faz todo o sentido que a FRENTE COMUM (CGTP) se deixe de merdas e procure entendimentos com as estruturas da UGT – no dia 17 de Junho há TODAS as condições para que a GREVE seja de TODOS!

Já e agora!

TODOS!

UNIDADE! Reunião dos sindicatos de professores (2)

Só pode ser este o caminho.

O que aí vem é muito claro – Passos Coelho, Vitor Gaspar e Paulo Portas querem despedir Professores.

O que está em cima da mesa é demasiado complicado para que os detalhes não possam ser esquecidos ou, pelo menos, encostados a um canto, valorizando o que nos une – a defesa do emprego e da Escola Pública.

No dia 9, no Porto, aconteceu a primeira reunião com as presenças da FENPROF, da FNE, ASPL, SEPLEU, SINAPE, SIPE e SPLIU. Agora, em Lisboa, dia 16 terá lugar um novo encontro.

Exige-se um entendimento! Nada menos que isso!

Não sei se para uma manifestação, grande ou pequena, se em Lisboa ou no país todo. De noite ou de dia.

Talvez uma greve de um dia ou de muitos, aos exames ou às avaliações.

Estou por tudo e ao mesmo tempo por nada!

Agora, não se atrevam a deixar a reunião, sem um entendimento!

UNIDADE! Reunião dos sindicatos de professores

Hoje de tarde, no Porto, acontece algo que pode ser crucial para o desenvolvimento da luta dos professores, tão bem problematizada no texto Professores contra a educação.

Participei no Congresso da FENPROF onde se discutiu e muito o que fazer com a luta, cuja urgência, nas escolas, ninguém questiona. Falou-se de manifestações, de greves de um dia e de muitos, aos exames e às avaliações.

De forma séria, o Congresso decidiu não ficar com o exclusivo do protesto e dar indicação à FENPROF para procurar reunir todos os sindicatos de professores, algo que a classe exige. Saiu, também por isso, apenas a sugestão de uma manifestação de professores em Junho, mas e fundamentalmente ficou esta ideia – vamos, professores da FENPROF juntar a nossa força à força de todos os outros.

A reunião acontece hoje. Está a acontecer num hotel do Porto.

O que espero?

Gostava de esperar muito, mas não me parece que a FENPROF vá encontrar grandes companheiros para a rua…

Agora, uma coisa ficará clara – quer quer que tudo avance sem contestação e quem está disposto a tudo.

Eu estou no segundo grupo e não terei qualquer tipo de problema em apontar o dedo aos primeiros.

Professores contra a Educação

escoladestrOs professores são uma das classes profissionais mais invejadas, porque se mantém o mito de que o horário de trabalho desses inúteis se limita ao número de horas de aulas. Num país em que estamos mais preocupados em que os outros estejam tão mal como nós, a ilusão de que os professores não trabalham e de que, portanto, são uns parasitas, tem rendido proventos a quem destrói a Escola, argumentando que está a combater uma corporação poderosíssima e a beneficiar os alunos.

Entretanto, os professores, de uma maneira geral, aceitam tudo o que lhes é imposto, por medo, por comodismo, por falta de consciência de classe e por ausência de consciência cívica. [Read more…]

Crato mentiu (II)

Segundo a Comunicação Social Nuno Crato mentiu quando disse que não pretendia despedir professores e que a mobilidade não seria o destino dos docentes:

“Não está em cima da mesa nenhuma discussão sobre a mobilidade dos Professores”, disse.

Na altura NC referia-se à FENPROF, que, para o melhor e para o pior, continua, hoje, como ontem, disponível para lutar contra esta gente que quer destruir a escola pública – será que a FNE estará? Na altura a FNE deu a mão – e agora?

Que besta!

Miguel, confesso que já não tenho paciência para essa gente!

manif profsComo se diz por aqui, só à cabeçada!

Sindicatos de Professores – eleições directas para mesas negociais

O Sindicalismo em Portugal, como em muitos outros países europeus, vive momentos delicados.

Num contexto em que o papel dos Sindicatos é questionado em permanência, no meio deste tsunami social em que intencionalmente nos colocaram, os trabalhadores também sentem a importância do Sindicato, nem que seja como a última porta a bater depois de todas as outras se terem fechado.

No caso dos Professores há um problema de base que complica tudo – são mais de dez as estruturas sindicais que representam a classe. Existe a FENPROF, liderada por Mário Nogueira e que representa mais professores que todos os outros juntos, mas depois, entre os sindicatos mais pequenos contam-se mais de uma dezena de estruturas.

Maria de Lurdes Rodrigues  (página 11) for responsável pelo primeiro processo de aferição da representatividade sindical para distribuição dos tempos que poderiam ser usados pelos professores para a actividade sindical. Nessa altura, quando havia mais de 1200 dirigentes sindicais a tempo inteiro, a FENPROF tinha 15%. Quando o número foi reduzido para 450,  a FENPROF subiu para os 40% (180 dirigentes) e finalmente, em 2006, foram-lhe atribuídos 146 de 300.

A minha pergunta é simples: a quem interessa esta aparente divisão? [Read more…]

Alunos ainda sem professor

E o melhor de Nuno Crato continua a chegar à Escola Pública!

Claro que tudo isto agrada ao Primeiro-Ministro Vitor Gaspar e ao seu adjunto, Pedro Passos Coelho – sempre são uns milhares do lado da d-e-s-p-e-s-a…

Já sei que vão ler isto como o discurso do sindicalista e blá, blá, blá

Mas, pelo menos por uma só vez dediquem  um bocadinho do vosso tempo a olhar para o essencial – Nuno Crato inventou uma nova forma de colocar Professores. Qual é o resultado?

Chegamos ao fim de Novembro e ainda há professores por colocar – deixo-vos um exemplo para não vos incomodar com casos pessoais .

Admito que possam, neste momento, estar a pensar que a culpa é das Escolas ou dos professores – uns porque não desenvolvem os procedimentos mais correctos e outros porque não querem trabalhar! Errado!

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FENPROF esteve no MEC

Vivem-se tempos agitados na Educação.

No dia em que Cavaco celebrou as bodas de morte do casal governamental, o Conselho Educativo reuniu no Ministério da Educação. Com Crato reuniram-se o Conselho de Escolas, a FENPROF e a FNE.

A FNE tem um sentido muito optimista, abrindo a porta para tudo e para nada – agora a vinculação também é para quem está desempregado, os horários vão ao sítio e os problemas nas ofertas de escola vão ser todos corrigidos.

Quase valeria a pena perguntar à FNE quem é que assinou a legislação de concursos que permite isto tudo.

Da parte da FENPROF chega-nos, como é hábito, uma versão menos positiva. São várias as propostas entregues ao MEC e, ao que parece, só uma coisa está em vias de se resolver: docentes sem horário, mas com outras tarefas lectivas, serão retiradas da bolsa e a aplicação da mobilidade fica mais longe.

E esta será a questão central dos próximos tempos: como é que se consegue evitar a aplicação da Mobilidade?

A entrevista de Maria de Lurdes Crato (III)

Aí estão as primeiras reacções da FNE e da FENPROF.

Crato inclinou-se tanto que abriu um buraco

São quase três da manhã e a plataforma continua em baixo. Os Professores continuam a não poder concorrer.

É perfeitamente estúpido que o Mestre da exigência se preste a este papel. Não há adiamento que resista a tanta incompetência.

E reparem, não se trata de estar ou não estar de acordo com as políticas: para lutar pela Escola Pública, fomos, no Porto, outra vez para a rua!

Não é essa a questão.

O ponto é mesmo a incompetência desta gente em gerir uma coisa tão simples como um concurso de professores. Nos anos 80, quando eram em papel, tudo era possível. Agora com computadores e fibra óptica e sei lá mais o quê, não conseguem? Ou são incompetentes ou querem acabar com os concursos nacionais?

Será que sobre isto, a FNE terá algo a dizer? É que à hora em que uns estavam nas ruas do Porto a lutar pela escola pública, outros estavam a Despachar serviço no gabinete do Ministro.

Nota de rodapé: passaram 11 minutos e a plataforma continua como o Crato! Um zero!

 

 

Vamos continuar a apertar porque está a resultar

Que ninguém tenha dúvidas, porque a realidade está aí para o mostrar: o Governo em geral e o Nuno Crato em particular já perceberam que o Monstro está a acordar.

Os Professores estão a começar a levantar-se – foi a Manif da semana passada, as vigílias desta semana, serão as concentrações regionais da próxima semana e tudo o que for preciso, porque está a resultar.

Durante meses, o homem desapareceu. Ninguém o via!

Numa semana apareceu mais do que o animal atrás do Pinto da Costa. Após a Manifestação de Lisboa, ainda tentou continuar escondido, mas em cima da marcação das Vigílias fez uma conferência de imprensa e divulgou um comunicado.

É também por isto que não entendo o Paulo, que continua a ter um Umbigo do tamanho do mundo: se é dos sindicatos é porque é do PCP, se é dos professores é porque é do bloco. Posso deixar um desafio – será que queres sugerir alguma forma de luta? O que fazer a seguir? [Read more…]

FNE e Crato: e agora?

A onda está em movimento e como se viu em 2008 já não dá para parar.

Há blogues que continuam a pensar na presença ou na ausência, porque é sempre mais fácil dizer do que fazer, bater depois de acontecer, em vez de avançar antes de ocorrer. Os chamados treinadores da blogosfera que acertam sempre no resultado depois do jogo acabar. Também há os que parecem estar do lado dos professores, mas que depois acabam por subscrever as maldades que nos fazem.

Mas, como aqui no Aventar, não temos esse tipo de limitações, podemos avançar para a rua sem medos, verdadeiramente livres – vamos a jogo antes dele acabar!

E há gente por aí a colocar-se em bicos de pés para aparecer.

A FNE, federação sindical de professores próxima do PSD, tem assinado tudo quanto é acordo com o sr. Ministro e depois, quando percebe que a onda está lançada, aparece para a tentar apanhar. Os professores lançam os foguetes e eles aparecem para apanhar as canas.

Lamento, mas desta vez, não vão apanhar a boleia – parte do que está a acontecer aos professores é culpa da FNE, que irresponsavelmente assinou o que não podia ter assinado, aliás, o mesmo acontece com a “UGT que tem andado de braço dado com a TROIKA”. Respeito a sua estratégia e a condução que é feita pelos seus dirigentes, mas não podem dizer uma coisa para a classe e depois fazerem outra na mesa negocial.

E, como Professor, é isto que vou dizer a quem me ouvir ou a quem tiver chegado a este ponto do post.

Vamos para a rua com quem temos que ir e com quem podemos contar! Não quero ter que escrever que fomos novamente enganados. Não seremos!

 

Professores e sindicatos: pistas para reflexão

O papel dos sindicatos, goste-se ou não, está, em relação ao poder, do outro lado da folha. Já aqui escrevemos sobre o papel destinado aos sindicatos que assinaram o acordo com o MEC – com comportamentos destes é absolutamente natural que os professores, quando se sindicalizam, escolham maioritariamente a FENPROF. Goste-se ou não, é o único sindicato de professores (para simplificar, porque a FENPROF é uma federação de sindicatos regionais).

Agora, as reflexões que têm vindo a ser feitas nos últimos tempos sobre o comportamento da FENPROF fazem algum sentido, nomeadamente porque permitem questionar a própria classe.

Duas ou três ideias para lançar a reflexão:

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Professores e sindicatos, blogues e movimentos: representatividade

O movimento sindical docente tem características muito interessantes que poderiam merecer uma atenção mais detalhada dos investigadores destas coisas. Os Professores (incluindo aqui os educadores) são cerca de 150 mil, só na função pública, havendo mais uns milhares na parte privada do sistema.

No Educar, Paulo Guinote interroga-se sobre esta temática, fazendo-o a dois tempos. Vamos ao debate, procurando equacionar a primeira parte da discussão:

“Afinal quem representam ou pretendem representar os sindicatos de professores?” [Read more…]

Concurso de Professores: Efectivos e contratados, resultados diferentes

O tempo vai passando e a troca de argumentos continua, mas a questão central é a mesma: o acordo assinado entre alguns sindicatos, pouco representativos e o MEC é um bom acordo?

Depois de ter feito uma análise ponto a ponto, é hora de ver o documento de forma mais ampla.

Para os docentes do quadro, o acordo é quase inócuo. Clarifica a questão dos horários zero e isso é muito positivo. Tudo o resto é pouco ou nada importante.

Para os professores contratados o documento é muito mau!

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Análise ao acordo entre o MEC e alguns sindicatos

Depois do acordo entre o MEC e alguns sindicatos, este é o momento de analisar o que foi assinando, comparando o acordo com a legislação hoje existente. Será falta de honestidade argumentar que entre a primeira proposta do MEC e esta última há muitas coisas melhores. Pois, mas essa todos perceberam que era, a primeira, apenas um isco.

Vamos lá então analisar o que está assinado:

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Concursos de Professores e o acordo em tons laranja

Foi assinado um acordo entre o MEC e alguns sindicatos.

Vamos começar por colocar as cartas todas na mesa. Há lugares comuns que atiram a CGTP e a FENPROF, de Mário Nogueira, para a esfera comunista. Todos o dizem e alguns o escrevem.

Até se diz que a FENPROF nunca assina qualquer tipo de acordo e que nunca tem propostas.

Na mesma linha de argumentação, parece-nos que faz todo o sentido colocar algumas organizações no lado partidário (sim, partidário!) a que pertencem. A que partido pertencem os dirigentes sindicais que assinaram com o MEC? Porque ninguém o diz, nem ninguém o escreve? É pecado ser comunista, mas não é pecado ser militante do PSD?

Tal como escrevemos no Aventar, há muito se sabiam duas coisas: a FENPROF não assinaria e a FNE assinaria sempre. Os outros não contam porque não representam, de facto, ninguém.

Para a FNE, as diferenças entre a proposta inicial do MEC e aquilo que foi assinado, justificam o sinal de vitória.

Para a FENPROF, as contas são feitas de outro modo – entre a legislação que existe e a que aí vem, que vantagens há para os professores?

Quem souber responder…